O presidente do Tribunal da Relação do Porto não aceitou o pedido de escusa do juiz Eduardo Rodrigues Pires, como relator dos recursos da ação cível que opõe o Benfica ao F. C. Porto, no caso da divulgação dos emails dos encarnados.
Nuno Ataíde das Neves considerou que o facto de o magistrado ser adepto e sócio há dezenas de anos, bem como acionista, do Benfica não interfere com a isenção e imparcialidade do juiz.
“Julga-se improcedente o presente incidente de escusa deduzido pelo senhor desembargador Eduardo Manuel Baptista Martins Rodrigues Pires, mantendo-se a sua intervenção” no processo em causa, lê-se na decisão, hoje tomada, a que a agência Lusa teve acesso.
Eduardo Pires tinha pedido a dispensa de intervir neste caso, uma vez que é sócio do Benfica há mais de 50 anos, tendo recebido em março de 2019 o emblema 'Águia de Ouro', sendo também acionista da SAD encarnada e frequentador assíduo do Estádio da Luz.
O juiz admitiu mesmo ser um “apaixonado adepto do Sport Lisboa e Benfica”, considerando que a sua intervenção num processo em que o clube está envolvido poderia levantar suspeitas sobre a sua imparcialidade.