O lado humano e profissional pesaram na hora da escolha, mas o mais importante, segundo o presidente, foi a qualidade
Competência e qualidade
“Conhecer o seu lado humano, o seu lado profissional e o seu amor ao clube foi importante, mas fundamental foi conhecer a competência que ele tem demonstrado ao longo destes anos. Falando com qualquer jogador que tenha sido treinado por ele ou com qualquer responsável que tenha lidado com ele, todos eles sublinham sempre o alto nível da sua competência e da sua qualidade como treinador.”
Mais difícil do que fazer o que Zidane fez
“Fez um trabalho fantástico no Nantes. Pegou na equipa abaixo da linha de água e terminou o campeonato em sétimo lugar, o que foi reconhecido por toda a gente como um grande feito. Se calhar, era mais difícil fazer o que o Sérgio fez no Nantes do que aquilo que o Zidane fez no Real Madrid com o Cristiano Ronaldo. A competência que lhe reconheço foi fundamental, foi a cereja no topo do bolo todo, formado pelo carácter, pela dedicação e pelo entusiasmo com que abraçou esta tarefa.”
Antes do Nantes
“Já antes do Nantes, já antes de ele ir para França, eu não tinha qualquer dúvida de que ele iria ser, a curto prazo, técnico do FC Porto, porque lhe reconhecia competência, capacidade e ambição para poder abraçar este projeto. As circunstâncias não permitiram que fosse antes, felizmente foi agora. O tempo que o Sérgio demorou a dizer ‘sim’ é o tempo que demora a dizer ‘sim’.”
Preocupação e satisfação
“Houve realmente comentadores, que até nem são afetos ao clube, e de quem registei com satisfação a preocupação enorme que revelavam pelo facto de o FC Porto não ter treinador. A verdade é que nós não tínhamos pressa em escolher o treinador. E quando me fala no Marco Silva e noutros que possa ter contactado, que não vou revelar, porque seria deselegante para os próprios treinadores, e quando o Nuno Espírito Santo, por proposta do seu empresário, o Jorge Mendes, se propôs a rescindir o contrato porque ia abraçar um projeto em Inglaterra, a partir daí, e depois de consumada a rescisão, tive que pensar num treinador.”
Como tudo começou
“Tinha, na minha ideia, três ou quatro treinadores e nenhum deles era o Sérgio, porque eu sabia que ele tinha assinado contrato com o Nantes por três anos e, infelizmente, pensei eu, era impossível ele vir. Fiz vários contactos até que, para ser preciso e não deixar dúvidas, no dia 27 de maio, no dia em que se comemoravam os 30 anos da vitória em Viena, almocei com o Luciano D’Onofrio e quando lhe transmiti que quem eu gostaria para treinador do FC Porto era o Sérgio Conceição, ele curiosamente disse-me: ‘Olhe, já falei com ele ontem e ele disse-me que também gostava imenso de vir para o Porto!’. Ao que respondi: ‘Mas se ele não consegue libertar-se…’. E ele explicou: ‘Ele até tem uns problemas de saúde na família e o sonho dele é vir para o Porto’. E eu disse. ‘Mas, neste momento, esse é também o meu sonho. Telefone-lhe!”. Às quatro e meia da tarde o Sérgio Conceição estava aqui, no meu gabinete, e eu fiz-lhe a pergunta de forma direta: ‘Queres ser treinador do FC Porto?’. Ele respondeu que sim. ‘Consegues?’. ‘Acho que sim’. Disse-lhe para ele ir resolver imediatamente a questão com o Nantes. No dia seguinte, às sete e meia da manhã, foi com o Luciano D’Onofrio para Paris, para encetar o processo de desvinculação do Nantes. A partir daí, terminamos todos e quaisquer contactos. O Sérgio era o meu treinador e o treinador de toda a Administração do FC Porto.”
Competente, dedicado, apaixonado
“O que nós esperamos que ele traga é aquilo que tem de trazer um treinador competente, um treinador dedicado, um treinador que tem paixão por aquilo que faz e que, por acréscimo, também tem paixão pelo clube em que trabalha. Esperamos que tudo isso lhe dê as vitórias que todos desejamos.”
Sem Messi nem Ronaldo
“Infelizmente, não há possibilidade de dar ao Sérgio os dois jogadores que ele me pediu, porque ele pediu-me o Messi e o Ronaldo. Já se convenceu de que não pode ser, embora lhe tenha custado a aceitar. Não estou preocupado com os jogadores que possam vir ou com os jogadores que possam sair. Aliás, é por isso que escolhi o Sérgio, para poder, com os jogadores que tiver – e queremos manter os principais jogadores – fazer uma equipa competitiva para ganhar.”