Futebol

Há 75 anos, o mítico Barrigana transferia-se para o FC Porto.

Foi há 75 anos, a 24 de setembro de 1943, que o Sporting autorizou Frederico Barrigana a transferir-se para o FC Porto. O histórico guarda-redes defendeu as balizas portistas durante 12 temporadas e participou em quase 300 jogos, que lhe valeram a alcunha significativa de ‘mãos de ferro’. Integra, a par de nomes como Siska, Américo, Mlynarczyk, Vitor Baía, Helton e Iker Casillas, uma linhagem de guarda-redes de elite que representaram o FC Porto durante os últimos 125 anos.

Frederico Barrigana fez-se jogador de futebol no Unidos do Montijo, perto da terra que o viu nascer, Alcochete. No início de 1943 o Sporting avançou para a sua contratação, mas a baliza leonina, nessa altura, era propriedade exclusiva de João Azevedo, um ‘monstro sagrado’ das redes. Por isso, nunca chegou a debutar de leão ao peito.

Ainda nesse ano, um acontecimento de cariz político, com remoques cinematográficos, marcou a vida de Barrigana. Conta-se assim: O guarda-redes do FC Porto, Bela Andrasik, húngaro de nascimento, desapareceu misteriosamente. Veio a saber-se depois que era um espião antinazi e que fugira do país com medo que tal se descobrisse pela polícia secreta no país de Salazar.

Com a baliza vazia, os dirigentes do FC Porto pediram encarecidamente ajuda ao Sporting, que emprestou Barrigana. Chegado ao Porto, o guarda-redes pode finalmente provar o seu valor. Pegou de estaca e já não regressou ao Sporting. Durante 12 anos mostrou qualidades invulgares na baliza portista (também na Selecção), com destaque para a segurança com que saía de entre os postes.

Na parte final da carreira, após sair do FC Porto, jogou três anos no Salgueiros. Foi internacional em 12 ocasiões, com estreia num Espanha-Portugal.