Futebol

Sérgio Conceição: “Se calhar só Ronaldo, Messi e meia dúzia entravam de caras no FC Porto”

À margem da conferência de imprensa de Sérgio Conceição, em antevisão ao importante encontro do FC Porto frente ao Gil Vicente, o treinador do FC Porto falou sobre o seu plantel para a temporada 2020/21.

“Não é fácil chegar a um clube como o FC Porto e entrar de caras, se calhar entrava o Ronaldo, Messi e meia dúzia de jogadores que se contratassem, mas não é o caso. Vêm de realidades diferentes, não conhecendo país, o grupo de trabalho, a forma exigente como se trabalha, é normal. E isso entra em contraste entra a urgência das vitórias”.

Novas soluções não surgem de um dia para o outro: “Não podemos olhar só para os avançados, temos de olhar para os extremos, alas, etc. Não tendo chegado Ronaldo, Messi, dei continuidade ao trabalho final do ano passado. Agora, chegaram três bons avançados, um médio, Grujic, uma ou outra solução, mas não é de um momento para o outro, há esta dificuldade temporal de os ter de inserir e dar algo diferente à equipa, pode acontecer já amanhã, vamos ver, depende da preparação para o jogo”.

Taremi já estava no campeonato português, transição difícil? “É um jogador refinado. Já Ninguém me aborda nesses termos, porque não permito. Nem à minha família. Normalmente vou a correr par casa, não me apanham. Taremi é excelente jogador, refinado, movimenta-se bem no último terço. Ele chegou meia dúzia de dias, foi para a seleção, estive sem Taremi durante 15 dias. Está a trabalhar como os outros. Estava cá, entrar na dinâmica é diferente. Tem entrado praticamente sempre. Tenho de olhar para o jogo e pedir… É engraçado. Alguém me questionou porque entrou Taremi, depois Toni Martínez. Normal, passou 15 dias a trabalhar. Tem a sua qualidade, também fez golos. Taremi tive no último dia. Depois há uns papagaios que não sabem o que se passa nem se informam. Estamos aqui todos os dias, estamos com os jogadores, percebemos o estado do jogador.

Cinco pontos para o Benfica preocupam? “Não é preocupação, é achar que são pontos que não deveríamos ter perdido. Pensar que por um motivo ou outro perdemos pontos que são recuperáveis, sabendo que isto é uma maratona, mas exigentes como somos não queremos deixar pontos de maneira nenhuma, mesmo que seja no início do campeonato. Cabe-nos a nós irmos atrás, cada jogo tem de ser uma final e amanhã temos a possibilidade de voltarmos às vitórias e de uma forma sólida, que é o que eu quero”.

Mau humor quando perde: “Acham que quero perder? Que não quero meter jogador que faça cinco golos por jogo? Pode haver alguém no mundo que não goste de perder tanto como eu, mas mais não há. Sou verdadeiramente intratável quando perco, já me isolo para não estar com ninguém. Mesmo com família. Eu conhecendo o meu feitio acham que não meto um jogador porque quero perder?”

Conservadorismo: “Nem nas contas, nem no dinheiro sou conservador. É uma questão de ser realista. Não foi por acaso que nas primeiras jornadas pus os jogadores que me deram essa confiança, jogadores que trabalham comigo há alguns anos. Não tem a ver com conservadorismo, com ser mais ou menos arrojado. Treinador que joga para não perder é conservador, eu jogo sempre para ganhar, é completamente diferente”.

Vitória para voltar a ter confiança? “Nenhum resultado pode ou deve motivar mais do que entrar aqui, representar um clube como o FC Porto e que luta por objetivos claros. Estamos sempre motivados para os nossos jogos, para as etapas que vão passando. Não podemos andar ao sabor do vento. Jogo da Liga dos campeões serviu para analisar o mesmo e depois disso foi concentrar-nos no Gil Vicente. Obviamente que a dinâmica e princípios estão sempre lá, pode variar uma situação ou outra, mas o que é a nossa forma de jogar, princípios e identidade estão sempre lá”.

Lesão de Luis Díaz e Otávio: “Temos alguns problemas físicos. Sempre disse que mais vale jogar de três em três dias do que estar fechados em casa devido à pandemia, mas é difícil. Depois a pré época foi muito curta. O Luis Díaz está fora. O Otávio ainda vamos reavaliar”.

Expetativa para jogo com Gil Vicente: “´É uma equipa que ainda não perdeu esta época. Só sofreu um golo em três jogos, bem organizada. Joga com um 5x4x1, com três centrais fortes e poderosos, com linha de quatro que os laterais desdobram-se e são atacantes. É uma equipa interessante com dinâmicas interessantes. São perigosos no momento de ataque, seja organizado, porque tenta ligar com critério o seu jogo – não sei se amanhã sera assim, mas isso não podemos controlar. Está identificada da nossa parte a equipa do Gil e cabe-nos encaminhar o jogo para onde queremos, sendo muito fortes ofensivamente e equilibrado defensivamente”.

Aqui fica a conferência de imprensa completa do nosso treinador.