visto que há milhões e milhões de pessoas assim, não sei se será assim tão banal...
a verdade é que continuam a cair sempre no mesmo e a seguir sempre os mesmos grifters.
A questão não é o número de pessoas que há assim ou não, os mesmos textos de sempre é que são cansativos. As redes sociais e o momento político criam incentivos para haver cada vez mais pessoas a procurar fazer dinheiro à custa da político e da divisão social.
Estas pessoas que comentam nas televisões e nos principais jornais, naturalmente não possuem o mínimo de capacidade intelectual para contribuir com algo de minimamente interessante para ao debate. Limitam-se a usar ideias já profundamente exploradas, num discurso cansativo e preguiçoso. A ideia chave neste tipo de artigos é sempre a mesma, reforçar o estatuto dentro de um grupo, diabolizar outros.
Não existe nada de novo, não existe nenhuma reflexão, não existe nenhuma ideia provocadora para fazer as pessoas pensar e questionar nada à sua volta. Sempre o mesmo discurso de nós contra eles que é naturalmente excelente para um jornal como o Expresso do grupo Impresa, caso contrário ela não faria parte do grupo de idiotas úteis que por lá comentam.
As pessoas perderam tanto a noção do mundo real do contacto pessoal que as redes sociais são o novo mundo. Aquilo que menos nos devia importar é o que é que influencia a direita ou o que influencia esquerda, mas o que influencia as pessoas. Todos somos humanos e todos somos influenciáveis, somos dependentes do contexto. Há quem tenha a sorte de nascer num lar rico em curiosidade, sabedoria, onde o prazer pela leitura é fomentado e o que nos influencia são ideias culturalmente ricas. Há quem não tenha essa sorte, especialmente nos dias de hoje onde tudo à nossa volta nos procura "alimentar" com "fast-food" para a mente não só através das redes sociais, como através dos próprios jornais e televisões que seguem uma lógica de mercado. Já nem sequer a televisão pública nos fornece conteúdo educativo e intelectual ou quando o faz é muito esporadicamente. Além de que agora as próprias televisões competem com youtubes e as plataformas de streaming.
Se as músicas mais ouvidas, os filmes mais vistos, os livros mais lidos, são todos uma porcaria, a lógica é a mesma para aquilo que influencia politicamente as massas. A questão não é o perigo que os influencers de direita representam, a questão é porque as pessoas cada vez mais gostam de merda e não é só por culpa delas. A tendência é parar piorar, com salários estagnados, preço das casas e rendas a continuarem a subir, alimentos mais caros, educação pública cada vez pior, crianças com mais dificuldades de aprendizagem... o trabalhador comum nestas condições sobrevive, não vive. Formar família é cada vez mais difícil, comprar casa é quase um sonho impossível de concretizar. Entram às 8h, saem às 17h, por vezes até arranjam um part-time à noite, o tempo para passar com os filhos e com as pessoas que amam é cada vez mais escasso. No pouco tempo livre que têm as pessoas querem desligar o cérebro e esquecer os empregos de merda e as preocupações da vida.