Artigo de opinião de Carlos Garcez Osório
Por estranho que pareça, queria começar pelo menos actual, mas, provável e estruturalmente, mais importante. Não estou contente nem descansado com a SAD do FC Porto. Pior, estou mesmo muito preocupado com o futuro do meu Clube.
Mas por três razões fundamentais, o foco tem de estar, por agora, noutro tema: primeiro (a ordem de enumeração não significa nada) porque estamos sob ataque, sob um ataque tão asqueroso quão hipócrita; e no momento da “batalha”, os Portistas unem-se e falam a uma só voz; segundo, porque qualquer reticência que possa ter em relação à administração do Porto será tratada no recato da nossa Família; Portista que é Portista não discute os problemas do Clube em praça pública; Portista que é Portista não dá “abébias” aos “parolos” da capital; terceiro. porque a minha justificada apreensão com os destinos do Clube não resultará, de forma alguma, em oposição à SAD, mas sim e se for possível, em mais escrutínio.
Assim e focando-me no que agora, realmente, é mais relevante, necessitamos, como nunca, de união, de lucidez e de fibra. Precisamos ainda de algo mais que referirei mais à frente. E porquê? Porque estamos, não por nossa iniciativa, em “guerra”. Numa “guerra” tão antiga quanto a nossa supremacia. Numa “guerra” quase eterna que o “mainstream” lisboeta resolve reavivar sempre que desportivamente as “coisas” lhes correm mal. O lema é mais ou menos este: o futebol só está mal e é a vergonha do mundo quando o FC Porto ganha. E aí somos os culpados de tudo e mais alguma coisa.
Mas se a opinião desonesta e uníssona dos “pedaços de excremento” da capital, por si só, diz-me muito pouco (o que eu mais queria era que falassem, falassem e nos deixassem em paz), já as tentativas, tantas vezes bem sucedidas, de reescrever a história e a verdade irritam-me sobremaneira e sei que nos podem ser muito prejudiciais num futuro próximo. Só para perceberem, são estes processos traiçoeiros que levam a que em qualquer debate a razão seja pervertida, porque aqueles vigaristas atiram para o ar expressões como “apito dourado”, “fruta”, etc. Como cobardes que são, atiram-nas para o ar sem qualquer nexo ou justificação. E conseguem, num só “truque”, não precisar de qualquer prova quer para o que atiraram para o ar, quer para o que efectivamente estava a ser discutido.
E mais uma vez pretendem fazer do jogo de 6ª feira um desses “argumentos” de recurso que utilizarão no futuro. O facto de ser completamente falso o que alegam, diz-lhes pouco. O facto de ser uma autêntica subversão da verdade, só os incita. O facto de saberem bem que a responsabilidade do que de pior aconteceu é deles e não nossa, só os une numa solidariedade tão “falsa como Judas”. Não tentem impedir a vigarice ou a delinquência com a tentativa de explicar ao vigarista ou ao delinquente que estão a proceder mal. Não sei, obviamente, quantos serão, mas devem poder-se contar pelos dedos os roubos que foram evitados porque a vítima se virou para o criminoso e lhe explicou que o que estava a fazer não era correcto.
Trafulha é trafulha e vai continuar a acreditar que um erro contra eles é muito mais importante que os 12 (doze, eu contei) que os beneficiaram. Charlatão é charlatão e vai continuar a acreditar que por ser no Dragão, todos os cobardes e vergonhosos estratagemas para retardar e encurtar o jogo lhes são legítimos. Asqueroso é asqueroso e vai continuar a acreditar que por ser contra o FC Porto, podem simular, provocar, insultar e agredir tudo e todos. Já a natural resposta ou a legítima indignação, para aquela autêntica “mafia”, são evidentes sinais de que aqui somos todos uns “ogres” néscios e violentos.
Não adianta. Não vamos lá com “paninhos quentes”. Não vamos lá com “punhos de renda”. Este é o tempo de reagir, mas fundamentalmente agir. Veementemente. Com “nervo”. Não à procura do respeito deles, porque esse nada significa para nós (o respeito de um canalha vale o que ele vale: zero). Mas sim para conseguir reverência. Para conseguir a noção que contra nós e sempre que recorrerem à falsidade, ao embuste e à hipocrisia, terão de pagar por isso.
Não com violência, apesar de ser um caminho algo atractivo. Mas com firmeza. Com tenacidade e sendo implacáveis, lúcidos e frios. Descobrindo, também, um caminho alternativo à justiça, porque não desconhecemos, quer a sua lentidão que anula, na prática, os seus resultados, quer a sua, tantas vezes comprovada, parcialidade.
Está na altura de sermos o que normalmente somos: melhores. Muito melhores. Está na altura de sermos todos “Sérgio Conceição” e conseguirmos mesmo, sem os meios deles, fazer o que nos é tão natural: ganhar.
E aqui repristino algo que deixei expresso acima. Precisamos de união, de lucidez e de fibra, mas também precisamos de outra coisa: precisamos de um Líder que venha a terreiro indicar-nos o caminho e que nos guie. Porque não é possível alguma vez mais repetir-se o nojento absurdo de termos na nossa sala de imprensa, um canalha traiçoeiro armado em visconde da merda, a debitar mentiras e injúrias contra nós e contra o nosso Comandante.
Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, esta é também a sua vez. Este é também o seu momento para revigorar o seu maior legado: a nossa superioridade. E como sempre, o mais difícil está assegurado. Temos do nosso lado a razão, a verdade e a dignidade.