Última atividade de Pedro Brandão

Ontem fiquei sem palavras para expressar o que me ia na alma e hoje ainda tenho dificuldades em aceitar que nos tiraram O Bicho.
Sim, para mim foi tirarem-nos um familiar que sentíamos que tinha regressado a casa depois de muitos anos emigrado. Aquele irmão, aquele pai, aquele primo com quem crescemos e aprendemos a admirar por aquilo que era e pelo que representava. Alguém cujo regresso nos dava o conforto de segurança. Que aquilo que desejamos para nós e para a nossa família está ali, bem assegurado, presente, eterno.

Existem duas figuras que para mim representavam o portismo. Um deles partiu este ano depois de uma vida dedicada ao clube. O Jorge partiu demasiado cedo e com ainda muito para fazer e transmitir aos que estão, aos que estiveram, aos que chegarão.

O Jorge era, para mim, aquilo que eu define como alma portista: guerreiro, companheiro, resiliente, apaixonado, dedicado, ambicioso e intransigente na defesa dos seus. Mas era também bondoso, justo, leal. Um homem com valores e que pensava pela sua cabeça. Não era mais um entre um rebanho e era talvez por me ver em muitas das suas características que o Jorge era a minha maior referência de Ser Porto.
Onde estiver fará amigos e ganhará admiradores porque era um desses raros homens que os outros seguem. Não por medo, não por interesse mas por admiração, por companheirismo, pelo exemplo.
Cabe-nos a todos nós transmitir as memórias do Jorge Costa e acima de tudo o seu legado. Não apenas o dos títulos conquistados, e foram muitos, mas o da sua força e da paixão pelo clube do coração.
Um até sempre Bicho e um agradecimento eterno.

Não posso deixar de falar no nosso presidente que em pouco mais de um ano já passou por imensas dificuldades e momentos difíceis. A todos tem correspondido com elevação. Até hoje sempre teve o Jorge ao seu lado para lhe dar força e aquele incentivo tantas vezes necessário para seguirmos em frente.
A partir de hoje, todos nós, sem excepção, temos de ser O Bicho e estar lá em toda as alturas para o presidente André Vilas Boas. Só assim iremos conseguir atingir os objetivos e feitos que desejamos.

Estava à espera de um Militão, um Gvardiol, um Hincapie mas vou ter de me contentar com um internacional e capitão da seleção polaca.
Bem vindo Jan. Juntos para vencer.