Nas mais recentes notícias que se podem ler na comunicação social, terá sido divulgado o audio do mais recente depoimento de Paulo Gonçalves na fase de instrução do processo e-toupeira. A análise que a comunicação social faz é que o ex-director jurídico do Benfica tentou ilibar o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, de quem é amigo pessoal, de qualquer interferência no caso da oferta de bilhetes para jogos às ‘toupeiras’.
O ex-assessor jurídico do Benfica garantiu à juíza Ana Peres, na fase de instrução, que “tinha autonomia” e que não dependia de Vieira para pedir convites.
“Se eu dependia da autorização do presidente para dar convites, não. Até porque, se fosse assim, aquilo tornava- -se inviável”, frisou, acrescentando que chegou a pedir 300 convites por época.
O jurista foi, então, confrontado pela magistrada com um mail, no qual acertava detalhes sobre a oferta de bilhetes com Luís Filipe Vieira.
Assegurou, contudo, que se tratou de um caso particular. “Se eu coloquei em algumas circunstâncias o presidente ou o doutor Domingos Soares de Oliveira em conhecimento, foi uma situação excecional. A regra é que eu não tenho que pedir autorização a ninguém”, garantiu. “O que o tribunal quer saber é que convites disponibilizava ao José Augusto ou ao Júlio Loureiro…”, insistiu, várias vezes, a juíza Ana Peres.
“Se eles vinham de boleia com o Óscar, com o meu compadre, não fazia sentido e seria até indelicado da minha parte [não ficarem no mesmo parque]. O tratamento que eu dei ao José Augusto é o tratamento que eu dou aos meus amigos”, referiu Paulo Gonçalves, adiantando: “Eu não convido pessoas para irem a minha casa e uns ficam na cozinha e outros ficam na sala. Se convido, convido todos para o mesmo sítio”, sublinhou. O Ministério Público sustenta que, em troca de convites para os jogos na Luz, os funcionários judiciais recolhiam informações sobre processos em segredo de justiça.
Paulo Gonçalves foi categórico na resposta: nunca ordenou as centenas de pesquisas que foram realizadas no portal da Justiça, algumas das quais com passwords ‘roubadas’ a magistradas. Gonçalves, que está acusado de 79 crimes, foi ainda confrontado com a entrega de camisolas a Júlio Loureiro, nas garagens da Luz. Afirmou que eram para Óscar, mas as imagens desmentem-no.