Michael Bates, secretário de Estado do Departamento para o Desenvolvimento Internacional desde 2016, surpreendeu a Câmara dos Lordes ao demitir-se por ter chegado um par de minutos atrasado ao início da sessão em que deveria responder a perguntas colocadas ao Executivo.
O secretário de Estado do governo britânico confessou-se “envergonhado” por não estar no lugar à hora marcada e informou que iria pedir a demissão, saindo da sala enquanto se ouviam gritos de “não” dos outros presentes na sessão, conta o The Guardian.
Foi um dos pedidos de demissão mais dramáticos dos últimos anos, assinala o jornal britânico. Bates, que faz parte da Câmara dos Lordes desde 2008, levantou-se e saiu depois de dirigir um pedido de desculpas a Ruth Lister, dos trabalhistas.
“Quero pedir as mais sinceras desculpas à baronesa Lister pela minha descortesia ao não estar no meu lugar para responder à pergunta dela sobre um assunto muito importante no início da sessão”, disse Bates. “Sempre acreditei que nos devemos reger pelos mais altos padrões de cortesia e respeito quando respondemos em nome do governo às questões legítimas da legislatura. Estou envergonhado por não ter estado no meu lugar e portanto vou entregar a minha demissão à primeira-ministra com efeitos imediatos. Lamento”, concluiu o secretário de Estado. Nesta altura, pegou nas pastas que transportava com documentos, pô-las debaixo do braço, levantou-se e saiu, enquanto se ouviam gritos de protesto.
Ruth Lister disse ao Guardian que já escrevera uma nota a Bates pedindo-lhe que reconsiderasse a demissão, que o Executivo britânico não aceitou.
Bates deveria ter começado a responder a questões na quarta-feira, pelas 15:00, mas chegou dois minutos atrasado e por isso perdeu uma pergunta sobre desigualdade de rendimentos. Na ausência do secretário de Estado, a resposta foi dada por John Taylor, líder da bancada dos trabalhistas.
Um porta-voz de Downing Street referiu: “com a sinceridade que lhe é típica, o Lorde Bates ofereceu a sua demissão depois de faltar ao início de uma sessão de perguntas na Câmara dos Lordes, mas a resignação foi recusada por ser considerada desnecessária”.