Natural de Coimbra e nascido a 15 de novembro de 1974, o técnico encontra-se actualmente a desfrutar de um interregno na sua carreira, após ter deixado o Dragão no término da última temporada, sem indícios claros sobre o que o futuro imediato lhe reserva. Nos últimos meses, surgiram notícias de interesse de diversos clubes, incluindo o AC Milan, o Marselha, o Internacional de Porto Alegre e o Rennes.
Como jogador, Sérgio Conceição teve uma trajetória de sucesso, que teve início a nível sénior no F. C. Porto, que o cedeu a Penafiel, Leça e Felgueiras, antes de o integrar na equipa principal na temporada de 1996/97, sob a direcção de António Oliveira. Nesse ano e no seguinte, o jogador teve um papel importante na conquista de dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Supertaça, o que lhe valeu o interesse da Lazio, que o contratou em 1998.
No emblema romano, conquistou uma liga italiana, uma Taça de Itália, uma Taça das Taças, uma Supertaça italiana e uma Supertaça europeia, antes de se transferir para o Parma em 2000 (onde conquistou mais uma Taça de Itália) e, posteriormente, para o Inter em 2001. Regressou à Lazio em 2003, mas em janeiro de 2004 voltou ao F. C. Porto, onde se sagrou mais uma vez campeão nacional, sob a orientação de José Mourinho, num plantel que também conquistou a Liga dos Campeões (competição na qual não pôde participar, pois já havia jogado pela Lazio nas competições europeias dessa época).
Até ao final da sua carreira como jogador, Conceição também representou o Standard de Liège, o Al Qadsia, do Kuwait, e o PAOK. No clube grego, teve funções de director-desportivo, mas foi no Standard que se estreou na área de treino como adjunto, antes de se tornar o técnico principal no Olhanense em 2011.
Como internacional português, participou em 56 jogos, marcando 12 golos. O auge da sua carreira na selecção foi no Euro 2000, onde se destacou com um célebre “hat-trick” contra a Alemanha, num encontro em que a equipa das quinas venceu por 3-0. Para além deste Europeu, no qual Portugal atingiu as meias-finais, Sérgio Conceição participou também no Mundial 2002, sem o mesmo sucesso, pois a selecção nacional não conseguiu ultrapassar a fase de grupos.
Após a sua estreia no Olhanense, a sua carreira de técnico foi construída com esforço, incluindo passagens de sucesso pela Académica, Braga, Vitória de Guimarães e Nantes, antes de se juntar ao F. C. Porto em junho de 2017. Seguiram-se sete épocas de grande intensidade no Dragão, onde conquistou 11 troféus (três campeonatos, quatro Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga), além de ter realizado boas campanhas europeias (chegou duas vezes aos quartos de final da Liga dos Campeões e mais três aos oitavos), mas também foi envolvido em várias polémicas.
O término da sua “aventura” no Dragão foi conturbado, num contexto de uma época em que obteve a sua pior classificação na Liga (terceiro lugar) e de um processo eleitoral que resultou na saída de Pinto da Costa da presidência, após 42 anos. No final do seu contrato, e após ter afirmado que não se envolveria nas eleições, Conceição acabou por apoiar o ex-presidente e renovou o seu contrato com o F. C. Porto até 2028, a dois dias do acto eleitoral.
Após a vitória de André Villas-Boas nas eleições, o técnico rescindiu e deixou o seu cargo poucos dias depois da final da Taça de Portugal, que venceu no Jamor contra o Sporting, ao saber que seria substituído pelo adjunto, Vítor Bruno. Passados cinco meses, Sérgio Conceição continua em “desemprego”, possivelmente à espera de uma oportunidade que lhe permita realizar o seu sonho de treinar um clube com aspirações à conquista da Liga dos Campeões.