Essa história do Presidente deixar o Clube e serem os sócios de forma livre e sem indicações dele a escolherem o futuro de forma não condicionada foi das poucas coisas em que ele me enganou e "topei" isso na altura em que foi operado ao coração e deixou cartas para serem lidas por A,B e C no caso de morrer. Nunca se soube o conteúdo dessas cartas, embora claramente alguns dos mencionados nelas tivessem ideia do que diziam, porque foram destruídas após a recuperação dele.
Há claramente uma estratégia e um plano de sucessão delineado, com quais artistas poderia especular mas não quero nem sequer me apetece no meu íntimo raciocinar sobre isso.
Outra questão que de forma constante se diz aqui e noutros lados, para amaciar a questão mesmo que não seja essa a intenção de tantos que o fazem e eu compreendo porque a "passagem" de incondicionais ao "grande líder" a críticos não se consegue fazer de um dia para o outro, é ele "estar cansado", não ter a "pujança" de antigamente como se a missão dele fosse a de um atleta ou de um trabalhador de uma atividade em que o físico contava para um excelente desempenho. Eu tinha uma atividade muito intensa, era um operacional no terreno e com 55 anos mandaram-me embora (reformaram-me) e eu senti também que era um ciclo que tinha acabado. Foi-me proposto trabalho de gabinete porque do ponto de vista mental eu estava muito bem e até muito melhor que durante o tempo que fui novo. Não aceitei por motivos que me escuso de dizer mas hoje estou arrependido, mas não venho aqui falar de mim isto foi apenas uma pequena comparação não muito apropriada porque o trabalho de Pinto da Costa era o "gabinete" e o meu nunca foi. Ele está, pelo menos é essa ideia que tenho quando o ouço falar e já o conheço há mais de 40 anos, como era dantes, como sempre foi, com defeitos e virtudes. Logo o problema está na incapacidade dele resolver problemas novos porque desde sempre apostou sempre na mesma equipa e nunca a renovou a não ser quando se zangou com alguém ou lhe "deram com os pés".
Agora um facto novo que se tem agravado nos últimos anos; o FCP tornou-se para aquela gente a fonte de sobrevivência, fora dela não têm espaco e teriam que lutar pela vida para terem dinheiro, muito dinheiro e vida fácil. Dirão muitos que Pinto da Costa já não precisa disso e é verdade mas o problema é que, na minha opinião, quem o rodeia sabe segredos, sabe coisas perigosas que se passaram e passam no momento e está refém deles porque tem medo.
Outro facto novo, se calhar é velho para ele mas não sabíamos antes, é a recuperação do filho - tem um projeto para ele. Aqui já entra a demência o querer perpetuar-se mesmo após a morte com genes semelhantes (isto foi dito pelo próprio filho numa entrevista - "porque não? tenho os genes do meu pai").
Creio que muita água vai correr até haver uma definição concreta no FCP mas com a "carneirada" que existe nos adeptos de futebol (na política é quase igual embora mais triste aí) só uma situação de fatalidade não prevista ou seja acordarmos de manhã ou termos uma notícia repentina do tipo "morreu" (todos estamos sujeitos a cair de um momento para o outro) haverá condições de mudança. Mesmo aí já devem ter um plano mas será mais fácil encontrar outras alternativas.