FC Porto

Lucho González: No FC Porto disseram-me que tinha de escrever um livro”

O ex-capitão do FC Porto, Lucho González, participou numa entrevista com Juan Pablo Varsky no podcast Clank, onde recordou a sua passagem pelo clube.

“Quando cheguei ao FC Porto, no meu segundo ano, disseram-me que tinha que escrever um livro. ‘Sobre o quê?’, perguntei. Não tenho intenção de escrever um livro, prefiro guardar esses momentos inesquecíveis para mim”, lembrou El Comandante, ao ser confrontado com os nomes de grandes jogadores que partilharam o balneário com ele na Invicta e em outros lugares.

Ricardo Quaresma, Lisandro López, Mascherano, Otamendi, Pepe, James Rodríguez, Carlos Tevez, Riquelme, Aimar e Messi foram alguns dos nomes que ele mencionou. Lucho González foi claro: “Sinto-me um privilegiado. Sempre encarei isso de forma natural. Aliás, hoje em dia, se tiver a oportunidade de ver um jogo da liga do Qatar, eu vejo, porque conheço”.

Ao recordar o momento da sua chegada ao FC Porto, o antigo capitão dos dragões mencionou que quebrou com a tradição.

“Lembro-me que, quando fui transferido do River Plate para o FC Porto, sendo que sempre houve jogadores argentinos em várias ligas, Portugal não era um destino de referência para os argentinos. Costumávamos ir para Espanha ou Itália…”, observou.

Lucho continuou a falar sobre como abriu portas para muitos dos seus compatriotas no futebol português: “Fui transferido para o FC Porto e alguém me perguntou se não tinha receio de perder o meu lugar na seleção argentina, uma vez que já tinha estreado com Marcelo Bielsa. Respondi que não e tudo se desenrolou de forma natural”.

Após o FC Porto, Lucho González transferiu-se para o Marselha, onde também guarda as melhores e mais peculiares recordações: “Nunca experimentei algo como o que vivi em Marselha. Os adeptos assemelham-se muito aos argentinos. Não tinha noção de que gostavam tanto de mim. Havia uma pessoa que me trazia, todos os dias, fotos do Che Guevara. Um dia, tive que dizer que sabia quem era Che Guevara, mas que não gostava e que não queria mais fotos dele”, partilhou Lucho González, entre risos.

“O melhor treinador que tive foi Marcelo Bielsa, porque me ensinou a jogar sem a bola”, destacou o antigo internacional argentino, que participou em 51 jogos, marcou sete golos e fez quatro assistências pela seleção do seu país, além de ter conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, com a seleção sub-23.

“Nunca mais consegui ver o jogo em que fomos eliminados do Campeonato do Mundo na Alemanha, em 2006”, revelou Lucho González, ao encerrar a sua reflexão sobre a sua evolução em campo.

 

“Nos escalões jovens jogava a trinco, mas como era alto fui para segundo ponta-de-lança. Depois, já no Huracán, comecei a jogar na posição 8”, concluiu sobre as várias posições que ocupou.