Foi confirmada no dia de hoje, por parte de Rogério Bravo, que o inspetor-chefe da Polícia Judiciária foi constituído arguido, por suspeitas de colaboração com a Doyen, num processo do caso “Football Leaks”.
No início do julgamento, a defesa de Aníbal Pinto começava então a questionar Rogério Bravo, que pediu para fazer uma declaração inicial que foi a seguinte: “Antes de iniciar o meu depoimento, gostava de fazer uma breve declaração sobre uma certidão que foi requerida e que fez reabrir um processo, no qual fui constituído arguido. Nesse âmbito, antevendo questões que possam agir sobre esse, acho que não devo responder a questões em que sou arguido num lado e testemunha no outro”.
Margarida Alves, que é a presidente do coletivo de juízes, relembrou Rogério Bravo de que foi arrolado como testemunha de defesa de Aníbal Pinto e que no máximo dos possíveis deve “esclarecer na medida daquilo que entender” e ainda referiu que “Pode recusar-se a responder quando achar que se está a autoincriminar”.
No dia 10 de Dezembro, a extração de certidão foi proferida após um requerimento da defesa de Aníbal Pinto, requerimento esse apresentado pelo advogado João Pereira dos Santos. Em causa estão crimes como: Falsidade de depoimento, corrupção, abuso de poder e denegação de justiça.
A procuradora do Ministério Público, Marta Viegas, referiu que a matéria “já se encontra apreciada em processo-crime” e que o mesmo estava já “arquivado”, concluindo que não se ia opor à extração da certidão “para que seja reaberto o processo”.
Rui Pinto está acusado num total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.
Em liberdade desde 7 de agosto, “devido à colaboração” com a Polícia Judiciária, Rui Pinto está inserido num programa de proteção de testemunhas num local desconhecido e com proteção policial.