Acho que melhor homenagem a Constança Cunha e Sá era difícil.
Não a considerava uma pessoa de esquerda - pelo menos, fiquei muito surpreendido com o apoio recente dado ao António Filipe - e era assim que se definia em 2005.
Politicamente, como é que se define? Ou é como o anterior director de Informação da RTP, José Rodrigues dos Santos, que explicou que não votava para manter a equidistância?
Não, não é preciso deixar de votar para manter a equidistância. Eu acho que um jornalista pode votar, como qualquer outro cidadão. E o voto não lhe retira qualquer espécie de independência. Nunca tive filiação partidária, nem nunca me identifiquei com um partido, mas não tenho dúvidas em afirmar que me sinto mais próxima do centro-direita do que da esquerda. Mas tento que isso não passe nas entrevistas.
Acima de tudo era uma pessoa independente (olha, como o Vasco Pulido Valente ou o Miguel Sousa Tavares), aberta ao contraditório, sem opiniões de trincheira.