O treinador do FC Porto anteviu o próximo desafio frente ao Portimonense mas não se escusou a falar de outros temas, como por exemplo a expulsão em Paços de Ferreira ou a situação de Felipe Anderson.
Jogo com o Portimonense: “Vamos ter pela frente um adversário que nos criou dificuldades no Dragão com este treinador na última época Ganhámos 1-0 com um golo a acabar o jogo. É uma equipa com bons jogadores e um coletivo interessante e que vai querer fazer o seu jogo. Vamos ver como se vão apresentar em termos estruturais. Estamos preparados para as diferentes situações do Portimonense e para vencer o jogo”.
Sobre a expulsão em Paços de Ferreira: “Foi ridícula a minha expulsão. Foi a expulsão mais ridícula que houve. Um simples olhar e cara pesada deu-me expulsão. Fui ter com ele no balneário e ele disse: ‘expulsei-te não por algo que disseste ou por falta de respeito, mas pela tua cara’. Há testemunhas disso”, contou o técnico.
“Se me perguntarem se houve outras situações em que merecia ser expulso e não fui, digo que houve”.
“Foi um jogo em que no final, como faço sempre, vou cumprimentar o árbitro. Quando o cumprimento e sem dizer absolutamente nada, viro as costas e há um comentário a dizer que a minha cara era sempre a mesma. Voltei para trás, vou começar para falar e vejo um amarelo. E eu pergunto: ‘amarelo porquê? Queria falar dos quatro minutos’. E nesse momento levo o vermelho. A partir daí, é inacreditável e ridículo. Houve outras situações em mereci ser expulso e não fui, mas também houve situações em que fui expulso e senti-me injustiçado. Lembro-me de ser expulso por festejar um golo, quando estava no Olhanense frente ao União de Leiria. Fui expulso por passar a área técnica um metro. Das duas uma: ou eu tenho de meter máscara e óculos para cumprimentar os árbitros ou não posso mais cumprimentá-los. Por um simples olhar ou cara pesada, que estava porque tinha perdido, sou expulso. Para acabar do tema, sou chamado pelo árbitro onde vou acompanhado pelo engenheiro Luís Gonçalves e onde entra também o delegado da Liga. Nesse momento pergunto ao Nuno por que me expulsou. Eu tratei-o por você e ele disse-me que o podia tratar por tu. ‘Eu expulsei-te não por alguma coisa que tenhas dito ou por alguma falta de respeito, mas pela tua cara’. Toda a gente estava a ouvir. A partir daqui, isto é um assunto encerrado”.
Conceição lamentou ainda que o episódio tenha sido tema durante a semana, afirmando que a vitória por 3-0 frente ao Marselha não foi valorizada. “Se calhar a intenção era essa. Andaram a falar a semana toda da minha expulsão, mas ninguém realçou a vitória do Paços, do Boavista e a vitória europeia do FC Porto, que foi o único clube que, infelizmente, ganhou na Europa”.
“As horas que passam a falar disto na televisão é verdadeiramente grave. Não se falam das situações que valorizam o futebol. Muitos dos ‘paineleiros’ depois de jantar têm essa facilidade de o fazer, outros por essa clubite aguda que existe. A mim se pagassem para ir para uma televisão… Eu preferia andar nas obras de manhã à noite do que fazer figuras que alguns fazem na televisão. Têm todo o direito de julgar o treinador, se o onze está bem ou mal, se o Corona está a lateral ou extremo. Isso tudo bem. Agora falar do homem, não admito. Eu exijo esse respeito”.
Duas faces do FC Porto, uma na Liga dos Campeões e outra no campeonato. Mudança de chip?: “Toda a gente, não são só os jogadores, é todo o ambiente. Acho que aconteceu um mau jogo [contra o Paços de Ferreira], talvez o pior jogo da minha carreira como treinador e já tive oportunidade de dizer isto aos jogadores, mas estes tropeções acontecem, Agora não há nada a fazer. É olhar para aquilo que podíamos ter feito, estar nesse estar de alerta, desconfiar do que poderio do adversário. Isso não é um trabalho só dos jogadores, é um trabalho também do treinador e de todos os que rodeiam. Quando ganhamos eu falo desde o presidente ao cortador da relva, quando perdemos é a mesma coisa. Cada um tem de assumir a sua responsabilidade”.
Pausa de 15 dias vai ser positivo para fazer uma mini pré-temporada?: “Não vou é ter jogadores. A minha vontade era essa [fazer uma mini pré-temporada], mas fico com poucos jogadores. Mas com os que fico e os novos, com certeza que iremos trabalhar muitas das coisas que não tivemos tempo de trabalhar neste período, com a tal intensidade competitiva, que tem sido muito grande.
Sobre declarações da irmã de Felipe Anderson: “Comigo ninguém falou, agora aquilo que falam com a Direção… Eu não vou perguntar ao presidente o que falou com a irmã do Felipe Anderson. O porquê da irmã dele dizer que precisa de uma reunião eu não sei, tem de perguntar a ela, não é a mim. Se for sobre a adaptação do Felipe é comigo, eu posso falar, isso é comigo. Se o presidente quiser pode falar comigo sobre isso, mas é normal. Há uns que se adaptam mais rápido do que outros”.
Sobre a renovação de Pepe e ausência: “O Pepe está fora do jogo. Não está disponível. A renovação é aplaudida por todos. Pelos valores FC Porto que o Pepe transmite. Ambição, competência, paixão… Esse espírito único de não estar satisfeito com aquilo que já conseguiu. Era uma situação natural”.