A Procuradoria-Geral da República (PGR) contraria a versão apresentada pelo Benfica, no âmbito das buscas ao Estádio da Luz, e explica que está mesmo a investigar a Benfica SAD e a Benfica Estádio por suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal. Em causa estarão cerca de 1,9 milhões de euros.
A PGR explica ainda que foram constituídos seis arguidos: três pessoas e três empresas.
Abaixo o comunicado da PGR:
«No âmbito de um inquérito, em que se investigam os crimes de branqueamento e fraude fiscal, foram emitidos 3 mandados de busca domiciliária e 5 não domiciliárias, de entre estes, dois às sociedades Sport Lisboa e Benfica SAD e Benfica Estádio Construção Gestão Estádios, SA.
Indicia-se suficientemente nos autos que estas sociedades, a coberto de uma suposta prestação de serviços de consultoria informática, realizaram várias transferências bancárias para uma conta titulada por uma outra sociedade, num valor total de 1.896.660,00€, montantes esses que acabavam depois por ser levantados em numerário. Esta última sociedade terá sido utilizada com o único propósito de retirar dinheiro das contas do Benfica.
As buscas decorreram no dia de ontem, contando com 25 Inspectores da PJ.
Foram constituídas arguidas 3 pessoas singulares e 3 pessoas colectivas.
O processo encontra-se em segredo de justiça.
A investigação encontra-se a cargo da 8.ª secção do DIAP de Lisboa/sede com a coadjuvação da PJ – UNCC».
Relembramos ainda o comunicado do Sport Lisboa e Benfica
“1. O Sport Lisboa e Benfica repudia com toda a veemência a notícia de hoje do Jornal de Notícias que afirma que o SLB foi investigado “por suspeita de fraude fiscal e branqueamento”. Tal informação é falsa e carece de qualquer fundamento.
2. O Sport Lisboa e Benfica confirma que, no âmbito de uma investigação que envolve empresas terceiras, foi solicitada e recolhida informação junto dos serviços do Clube pelo facto de serem entidades que nos prestam serviços.
3. O Sport Lisboa e Benfica não pode deixar de realçar que mais uma vez funcionou uma ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, mais uma vez fomos levianamente difamados e mais uma vez assistimos a uma violação grosseira do segredo de justiça, desvirtuando factos e procurando centrar no SLB a investigação.
4. Tais factos não poderão deixar de ficar sem a devida perseguição criminal.
5. Por tais razões avançaremos com uma queixa-crime no DCIAP e requereremos que todos os Agentes da Polícia Judiciária e todos os Magistrados que intervieram nestas diligências colaborem connosco na descoberta da identidade destes criminosos por tendência.
Lisboa, 6 de junho de 2018″