F.C. Porto-Benfica, 5-0 (destaques azuis e brancos)
Ninjas e Samurais na lenda de um enorme monstro verde
Hulk
Quem pára este Hulk? Caiu cedo, queixando-se de uma cotovelada de David Luiz. Viu Sapunaru recuperar, recebeu a bola no pé e encarou o adversário de frente. Agigantou-se. Não podemos garantir, mas sentiu-se ali o temor do encarnado. Arrancada, David Luiz pelo chão, tentando ainda segurar o portentoso brasileiro. Em vão. Linha de fundo, assistência, golo. Que força, que poder! Repetiria o movimento na segunda parte, desta vez sobre Fábio Coentrão. O português também caiu e cometeu grande penalidade. Oportunidade para o primeiro golo de Hulk frente ao Benfica. E o segundo, já agora, num remate cruzado, à entrada da área. Está aí um dos jogadores mais entusiasmantes da actualidade. 10 golos na Liga!
Belluschi
Naturalidade impressionante do Samurai na finta sobre David Luiz, no segundo golo do F.C. Porto, tirando o cruzamento com a canhota para o toque de classe de Falcao. Acomodou-se à posição ofensiva e por lá ficou mais alguns minutos, batendo em velocidade o pesado Sidnei. Pausa, olhos em Falcao, passe à medida. A simplicidade como sinónimo de beleza no futebol. Promete uma segunda temporada ao mais alto nível, após período de adaptação ao futebol português.
Falcao
Rival à altura para Majder, com um jeito digno de um Ninja. Marcara de calcanhar frente ao At. Madrid, na época passada, mas este movimento supera todos os ensaios. Bola a meia altura, Falcao já perto da baliza, estica a perna perante a passividade de Luisão e toca de calcanhar no ar, contra todas as previsões, para o fundo da baliza encarnada. Muitos dos presentes nem perceberam. Revejam nas imagens televisivas. Valerá certamente a pena. Dor de cabeça constante para os centrais encarnados, fez ainda o seu 6º golo na Liga 2010/11, rematando no coração da área, após novo passe de Belluschi.
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Varela
Resolveu em Coimbra e surgiu no local indicado para desequilibrar o Clássico. Seis golos na Liga portuguesa, um excelente registo para um avançado que tem feito carreira nos flancos, não tanto nas proximidades da baliza adversária. Ganhou vários duelos em velocidade com Maxi Pereira, por norma um jogador com argumentos nesse capítulo.
Sapunaru
Lançamento longo para a corrida de Belluschi, no terceiro golo do F.C. Porto. Cereja ofensiva em cima de bolo defensivo com aspecto interessante. Saiu-lhe a fava, teoricamente, mas demonstrou desde o início que estava preparado para anular o irrequieto Fábio Coentrão. Posicionamento irrepreensível, apostando nas antecipações para compensar eventual falta de velocidade. Nem parece o mesmo Sapunaru da época passada. Fez a melhor exibição de dragão ao peito, para uma afirmação crescente no onze de André Villas-Boas.
Dois clássicos, duas vitórias. Liderança folgada na Liga, com dez pontos à maior sobre o rival deste domingo. Apostou na rotatividade moderada para potenciar as qualidades dos habituais suplentes e recolheu frutos. Não inventou, manteve a estrutura, ganhou apostas em Guarín, Sapunaru ou Maicon. Consegue mais com o mesmo. O sucesso começa por aí
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