Apoio material a claques desportivas; anuência a solicitações de “bilhetes baratos”; corrupção desportiva e tráfico de influências junto dos árbitros; espionagem e devassa da vida privada; recurso a bruxaria como garante de melhores resultados desportivos; invasão informática aos dados e informações pessoais de Jorge Jesus – são as condutas alegadamente reveladas pelo Benfica e que são muito graves conforme escreve o juíz do Tribunal Cível do Porto, no acórdão que condena o FC Porto e Francisco J. Marques em mais de dois milhões de euros de indemnização.
Neste acordão, e segundo este artigo revelado hoje pelo Correio da Manhã, o juiz define os crimes que podem ser imputados ao Benfica e fá-lo ao comparar o processo dos mails com uma notícia conhecida anos antes e que atingia o Sporting.
Estava em causa a acusação de um crime de fraude fiscal e os tribunais decidiram condenar um jornalista ao pagamento de uma indemnização de mais de 80 mil euros.
Segundo a publicação do Correio da Manhã, é aqui que o magistrado considera que muitas destas informações têm manifesto interesse público e por isso os valores indemnizatórios têm de ser inferiores.
Sobre os valores pedidos pelo Benfica – e os danos desportivos – o juiz ironiza. Lembra que não foi seguramente por causa dos programas do Porto Canal que os encarnados perderam por 5-0 contra uma modesta equipa suíça na Liga dos Campeões (Basileia).