Crónicas

Profunda desilusão

 

Escrevo com profunda desilusão. Com pouca esperança no futuro próximo.

Mais do que falar sobre o jogo… tenho de reflectir sobre a incapacidade de gestão de recursos humanos do nosso treinador. Sobre o modelo de jogo e o próprio sistema… já me pronunciei. Não estou de acordo, não me agrada e creio que não terá futuro no nosso clube.

NES conseguiu rodar mais a equipa contra o Chaves do que fez contra o Gafanha. Venham com os argumentos todos que quiserem. Não falo do 11 inicial sequer mas sim dos jogadores que nem no banco estiveram (Óliver, por exemplo) ou que aqueles que se sentaram no banco e aí permaneceram até ao final do encontro (Brahimi, nomeadamente).
Antes de se falar dos árbitros temos de olhar para nós. Falhamos? Sim! Então se tal aconteceu devemos analisar as nossas falhas e não estar a assobiar para o João Capela.

Estas nomeações servem para uma coisa: aproveitar um deslize, uma hesitação do Porto. Caso a nossa equipa facilite… eles pisam-nos.

O onze apresentava 3 novidades: José Sá (normal); André André (aceita-se) mas juntamente com Varela já são muitas mudanças (2) num meio-campo de 4 unidades, sendo uma delas, um médio defensivo.
Otávio jogou no lugar de Óliver e não vi qualquer melhoria ou inovação, André André jogou sobre a esquerda e conseguiu levar uma bola na barra, Varela… nem sei se conseguiu alguma coisa. O mister terá as suas razões para ter tirado este coelho da cartola.

A 1ª parte foi morna. O Porto tinha mais bola mas não magoava. Os avançados não foram servidos em condições. Um meio-campo sem espaço e sem criatividade dá nisto. E não são os laterais que podem trazer magia, por muitas piscinas que façam. Só executam cruzamentos, muitos deles para fora, para o ar…

A melhor oportunidade do 1.º tempo foi para o Chaves. William a cabecear ligeiramente ao lado. José Sá não chegou a tempo de salvar a jogada.

O Chaves jogou sempre de forma compacta. Todos defendiam, todos atacavam. Uma equipa organizada e bastante agressiva.
Por sua vez, o Porto apesar de ter mais tempo de posse de bola não criou uma verdadeira oportunidade de golo.
A 2ª parte foi ligeiramente diferente. Na parte inicial…a toada do jogo foi semelhante ao 1.º tempo. Mas a partir dos 60’, o Porto foi mais intenso e o Chaves limitou-se a defender.

Com a equipa flaviense a pensar no empate » prolongamento » penalties… é estranho que o mister só se lembre de mudar alguma coisa no 11 aos 78’: tirou Otávio e meteu Depoitre.

Com o Belga em campo, precipitaram-se os cruzamentos, os cruzamentos e o jogo directo.
Faltava ao Porto arte e espaço para chegar ao golo. O empate no final dos 90’ regulamentares, castigava a única equipa que jogou para ganhar e premiava o esforço e a organização da turma local.

No início do prolongamento, duas substituições de “rompante”: saíram André André e Varela (pudera!) e entraram… Evandro e Layún (!!).

Há quanto tempo não jogava Evandro? Era ele que ia mudar o jogo? Se calhar ter Óliver no banco teria dado jeito. Layún para médio direito?!? E BRAHIMI? Nada?!?! Não serve. Se era necessário criatividade… o argelino seria uma boa poção. NES não pensou desta forma.

O prolongamento só teve uma equipa em campo. A outra preocupava-se em perder tempo. E foi novamente premiada.
Nos penalties, a primeira defesa de José Sá ainda deu esperança. E de facto o Porto muito por muito desinspirado que estivesse.. merecia ganhar.

Só que… a sorte foi para o lado daqueles que acreditaram mais em adiar a resolução da partida. Quanto mais tarde melhor.
NES tem um discurso muito bonitinho mas que já não engana nem entusiasma ninguém.
Antes dos jogos, o treinador diz que a equipa quer competir e está há muito tempo sem ganhar nada.

Durante os jogos… por muito que se esforce, não consegue acertar no sistema, no modelo ou simplesmente nas substituições.
Não vou bater mais no mister. Quero ganhar na Terça-feira. Caso contrário… poderão ser duas competições a voar num curto espaço de tempo.

Toda a gente sabe a forma como NES recebeu a equipa. E começou muito bem. Neste momento, é visível que as suas opções estão aquém da capacidade da equipa. E isto preocupa-me. Não sou a favor de chicotadas mas alguém tem de lhe dar uma palavrinha. Sob pena de aqui a 2/3 meses já sabermos que este será mais um ano sem sucesso. Sem títulos.

Por Jorge_Dragao_Aveiro