Música

  • Iniciador de Tópicos Equilibrium
  • Data de início

Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
9 Julho 2016
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Provocaçãozinha: tens a certeza de que essa equipa não conseguia também pegar nas canções do Quim Barreiros ou, a outro nível, do Variações, e transformá-los em ícones globais?
Se não estou em erro foram os GNR e os Herois do Mar que estiveram em estúdio nos albuns do Variações.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Absoluta. Primeiro, nem o Quim nem o Variações (que tinha uma voz grandiosa) tinham a voz e a capacidade para dançar do Jackson. Estamos a falar de um miúdo que, para além de possuir um talento inato, foi torturado para chegar aonde chegou. Até é bom dares o exemplo do Variações, porque quem estava no estúdio com ele eram algumas das melhores bandas portuguesas dos anos 80.

Falas nos Beach Boys. O Brian Wilson era o homem por detrás das músicas e da produção. O Pet Sounds é uma obra-prima. Sim, recorria aos músicos de estúdio, aos primos e aos irmãos - mas a ideia, a visão, era toda dele. Toda. Os Beatles não teriam chegado aonde chegado sem existir um Brian Wilson.

Ouve as demos feitas em casa de Beat It, Billie Jean, Smooth Criminal, etc., e verás, independentemente de achares que são músicas de jeito ou não, que a base, a visão, a estrutura das músicas já estava pré-definida pelo Jackson. Incomparável com a Madonna, cujo grande mérito é ser uma businesswoman espetacular, com uma visão de negócio ímpar, não propriamente um enorme talento.

Cada integrante da equipa do Quincy, sem prejuízo daquelas canções que foram escritas / feitas por algum deles (Thriller, Rock With You, por exemplo), pegava na visão do Jackson e fazia, dentro do seu nicho, que a canção soasse o melhor possível. Atenção: sempre sob a direção do Jackson e do Quincy. Não sabendo tocar qualquer instrumento, conseguia, através da sua voz e de barulhos com a boca (beatbox, p.e.), transmitir aos instrumentalistas o que deveriam tocar. Esse testemunho foi dado por vários dos que trabalharam com ele. O engenheiro de som do Quincy e do Jackson, o Bruce Swedien, tem um excelente livro a esse respeito, chamado "In the Studio with Michael Jackson".

Quanto ao exemplo que tinhas dado sobre o Prince, esse é mesmo o último degrau, porque o Prince era um control freak, tocava todos os instrumentos, fazia todos os arranjos, compunha e produzia todas as canções. Estava a cagar-se para o facto de ser comercial ou não - foi precisamente essa irreverência que o levou a ter problemas com a Warner nos anos 90, e a deixar de usar o nome Prince, passando a manifestar-se como um símbolo.
Já vi que o Michael Jackson está para ti como o CR7 para o Sirmister! :)
Não tem mal nenhum. Não precisamos de gostar todos das mesmas coisas.
Eu simplesmente nunca lhe consegui dar toda a importância que o mundo lhe dava.
 

Edgar Siska

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Sim, a Gaga é multinstrumentalista, canta, compõe e produz as próprias canções. Tem colaboradores (como todos), mas tem um maior controlo do que a Swift, que julgo depender muito mais do Jack Antonoff. Sem contar com a habilidade em palco - a Gaga dançava impecavelmente e cantava ao vivo, hoje em dia já não sei.
Continua a cantar ao vivo, ainda recentemente teve uma falha qualquer de equipamento que provou isso e ela riu-se e disse isso mesmo para o público, que era o custo das performances serem mesmo ao vivo.
É uma artista mais completa, conceptualmente mais complexa também, mais versátil. Produtores já trabalhou com alguns nomes bem grandes como o Mutt Lang, o por vezes infame Rick Rubin, Martin Kierszenbaum, mas aquela catapulta inicial foi feita na parceria com o já retirado Nadir Khayat AKA Red One (trabalha para a FIFA agora penso).
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Falaste aí de duas cantoras pop modernas que nem sequer são a nível de talento cru do mesmo nível, uma é imensamente mais talentosa do que a outra goste-se ou não. Embora até saibam ambas tocar instrumentos.


Epa a Kate Bush era tudo, além de um doce. Pena eu nos 80's ser um puto ranhoso.:LOL:

Mas toda a música é manufaturada, toda a que é profissional. Há sempre um thought process por trás.
A única que não é é mesmo se for uma atuação impromptu de uns gajos e seus amigos, ou uns tipos da tribo a tocar tambores.
Toda a música é manufaturada, mas eu sempre fui um devoto da escola do do it yourself, que foi a grande revolução trazida pelo punk. Foi nesse veio da música menos comercial e mais independente que se produziram os projectos musicais mais inovadores e entusiasmantes, pelo menos para mim, e foi esse espírito de independência que a partir dos anos 90 foi recuperado pelas editoras com bandas como os Nirvana, Blur, Radiohead. etc. No fundo, um pouco como aconteceu com o cinema americano quando foi revitalizado por realizadores que vinham de fora dos grandes estúdios.
 

Edgar Siska

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Já vi que o Michael Jackson está para ti como o CR7 para o Sirmister! :)
Não tem mal nenhum. Não precisamos de gostar todos das mesmas coisas.
Eu simplesmente nunca lhe consegui dar toda a importância que o mundo lhe dava.
E quem é o equivalente numa relação Messi/sirmister?
 

Edgar Siska

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Toda a música é manufaturada, mas eu sempre fui um devoto da escola do do it yourself, que foi a grande revolução trazida pelo punk. Foi nesse veio da música menos comercial e mais independente que se produziram os projectos musicais mais inovadores e entusiasmantes, pelo menos para mim, e foi esse espírito de independência que a partir dos anos 90 foi recuperado pelas editoras com bandas como os Nirvana, Blur, Radiohead. etc. No fundo, um pouco como aconteceu com o cinema americano quando foi revitalizado por realizadores que vinham de fora dos grandes estúdios.
São sempre necessários uns rogues para agitar a praça ora.
Depois as coisas vão sendo incorporadas.
É a história criativa da humanidade.

Nirvana em termos de produção o nome é Butch Vig. Que também produziu outras bandas relevantes como os Sonic Youth por ex.
 

bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Já vi que o Michael Jackson está para ti como o CR7 para o Sirmister! :)
Não tem mal nenhum. Não precisamos de gostar todos das mesmas coisas.
Eu simplesmente nunca lhe consegui dar toda a importância que o mundo lhe dava.
Não propriamente, não endeuso o Jackson. Acho que tem três álbuns que estão entre o melhor que se fez entre a música pop - Off the Wall (melhor álbum da era disco), Thriller (melhor álbum pop de sempre para mim) e Bad -, um álbum muito bom (Dangerous), um álbum bom (History) e um álbum medíocre (Invincible). A vida pessoal mexeu com a musical, e quanto mais "Miss Mundo" se tornou, pior.

O Prince, na minha opinião, não conseguiu chegar aos níveis de Off the Wall, Thriller e Bad, mas conseguiu ser mais consistente - 1999, Purple Rain, Sign O' The Times, Around the World in a Day, Dirty Mind, etc.

Quando se chega a um certo nível de qualidade, torna-se impossível para mim conseguir hierarquizar artistas. Escuto tudo, tudo mesmo, e tenho preferências que vão de Kanye a King Crimson. De Coltrane a Joy Division. De Kate Bush a Marvin Gaye. De Dylan a Bowie. Enfim, acho que ficou entendido o ponto.
 

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Continua a cantar ao vivo, ainda recentemente teve uma falha qualquer de equipamento que provou isso e ela riu-se e disse isso mesmo para o público, que era o custo das performances serem mesmo ao vivo.
É uma artista mais completa, conceptualmente mais complexa também, mais versátil. Produtores já trabalhou com alguns nomes bem grandes como o Mutt Lang, o por vezes infame Rick Rubin, Martin Kierszenbaum, mas aquela catapulta inicial foi feita na parceria com o já retirado Nadir Khayat AKA Red One (trabalha para a FIFA agora penso).
O Red One trabalha para a FIFA!? O gajo era enorme no final dos anos 2000.

Gosto muito dos álbuns da Gaga. Quando ela apareceu, muita gente gozava com ela, mas sempre vi bastante talento. Bad Romance e Poker Face eram excelentes músicas.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
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São sempre necessários uns rogues para agitar a praça ora.
Depois as coisas vão sendo incorporadas.
É a história criativa da humanidade.

Nirvana em termos de produção o nome é Butch Vig. Que também produziu outras bandas relevantes como os Sonic Youth por ex.
A chatice é que os rogues dão uma pedrada no charco estagnado, oxigenam a água, alimentam a inspiração de outros, e depois são estes outros que ficam os louros todos e os rogues muitas vezes ao fim de quatro álbuns estão de volta a casa dos pais. A história dos Pixies é nisto emblemática.
 

Dagerman

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Não propriamente, não endeuso o Jackson. Acho que tem três álbuns que estão entre o melhor que se fez entre a música pop - Off the Wall (melhor álbum da era disco), Thriller (melhor álbum pop de sempre para mim) e Bad -, um álbum muito bom (Dangerous), um álbum bom (History) e um álbum medíocre (Invincible). A vida pessoal mexeu com a musical, e quanto mais "Miss Mundo" se tornou, pior.

O Prince, na minha opinião, não conseguiu chegar aos níveis de Off the Wall, Thriller e Bad, mas conseguiu ser mais consistente - 1999, Purple Rain, Sign O' The Times, Around the World in a Day, Dirty Mind, etc.

Quando se chega a um certo nível de qualidade, torna-se impossível para mim conseguir hierarquizar artistas. Escuto tudo, tudo mesmo, e tenho preferências que vão de Kanye a King Crimson. De Coltrane a Joy Division. De Kate Bush a Marvin Gaye. De Dylan a Bowie. Enfim, acho que ficou entendido o ponto.
És muito mais eclético do que eu alguma vez conseguirei ser. E eu sei que o defeito (ou feitio) é meu, mas não há nada a fazer.
 

Edgar Siska

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O Red One trabalha para a FIFA!? O gajo era enorme no final dos anos 2000.

Gosto muito dos álbuns da Gaga. Quando ela apareceu, muita gente gozava com ela, mas sempre vi bastante talento. Bad Romance e Poker Face eram excelentes músicas.
Sim actualmente penso ser diretor criativo da FIFA.

Não sei quem gozou ou não nem porque motivos, mas na altura foi uma pedrada no charco da pop autenticamente.
A pop estava saturadinha do R&B dominante e chegava uma miuda estranha num cruzamento de revivalismo oitentista e modernidade.
Confesso que foi a Poker Face, aquela intro que me fez voltar a tirar os sintetizadores da cave, estavam parados há 4 anos.
No entanto continuo a dizer que a Paparazzi tem o melhor instrumental da primeiro album, eu gosto quando o assunto é mais "dark". Até tem um sample do Dynamite Headdy e tudo que quase passa despercebido. :ROFLMAO:
 
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cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
3 Junho 2014
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Moimenta do Douro
Uma equipa do caralho. Quincy, Rod Temperton (nunca esquecer: Thriller, Rock With You, Off the Wall, três músicas fantásticas), Paulinho da Costa (percussionista brilhante), Bahler, Marinelli, os gajos dos Toto, Greg Phillinganes, Bruce Swedien, etc. A melhor equipa da época, com o melhor produtor da época, com o melhor artista pop da época.
Lukather e Porcaro for the win!