Ainda à espera de definir o futuro (Rússia, Turquia e alguns mercados árabes ainda estão abertos), Shoya Nakajima concedeu uma entrevista a uma publicação japonesa (Goethe), onde relembrou a polémica causada com a recusa de treinar com o plantel do FC Porto, no início do período de confinamento em Portugal devido à Covid-19.
Uma decisão que lhe destroçou um futuro risonho na Invicta, mas da qual não se arrepende. “Naquela altura não sabia o que era o coronavírus e não havia cura. A minha esposa tem asma e uma pneumonia era séria ameaça à vida. Algumas pessoas morreram assim e a minha filha ainda era pequena. Para mim, a família é a coisa mais importante, coloco-a acima de tudo”, explica o criativo, que na temporada passada esteve emprestado ao Portimonense.
Depois dos dragões retomarem os trabalhos, Nakajima treinou-se cerca de uma semana, mas não se sentiu seguro com o contexto. “Enquanto outras equipas ainda treinavam com pequenos grupos de jogadores, o FC Porto começou a treinar com toda a equipa. Tínhamos duas salas separadas, mas não parecia socialmente distanciado. A minha mulher estava doente na altura, se eu fosse infetado com Covid-19 colocaria a minha família em risco. Não quero ver a minha esposa e filha sofrerem, então tomei a decisão de ficar com elas”, contou. “Não participei nos treinos, perdi a minha posição na equipa, mas não me arrependo. Fiquei fora da seleção do Japão, se precisarem de mim estarei disponível”, assegurou.
Com poucos mercados ainda em actividade, a progressão na carreira terá de ser decidida nas próximas horas. A liga ideal seria “num país bom para criar filhos”. O nipónico refere que a sua idade (28 anos) já lhe vetou oportunidades em campeonatos mais fortes divulgados. “Como jogador de futebol, já sou um pouco velho”, comentou, soltando um sorriso. “A verdade é que a cada ano que passa estou mais velho, mas quero manter a cabeça no lugar. Quero dar o meu melhor e crescer dia a dia. Acho que vai ser difícil, mas quero fazê-lo. Quero melhorar ainda mais o meu futebol para poder fazer aquelas jogadas que só eu sei fazer”, concluiu.