O juiz Pedro Mourão foi a duas finais da Liga Europa a convite do presidente da SAD do Benfica, Luís Filipe Vieira. O desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa confirma ter aceitado o convite do dirigente do Benfica e reconhece que não pagou um cêntimo para ir ver as duas finais europeias que o Benfica disputou: primeiro contra o Chelsea, em 2013, em Amesterdão; e, no ano seguinte, em Turim, contra o Sevilha. “Fui convidado e aceitei, não vejo mal nenhum disso”, diz o juiz. “Fomos e viemos num avião que estava cheio de políticos e jornalistas. As despesas foram todas asseguradas pelo Benfica, é verdade.”
Segundo o site “Tribuna Expresso”, o nome deste juíz faz parte de uma lista fornecida pela equipa de advogados de Luís Filipe Vieira à equipa do Ministério Público que investiga a Operação Lex.
Pedro Mourão já foi presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes e esteve também envolvido no processo Apito Dourado. Seguindo uma notícia do Expresso de 2006. À data, o então presidente da CD da Liga de Clubes tinha estado envolvido directamente em várias decisões. A instauração de um processo disciplinar ao presidente do Gil Vicente, António Fiúza; a remessa de um requerimento à Procuradoria-Geral da República a pedir certidões do processo Apito Dourado para eventual procedimento disciplinar; e a abertura de mais de 60 processos disciplinares a árbitros que não apresentaram dentro do prazo o respectivo registo de interesses.
Após a sua saída desta posição na Liga, Pedro Mourão disse:
“Gostaria de saber a evolução que tiveram os meus despachos”, assegurou, sublinhando que “há matéria disciplinar para apurar nas certidões do Apito Dourado e, quanto ao registo de interesses dos árbitros, lembro que o atraso registado na respectiva entrega é, por si só, um ilícito disciplinar”.