Geral

“O Benfica bateu no fundo – e a justiça foi atrás”

João Miguel Tavares, deixa a sua opinião relativamente ao recente caso e-toupeira, na sua coluna no jornal “Público” e da qual deixamos aqui um excerto que nos parece importante e bastante pertinente:

«Só alguém muito distraído ou muito tonto é que pode reduzir a Operação e-toupeira a um pequeno caso de um funcionário judicial fanático do Benfica, que, a troco de uns bilhetes para si e para os amigos, passava informações inócuas sobre processos envolvendo o clube. Convém que não nos façam passar por parvos. As suspeitas que recaem sobre o Benfica e sobre o próprio Luís Filipe Vieira são de uma gravidade extrema. Altos dirigentes daquela que é a maior e mais popular instituição do país terão decidido infiltrar-se no sistema judicial, recorrendo a funcionários de tribunais e a peritos informáticos, de forma a recolher informação em segredo de justiça e conhecer o conteúdo de processos, antever buscas e até mesmo formar funcionários do clube sobre como receber a polícia, e envolvendo pelo caminho grandes sociedades de advogados. Se isto não é uma coisa séria, então não sei o que uma coisa séria possa ser.
Quem faz isto, faz quase tudo. (…)
Aquilo a que temos assistido é verdadeiramente assustador. Quando juntamos operações como a Fizz, a Lex e agora a e-toupeira, em que estão envolvidos procuradores do Ministério Público e até mesmo juízes, somos obrigados a concluir que uma parte significativa do sistema judicial parece ter estado (ainda está?) à venda pelo melhor preço. O preço feito ao Benfica, pelos vistos, era particularmente baixo, aproveitando a malfadada paixão clubística – mas isso de forma alguma torna aquilo que aconteceu mais aceitável. (…)»

Poderá ler a crónica completa na página do jornal Público