Francisco José Viegas manifestou uma profunda desilusão após a derrota do FC Porto frente ao Benfica, com um resultado de 4-1. O escritor, de 63 anos e um fervoroso adepto dos dragões, reconheceu a incapacidade da equipa de Martín Anselmi em enfrentar a superioridade do eterno rival, mas acredita que o técnico argentino ainda pode continuar a liderar a equipa na próxima temporada.
Viegas defende que “o FC Porto vai ter de se reconstruir, não vale a pena ter ilusões”, referindo-se ao legado deixado pela administração da SAD que é liderada por André Villas-Boas.
Que comentário faz sobre o momento do FC Porto após esta derrota marcante frente ao Benfica?
Uma equipa que não apresenta um bom jogo não pode esperar vitórias. O que se confirmou foi um grande desnível de plantel e uma estabilidade emocional que se encontra em frangalhos no FC Porto, além de problemas na estratégia de jogo. Com todos estes fatores, um resultado positivo não era realista. Perdemos. É um facto. E a derrota aconteceu porque a equipa não se apresentou a um bom nível.
Acredita que o treinador Martín Anselmi pode continuar na próxima época após esta crise de resultados?
Ele pode, mas é uma questão de avaliar se é o suficiente. Até agora, não demonstrou as qualidades que se esperavam, mas acredito que precisa de mais tempo.
Concorda com a decisão de André Villas-Boas de punir os jogadores com um estágio após esta derrota?
Concordo plenamente. Ser jogador do FC Porto não é um mero intervalo na vida ou na carreira, e o que aconteceu não foi um jogo, mas um verdadeiro desastre. Embora não tenhamos sofrido a mesma derrota que o Benfica já havia experimentado frente ao FC Porto, foi um desastre, e a equipa não apresentou qualquer qualidade. O FC Porto só pode queixar-se de si mesmo.
Acha que a direção do clube também deve assumir responsabilidades neste momento da equipa?
Sem dúvida que a direção tem responsabilidades. Especialmente após ter herdado um clube completamente arrasado, endividado, emocionalmente desorientado, financeiramente vulnerável e com a perda de jogadores fundamentais que não foram adequadamente substituídos. Já se previa, desde os anos 2000, que esta situação ocorreria. O desastre é evidente. Serão necessários pelo menos dois anos para reequilibrar as contas, o plantel e as dinâmicas no balneário. O FC Porto precisa de uma reconstrução, não vale a pena ter ilusões.