As críticas à performance do FC Porto no Estádio da Luz são unânimes entre os fãs do clube. Nuno Encarnação, um adepto do FC Porto e apoiador de André Villas-Boas nas recentes eleições do clube, não hesitou em criticar a formação que Vítor Bruno escalou no início do jogo contra o Benfica.
“A primeira surpresa é notar que a entrega e a agressividade positiva que o FC Porto normalmente demonstra em jogos na Luz não estavam presentes. A segunda é a questão da gestão de prioridades, um ponto que já tinha sido levantado: é necessário optar entre a Liga Europa e o campeonato e planear a equipa em conformidade. Assim, quando o treinador afirma que na segunda parte os jogadores estavam fisicamente cansados, é um indicativo de que não deveria ter repetido o mesmo onze que utilizou em Roma [frente à Lázio] na Luz, à exceção do Pepê, que ficou de fora por razões físicas. Era claro que, do ponto de vista físico, algo não iria correr bem. É inviável que uma equipa mantenha a mesma intensidade em dois jogos de alto nível consecutivos”, explicou, considerando que a derrota sofrida “deverá servir de aviso para os jogadores”. “A responsabilidade pela falta de agressividade positiva e de entrega, que é crucial num jogo desta magnitude, é deles. Jogar no FC Porto implica um nível de afirmação elevado. O grande alerta é para todos os que estiveram em campo”, acrescentou.
Nuno Encarnação comentou também a advertência do presidente André Villas-Boas no balneário: “Concordo plenamente. Isto não pode ser ignorado. O presidente, que já foi treinador e viveu momentos marcantes na Luz, é o primeiro a sentir-se desapontado com todo o esforço feito para proporcionar condições aos jogadores. Estes devem retribuir com o empenho exigido. Podem até não ganhar, mas têm de se empenhar de outra forma”, defendeu, mas apoiou a continuidade de Vítor Bruno: “Continua em segundo no campeonato, com todos os objetivos em aberto. Ele precisa de se afirmar como treinador de primeira linha e demonstrar competências técnicas e táticas ao serviço do FC Porto. A questão do treinador não deveria sequer ser levantada.”
Questionado sobre os insultos de alguns adeptos à comitiva do FC Porto na chegada à cidade, Nuno Encarnação foi claro: “Repúdio total pelo que ocorreu. Esses não são adeptos do FC Porto, são marginais. Um verdadeiro adepto pode expressar descontentamento, mas não deve recorrer à violência, pois perde toda a razão.”