“Ele começou a sua formação aqui, depois desenvolveu-se bastante sob a orientação de outro grande treinador, o Sérgio Conceição. O que se espera é que o seu potencial continue a crescer, tanto nos jogos que realiza no FC Porto como na seleção. Devo dizer que o Brasil necessita de um jogador como o Pepê, que possui confiança no drible, capaz de abrir a defesa adversária, que jogue com personalidade e velocidade. Pepê pode oferecer muito, hoje com mais experiência e capacidades”, declara a O JOGO Renato Gaúcho, treinador do Grémio, reconhecendo que o jogador do FC Porto se tornou um avançado mais letal. “Ele sempre foi um jogador que ajudava na parte tática, cumpria o que lhe era pedido. Também teve dificuldades na finalização, mas foi melhorando e, ao observar o que tem feito no FC Porto, também melhorou bastante nesse aspecto. Não pode ser perfeito. Esses são os Cristiano [Ronaldo], Messi, Mbappé e Neymar”, sublinha. “Se recebeu críticas, é positivo que as receba, pois isso o ajudará a melhorar mais rapidamente. Não se pode viver apenas de elogios. É necessário refletir, acordar e reagir. Ele tem feito isso na finalização, evidenciando o seu potencial ofensivo e tático”, conclui.
Renato Gaúcho, um jogador extraordinário e figura emblemática no Rio de Janeiro, agora tem um papel de treinador e não se esquece de Pepê, com quem colaborou no clube do Rio Grande do Sul. “Procurei sempre aprimorar o Pepê de todas as maneiras, o que é normal, pois estava a sair da formação e tinha muito a aprender. Mas reconhecia as suas qualidades e um potencial enorme. Sempre quis transmitir-lhe confiança, pois adorava a sua habilidade no um para um, no drible. Era um jogador difícil de ser marcado. Por isso, mesmo quando cometia erros, incentivava-o a continuar a realizar as suas jogadas individuais”, relata Gaúcho, explicando as razões para Pepê ser ousado nas suas investidas contra os adversários. “Ele é muito forte nesse aspecto, invade os espaços perto da baliza contrária. É necessário que se imponha. Tenho grande apreço por essas características, essa facilidade de avançar nos duelos. Por isso, para mim, ele sempre foi um avançado, pois gera perigo e impacto no adversário”, sustenta o experiente treinador.
Embora a sua transformação pareça recente, Pepê é, sem dúvida, um jogador diferente, tendo evoluído dos 23 para os 27 anos. “Na Europa, um jogador evolui de forma muito mais rápida e eficaz, adquire experiência e aprende muito. Joga ao lado de grandes jogadores e enfrenta os melhores. É uma evolução natural, que lhe permite adquirir novas competências. Ele tem feito uma progressão em relação a tudo o que já sabia fazer em campo”, reflete o treinador, que foi um avançado com grande faro para o golo e bastante astúcia na sua época.