Aos 25 anos, Francisco Moura inicia agora uma fase crucial na sua carreira, que até agora se apresenta como o maior desafio que enfrentou. A sua chegada a um grande clube, como o FC Porto, pode ser considerada tardia, especialmente se tivermos em mente o impacto que teve ao surgir, de forma explosiva, na equipa principal do Sp. Braga na temporada 2020/21. A expectativa era de que a sua afirmação se daria em breve, mas uma lesão durante um treino afastou-o do campo por vários meses, o que atrasou a sua afirmação ao mais alto nível.
Os obstáculos que Francisco Moura enfrentou apenas o motivaram a regressar mais forte. A sua forte personalidade, que pode ser confundida com timidez, faz com que seja reconhecido como um profissional exemplar. Aqueles que o conhecem afirmam que esse revés apenas aumentou a sua ambição de vencer. Esta opinião é corroborada pelos resultados que o lateral obteve nas temporadas subsequentes à sua lesão, que o levaram a alcançar o nível que sempre desejou: integrar um clube que disputa títulos, como o FC Porto.
A lesão no joelho que o afastou dos relvados durante cerca de oito meses ocorreu num treino, apenas alguns dias após um dos melhores desempenhos da sua carreira. No Estádio da Luz, o lateral marcou dois dos três golos com que o Sp. Braga derrotou o Benfica num jogo do campeonato. No dia seguinte, em entrevista ao Canal 11, expressou que estava a viver um sonho e garantiu que o melhor ainda estava por vir. “A Seleção Nacional é um objetivo e vou trabalhar para lá chegar”, afirmou Francisco Moura, que agora, ao representar o FC Porto, se aproxima da realização desse sonho.
No balneário, o novo camisola 74 dos dragões é reservado e evita euforias. Prefere ficar no seu canto, mas sempre focado no seu trabalho. Além disso, aqueles que o conhecem destacam que ele se preocupa com a sua rotina fora do clube, como o descanso, a alimentação e o cuidado com o corpo. Mostra-se igualmente atento e interessado no treino e em tudo o que o possa ajudar a melhorar no futuro. Estas características são fundamentais agora que está a iniciar uma nova etapa, tendo ainda duas semanas sem jogos para se adaptar às ideias de Vítor Bruno.
A sua dedicação no adeus ao Minho foi bem recebida. Após várias semanas de negociações entre o FC Porto e o Famalicão, Francisco Moura nunca se desviou do seu trabalho no Minho, mesmo no dia que antecedeu o fecho do mercado, quando a equipa jogou em Guimarães. O lateral participou na totalidade do jogo, vestindo a braçadeira de capitão e dando o seu melhor à equipa, como sempre foi seu hábito. Esta atitude foi bem vista em Famalicão e confirmou que Francisco Moura foi um profissional exemplar até ao seu último dia no clube. Desde o verão de 2022, o esquerdino totalizou 70 jogos, tendo marcado quatro golos e realizado 10 assistências.