Até ao último domingo, Jesualdo Ferreira era o mais recente treinador do FC Porto a sofrer três derrotas seguidas, uma situação que remonta a 16 anos, quando perdeu contra o D. Kiev e Leixões no Estádio do Dragão, e na casa da Naval, estabelecendo uma comparação com a situação atual.
O professor reconhece que a situação da equipa de Vítor Bruno é complicada, mas apressa-se a esclarecer que “não estamos a falar de desastres sem possibilidade de recuperação, é claro que é recuperável”, citando a sua própria experiência: “São situações que ocorrem em todas as equipas. Na altura, era uma circunstância anómala, que conseguimos inverter num jogo que era crucial para nós na Champions e que era fundamental para retirar a equipa daquela situação. O mérito em situações como estas está sempre relacionado com os jogadores e com a forma como conseguiram entender a situação.”
O técnico experiente, de 78 anos, lembra que não existe uma solução mágica para resolver problemas como estes. Na sua opinião, assim como em 2008, a solução terá de ser encontrada em conjunto, com ênfase naqueles que estão em campo.
“O papel dos jogadores é fundamental. Nestas circunstâncias, todos são responsáveis, mas há sempre um que é mais responsável do que os outros, que é o treinador… Contudo, a continuidade de resultados negativos ou uma recuperação positiva sempre dependerá de todos em conjunto, incluindo o próprio clube, a sua estrutura e a sua base de apoio e adeptos. Conseguimos inverter essa espiral de derrotas, depois de perdermos dois jogos em casa e um fora”, destacou Jesualdo, referindo-se à vitória em Kiev, que pôs fim à crise.
Palco de eleição
Curiosamente, o próximo jogo do FC Porto será também fora de casa, e o professor acredita que pode ser o cenário ideal para mudar o atual panorama adverso. “É o jogo ideal, na minha opinião. É um excelente teste à capacidade atual do FC Porto e à sua perspetiva futura, uma vez que as coisas não vão terminar no jogo contra o Anderlecht”, sublinhou o técnico, reconhecendo a desilusão que se apoderou dos adeptos do Porto após a derrota na Taça de Portugal, uma vez que “acabou uma competição”.
Jesualdo Ferreira recorda que, no seu tempo, não sentiu “da parte da estrutura, com o presidente Pinto da Costa e Antero Henrique, nada que não fosse apoio e confiança em tudo o que tinha realizado até então”.