Noite de sábado em Famalicão foi marcada por terror para diversos membros da estrutura do FC Porto.
A situação começou com ameaças à equipa de reportagem do Porto Canal que se deslocou à Casa dos Dragões, situada em frente ao Estádio Municipal de Famalicão. O Oficial de Ligação aos Adeptos (OLA) do FC Porto também foi alvo de tentativas de agressão, para além dos atos que foram transmitidos no final do jogo, que incluíram protestos e outras situações de potencial índole criminal que, ao que tudo indica, deverão ser incluídas no relatório da polícia.
O FC Porto expressou preocupação com o aumento da violência em torno de um jogo que era essencial para estabilizar a situação da equipa e que requeria a união dos adeptos.
O primeiro incidente surreal ocorreu na Casa do FC Porto de Famalicão. A equipa de reportagem do Porto Canal, que frequentemente se desloca ao local com a devida autorização da direção, foi surpreendida por um grupo de adeptos com uma atitude hostil. Entre insultos e ameaças, e após a equipa do Porto Canal explicar a sua presença, foi-lhes gritado “Isso é para passar na CM…”, referindo-se à CMTV, um canal do grupo Medialivre que tem transmitido várias reportagens de investigação relacionadas com a Operação Pretoriano, em particular sobre o tratamento preferencial dado ao casal Madureira e os abusos identificados pelas autoridades na gestão da bilheteira, que causaram prejuízos de milhões de euros ao FC Porto.
A polícia teve de ser chamada ao local e há informações de que conseguiu identificar alguns dos autores das ameaças, que, segundo o FC Porto, poderão constituir um crime de atentado ao direito à informação. De acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, há imagens que foram registadas dentro da Casa do FC Porto de Famalicão, o que também permitirá identificar os infratores.
Mais tarde, no acesso às bancadas, o atual OLA do FC Porto, Frederick Mello, foi alvo de alguns adeptos mais agressivos em relação à distribuição de lugares, sofrendo insultos e tentativas de agressão que foram testemunhadas pelas forças de segurança.
Após a partida, além dos insultos ao grupo azul e branco, também se tentou agredir Vítor Bruno com uma garrafa. O FC Porto acredita que todos estes acontecimentos estarão no relatório da polícia e que, por essa razão, deverão ser alvo de uma intervenção rigorosa por parte da APCVD.
No que se refere a este caso, e dado que a organização do jogo não foi da sua responsabilidade, o FC Porto sente-se limitado na sua capacidade de defesa dos seus profissionais, pelo que considera essencial que as autoridades utilizem todos os meios para identificar os infratores, nomeadamente imagens de videovigilância, permitindo à APCVD avançar para a exclusão destes indivíduos, que têm uma conotação com a agitação que o clube tem vivido, de qualquer evento desportivo.
Assim, segundo o que o jornal Record reportou hoje, os responsáveis do clube, sob a direção de André Villas-Boas, associam esta noite de terror em Famalicão a “grupos dissidentes dos Super Dragões”, em particular à Curva PC, ao Grupo 1893 e aos Casuals. Contudo, não se exclui a possibilidade de se investigar a participação de elementos ligados aos atuais Super Dragões, bem como ao Coletivo 95, deixando o FC Porto essa responsabilidade, neste momento, para as autoridades policiais.
A escalada da violência no desporto irá, em breve, provocar um movimento conjunto dos três grandes do futebol português. De acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, este será um dos temas a ser discutido na próxima cimeira de presidentes, com o objetivo claro de criar mecanismos de melhor deteção e identificação de comportamentos desviantes e um trabalho mais eficaz de cooperação com a polícia para que haja a devida condenação e interdição a recintos desportivos para quem infringe a lei.