Conhecido pelo seu temperamento, Otávio considera que nunca faltou ao respeito a nenhum árbitro. Em declarações à revista “Dragões” deste mês, o médio abordou o tema e a expulsão em Milão.
“Sempre fui assim. Fui criado a jogar no bairro, na terra, e tive sempre aquele lado provocador que faz parte do futebol. Hoje o pessoal leva isso para o lado errado. Quando ligo a televisão está toda a gente a falar do Otávio, que não leva amarelos e não sei quê… Se é assim, preparem-se, porque ainda vão ter de falar muito mais. Não vou mudar por falarem mal de mim e de algo que me fez chegar até aqui. Não vou parar. Falarem de mim é bom. É melhor do que não falarem”, disse, antes de recordar um episódio com o ex-companheiro de equipa Hernâni.
“Por acaso há dias estava a falar com o Hernâni, que agora joga no Rio Ave, e ele disse: “Fogo, Baixinho, quem não te conhece acha que tu és mesmo fo****! Eles aqui perguntam-me se o Otávio também é assim fora de campo”. Respondi-lhe que me transformo dentro do campo, fora sou outra pessoa. Quem me conhece sabe como sou e qual a minha índole. Às vezes, lá dentro reagimos a uma coisa ou outra e isso é normal para quem quer ganhar. Há coisas em que preciso de evoluir, é verdade, mas não é nada de agressivo como tanto falam”, considerou, antes de abordar no que é que precisa de evoluir.
“Na minha forma de estar, por vezes. O pessoal reclama que não vejo amarelos por reclamar, mas a verdade é que nunca faltei ao respeito aos árbitros. Tenho a minha maneira de me expressar, mas não digo palavrões na direção deles ou mesmo para eles, como já vi vários jogadores fazerem sem levarem amarelo. Depois ainda falam da minha agressividade, mas eu nunca tinha sido expulso e só fui com duas faltas em Milão. Numa levei amarelo por uma confusão em que tinha razão. O Inter meteu a bola fora para ir ao VAR e queria que devolvêssemos a bola. Se o VAR visse que tinha havido falta, chamava o árbitro para ele assinalar. Não tem de ser uma das equipas a atirar a bola fora para depois eu ter que a devolver. Não vou devolver, se tentaste cavar um penálti que nem sequer existiu. Essa regra não existe e foi por isso que levei o primeiro amarelo. O segundo eu entendi. O árbitro disse que era para manter o controlo do jogo, mas esse controlo do jogo prejudicou-me. Não fiz nada, eles vieram para cima de mim e eu é que levei o amarelo”, contou Otávio.