A Federação Portuguesa de Basquetebol, juntamente com os clubes da Liga Betclic, decidiu, na passada sexta-feira, adiar a jornada inaugural, em virtude de dificuldades na inscrição de jogadores extracomunitários, de acordo com a nova Lei da Imigração.
Em julho, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e diversas federações desportivas chegaram a um acordo para acelerar os processos de autorização. No entanto, passados mais de dois meses, os clubes têm enfrentado uma considerável carga burocrática, que varia conforme os países de origem dos jogadores, não estando, assim, na sua melhor forma para competir.
Essas dificuldades já afetaram a Supertaça – o Benfica não contou com Marcus Thornton e Tyler Stone, enquanto o FC Porto não teve Devyn Marble e Wes Washpun – e a situação mantinha-se para a primeira ronda, que estava agendada para o Dragão, com o FC Porto a receber o Póvoa.
Desta forma, o início do campeonato foi adiado para o dia 12, com um total de seis jogos, incluindo o clássico entre o Sporting e o FC Porto (15h00).
Comunicado dos 12 clubes da Liga Betclic:
“Os clubes informam que, por unanimidade, decidiram não participar nos seis jogos da primeira jornada da Liga Betclic Masculina 24/25, tendo a Federação Portuguesa de Basquetebol (“FPB”) concordado em reagendar essas partidas para datas a definir.
Os motivos que levaram a esta decisão (de último recurso) foram os seguintes:
Apesar dos esforços para cumprir com as normas estabelecidas no Protocolo assinado entre a AIMA e cinco federações (incluindo a de Basquetebol) para a agilização dos processos de concessão de autorização de residência a jogadores estrangeiros, a realidade do Basquetebol (onde a maioria dos jogadores estrangeiros provém de um país – Estados Unidos da América – com um processo de emissão de documentos que é extremamente demorado) e as numerosas dificuldades práticas que os clubes enfrentaram no tratamento da AIMA em relação a vários processos (tratamento desigual para situações idênticas, lentidão nas respostas, entre outras situações anómalas que são do conhecimento da FPB e das autoridades competentes) levaram a que os clubes se encontrassem, no início do campeonato, em situações muito desiguais no que se refere a jogadores estrangeiros com autorização para competir. Alguns jogadores estrangeiros, em certos casos, já se encontram em Portugal há várias semanas e, por isso, nas folhas salariais dos clubes.
Por esta razão, uma vez que nenhum dos 12 clubes deseja competir em condições de vantagem desleal em relação aos demais, foi tomada a decisão mencionada.
Os clubes esperam, naturalmente, que a situação se resolva nos próximos dias para que a 2.ª jornada possa decorrer com normalidade. Para isso, apelam às autoridades, por um lado, para que tenham sensibilidade em relação ao contexto particular do basquetebol já referido (atrasos nos Estados Unidos da América na emissão dos documentos solicitados por jogadores e clubes) e, por outro, para que haja consistência nos processos e cumprimento dos prazos estabelecidos no Protocolo.
Aos sócios e adeptos dos clubes, assim como aos entusiastas do basquetebol em geral, e aos parceiros e patrocinadores, os clubes solicitam a compreensão por esta decisão (que se reitera, é de último recurso), tomada em defesa da verdade desportiva e da dignidade do basquetebol português.
Juntos pelo Basquetebol!”