Presidente do FC Porto recorreu ao editorial da Revista Dragões deste mês de março para dar o seu testemunho aquilo que foram as últimas semanas do clube “Azul e Branco”, desde a morte do eterno Alfredo Quintana como agora a mais recente qualificação histórica do FC Porto frente à Juventus.
“HERÓIS NO CÉU E NA TERRA“
Os heróis do FC Porto:
“A heroicidade sempre foi uma marca distintiva da história do FC Porto. Foi com heróis que derrotámos o Arsenal em 1948, que vencemos o campeonato Calabote em 1959, que voltámos a ser campeões 19 anos depois em 1978, que conquistámos sete troféus internacionais e muitos outros títulos de competições em que estávamos longe de ser apontados como favoritos. Nos últimos dias, por um motivo muito triste e por outro muito feliz, voltámos a ser confrontados com esta característica do clube de que tanto nos orgulhamos”.
Sobre Alfredo Quintana:
“A 26 de fevereiro, despedimo-nos do nosso querido Alfredo Quintana, um homem e atleta extraordinário, que partiu na flor da vida aos 32 anos de idade. O Quintana foi um verdadeiro herói do FC Porto. Vindo de Cuba em 2011, não demorou a adotar a cidade do Porto e o clube que o recebeu e que nunca quis deixar, apesar das propostas muito vantajosas que recebeu, como pátrias do coração. A atitude dedicada e competente com que serviu o FC Porto até ao último dia da sua curta vida é um dos seus mais importantes legados desportivos e terá de servir como inspiração para todos os que por cá continuarão a construir uma história que é eterna”.
Passagem aos quartos de final:
“A 9 de março, em Turim, outros heróis construíram mais uma página notável no nosso percurso europeu. A eliminação da Juventus, uma equipa nove vezes campeã de Itália nos últimos nove anos e candidata assumida à vitória na Liga dos Campeões, só foi possível porque a nossa equipa técnica e os nossos jogadores souberam transportar para o relvado o verdadeiro ADN do FC Porto”.
Jorge Nuno Pinto da Costa aproveitou ainda para deixar uma mensagem aos órgãos de comunicação social ainda em relação ao apuramento do FC Porto na Liga dos Campeões.
“Nas circunstâncias mais adversas, mesmo a jogar em inferioridade numérica durante quase 80 minutos, as capacidades de luta, de superação e de transformar fraquezas aparentes em forças reais voltaram a dar frutos, como foi reconhecido um pouco por toda a Europa, menos em algumas redações mais aziadas da comunicação social de Lisboa. Ouvir o que os comentadores ingleses ou o selecionador da Bélgica disseram sobre o nosso clube devia fazer corar de vergonha os Ruis Santos e Delgados desta vida, o que só não é possível porque vergonha é coisa que eles não têm”.
O presidente do FC Porto finalizou o seu testemunho com a seguinte frase.
“Estes dois acontecimentos, um tão trágico e outro tão brilhante, voltaram a confrontar-nos com o essencial da nossa existência. Tão depressa estamos cá como não estamos, tão depressa podemos estar em baixo como em cima. Quase tudo é breve e provisório. Infinito, só o FC Porto”
