O regresso de Tomás Esteves ao plantel principal do FC Porto tem sido apontado como praticamente certo. No entanto, a concorrência de Manafá e a hipótese de adaptação de João Mário a lateral podem complicar as chances do miúdo de 19 anos vingar no Dragão.
Tomás Esteves teve, nesta época 2020/2021, oportunidade para rodar numa liga estrangeira. Foi emprestado ao Reading, equipa que compete na segunda divisão inglesa, tendo feito 30 jogos.
Apesar de começar a temporada agarrando o lugar, o jovem formado no Olival foi ficando sem oportunidades, finalizando a época como suplente frequentemente utilizado. Mesmo assim terá averbado mais minutos do que aqueles que seguramente conseguiria ao serviço do FC Porto.
O objectivo da SAD azul e branco era que o lateral conseguisse tempo de jogo para regressar ao FC Porto mais tarimbado. Esses pressupostos foram, de forma mais ou menos satisfatória, alcançados.
Pensando já em 2021/ 2022, concorrência não lhe faltará. Tomás Esteves não terá titularidade numa bandeja. Wilson Manafá e João Mário apresentaram (pensando nas suas exibições na lateral direita) um rendimento interessante. Manafá foi mesmo dos mais fiáveis para Sérgio Conceição. Foram 3980 minutos somados num total de 48 encontros realizados.
À direita ou à esquerda da defesa, o polivalente Manafá (apesar de algumas debilidades defensivas) agradou a Sérgio Conceição, tal a constância de utilização que apresentou.
Já mais perto do final da época, gerindo a condição física de Zaidu, o treinador apostou em João Mário como lateral direito (deslocalizando) Manafá para o outro corredor. O craque de 21 anos, habitualmente extremo, correspondeu, brilhando ofensivamente. Embora seja ainda cedo para se perceber todo o seu potencial a estancar investidas adversárias e a sua especialização como lateral direito possa não estar efectivamente fechada nas cogitações do treinador, será uma hipótese ainda em aberto. Pensemos também na qualidade e quantidade de extremos no plantel (roubando a João Mário algum espaço de afirmação), algo que pode adensar esse recuo do virtuoso no campo.
Nanú também poderá estar neste enquadramento, embora a sua continuidade não esteja assegurada (falasse que poderá sair para o AEK com aceitação da SAD).
Mesmo não estando garantida a titularidade ou a inserção no plantel ao longo de toda a época 2021/2022, Tomás Esteves terá pelo menos a pré-temporada para mostrar o que vale. Terá pelo menos o benefício da dúvida de Sérgio Conceição e dos responsáveis do clube, que depositam grandes esperanças na sua evolução positiva.
Esteves tem ainda um palmarés relevante a seu favor, visto que venceu a UEFA Youth League, sendo um elemento que impressionou, numa das melhores gerações oriundas do Olival. Foi também campeão nacional (com 18 anos) em 2019/20, tendo jogado por 3 vezes, provando que o timoneiro o “vê com olhos de equipa A”.