Última atividade de DiogoRafaf

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    Jorge Costa - #E2erno Capitão (1971 - 2025)
    Ainda hoje de manhã, o Jorge Costa sorria.
    Assinou camisolas, tirou fotografias com adeptos, trocou palavras rápidas mas cheias de significado para quem o admirava. Deu uma entrevista a um canal desportivo, falou do presente e do futuro, com aquela segurança de quem sempre viveu o futebol como missão. E, no entanto, poucas horas depois… o futuro deixou de existir para ele. Uma dor, um mal-estar, uma paragem cardíaca. O corpo que tantas batalhas aguentou, dentro e fora de campo, rendeu-se. E, de repente, o Jorge Costa deixou de estar aqui.
    O choque não vem apenas da perda de um homem do futebol, de um capitão, de um símbolo. O choque vem do vazio que fica quando percebemos que a vida é mesmo isto: um instante. Hoje, aqui. Amanhã, talvez não. Uma manhã inteira a viver como sempre viveu, a trocar gestos e palavras, sem saber que estava a viver as últimas horas. É cruel pensar que, por vezes, nem o último “até amanhã” chega a ser possível.
    O legado dele é feito de títulos, vitórias, liderança e respeito. Mas acima de tudo, deixa uma história. Uma vida que inspirou dentro e fora de campo. E a morte, mais uma vez, vem repetir a verdade que teimamos em esquecer: as pessoas não são eternas. Não basta gostar delas, é preciso dizê-lo. Não basta admirá-las, é preciso estar presente. O tempo é um luxo que julgamos ter, mas não controlamos.
    Quantas vezes deixamos para depois aquela visita? Quantas mensagens ficam por responder? Quantas vezes trocamos o abraço pelo “quando tiver tempo”? A vida não espera. E quando ela decide levar alguém, não pede autorização nem avisa.
    Fica a pergunta que não quer calar: estamos a viver de forma correta? Ou estamos a gastar a vida em coisas que, daqui a uns anos — ou amanhã mesmo —, não terão qualquer importância? A morte de Jorge Costa, tão repentina, é um murro no estômago. Um aviso. Uma nota de que as memórias que ficam são feitas de presença, não de promessas.
    Hoje, o “Bicho” deixou de estar no relvado da vida. Mas o exemplo dele — de garra, entrega e paixão — continuará. Desde que não nos esqueçamos de viver. Hoje. Agora. Enquanto ainda dá tempo.
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    Um post brilhante de Luís Osório que a maioria deve conhecer. Um elogio ao FC. Porto 1. Discutir futebol ou política com elevação é...
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    Jorge Costa - #E2erno Capitão (1971 - 2025)
    Desde cedo que percebi o futebol na sua essência como um desporto de massas capaz de unir um país ou cidade em torno de um mesmo objectivo. Quando era miúdo e achava que ia ser o CR7 da Brandoa imitava as trivelas do Quaresma, os livres do Gaitan e as arrancadas do Simão. Ali na terra batida, no alcatrão não havia clubes, era futebol no seu estado puro. Se ficasse sem perna não era falta, o gordo ia à baliza e no fim quem marcasse ganhava. Quando olho para o nosso futebol ainda gosto de o imaginar assim. Repleto de rivalidades, mas puro na sua essência, como um qualquer jogo de miúdos que termina com a mãe a chamar o dono da bola para casa. Porque o futebol é acima de tudo a essência concretizadora dos sonhos, tendo o condão de nos transportar para outra realidade, e de por momentos que seja termos o nosso Estádio como centro do Mundo, e vermos nos nossos craques Heróis de banda desenhada, capazes de com um golo, um corte ou defesa de nos levarem para outra dimensão. Jorge Costa foi um destes Heróis, alguém que não precisou de usar capa para saltar mais alto que os outros, levando consigo o símbolo do Porto. Esteja onde estiver, estará certamente rodeado de outros grandes nomes do nosso futebol, com a certeza que o seu nome estará para sempre eternizado no Olimpo do Dragão. Até sempre Capitão.
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    Jogo de Apresentação: FC Porto vs Club Atlético Madrid 1-0
    Muito para esmiuçar no que toca ao dia de hoje.

    Primeiro, dizer que foi um dia fantástico, um dia de puro Portismo, desde o pre-match, passando pela chegada dos jogadores, pela bela apresentação oficial com direito a bomba surpresa de seu nome Luuk De Jong, pela presença e homenagem a lendas como o Futre, Falcao, Cebola Rodríguez, Felipe, Diego, Costinha e até o Vitinha e o Cândido a vibrarem nos camarotes que também não quiseram perder esta nossa "rentrée", pela bonita e arrepiante homenagem feita ao Diogo Jota e ao André Silva, pelo belo jogo que aconteceu dentro da quadra, e claro, pela vitória.

    Indo já directamente para os reforços: Estreia do Bednarek e que estreia, calmo, sereno, muito interventivo, muito calculista, acho que não restam dúvidas para ninguém que temos ali o novo e tão aguardado patrão da defesa. Pessoalmente continuo a achar que a dupla deverá ser por regra composta por ele e o Prpic, mas compreendo que o Farioli tenha ainda necessidade de testar parcerias.

    Alberto Costa tomou conta da lateral-direita e provavelmente já não será para largar, esteve em óptimo plano e garante não só mais segurança defensiva como também profundidade ofensiva, é forte nos duelos aéreos e tem uma considerável disponibilidade física. Mais uma bela contratação, sem dúvida.

    Froholdt. Victor Froholdt. Que dizer sobre este "viking" de 19 anos que já não tenha sido dito? É um tratado. Parece que já joga no Dragão há 5 ou 6 anos, impressionante. Está em todo o lado, tem pulmão que nunca mais acaba, luta por cada bola como se fosse a última, fura defesas adversárias como quem barra manteiguinha numa torrada logo de manhã e tem cojones, dos grandes.
    O golo foi só o coroar de mais uma tremenda prestação.
    Já ganhou os adeptos, limpinho. Esperemos mais do mesmo no futuro e esperemos também que até final de Agosto não haja um "sheik" tolo ou coisa que o valha que perca a cabeça e ofereça mundos e fundos por ele...

    Gabri Veiga, o reforço "veterano". Tem veludo nos pés, tem passes teleguiados para dar e vender, adora pegar e bem na batuta e assume o jogo, único apontamento que lhe tenho a fazer será talvez a nível da intensidade, onde terá que igualar a do resto da equipa, de resto tem que jogar.

    Borja Sainz, a lebre com faro de golo. Estás-nos a dever um golo ó Borja, aquele falhanço junto á linha de golo depois de um enorme centro do Gabri Veiga não pode acontecer no futuro pá, de resto tiveste uma considerável melhoria desde o jogo frente ao Twente, foste mais objectivo, mais interventivo e podias muito bem ter molhado a sopa em 2 ou 3 ocasiões. Além disso foste carraça pa carraças e atazanaste as cabeças dos rufias do Simeone durante quase todo o jogo.

    Quanto aos players que já cá estavam: O Martim portou-se muito bem na lateral-esquerda e quem sabe não temos ali uma opção bem válida para esse papel. Pérez, há que dizer que hoje cumpriu, mas continua a ter aquelas habituais paragens que podem trazer dissabores. Como disse na minha opinião deverá ser 3ª opção para central. Zé Pedro entrou para alinhar pela lateral-direita mas deverá ficar como 4ª opção ao centro. Grujic entrou para central (uh?!) e até cumpriu bem o papel, teremos ali uma nova faceta do Marko ou a saída é mesmo inevitável? Não sei. Zaidu...foi Zaidu. Cumpriu os mínimos, fez daqueles raides que tanto o caracterizam, mas como disse aqui há uns dias continuo a achar que merecemos melhor naquele sector. Mora entrou e desde logo mostrou ao que ia: Reclamar de volta aquele estatuto de titular que lhe pertenceu na época passada. Extremamente interventivo, fantasista, deliciou a plateia com aqueles pormenores deliciosos dele que tão bem conhecemos. Ia, inclusive, marcando mais um golo de antologia depois de traçar uns 2 ou 3 pitbulls do Simeone e apenas ter pecado na finalização, onde rematou ao poste. O Farioli já sublinhou que conta muito com ele e será parte importante, quantas titularidades terá? quantos minutos? Não sabemos. Mas será importante mais uma vez e contrariará todos aqueles abutres que nestas últimas semanas se têm desdobrado em novelas e teorias de vão de escada sobre a "infelicidade" do Mora. Pepê e Varela aparentemente de volta ás suas velhas e boas versões de si próprios. Samu perdulário hoje mas com ânsia de provar muitos que precipitadamente e até injustamente o têm rotulado de "cepo". A inclusão do De Jong será óptima para o "picar".

    De resto dizer que no cômputo geral fizemos um belo jogo, ainda com umas certas quebras seja na concentração, seja na intensidade, seja na interpretação dos momentos de jogo, mas ainda compreensíveis dado a fase tão embrionária da época e dado ter sido num contexto de apresentação aos sócios, onde se testaram ainda certas peças, certas rotinas e certos processos, acredito que mal chegue a primeira jornada a máquina esteja o suficientemente oleada para começarmos a liga com o pé direito.

    Ah e dizer também, à semelhança do jogo frente ao Twente, que levámos com mais uma deplorável prestação do conjunto de arbitragem, tuga mais uma vez, pois claro. Desde faltas e faltinhas ou erradamente assinaladas ou estupidamente toleradas, passando por um penalty mais claro que o céu de hoje à tarde, braço deliberado. Mas enfim. Interpretemos isto como um sinal do que aí vem: Mais uma liga generosamente bem regada de artistas do apito dispostos a quilhar uns e amamentar outros que tais. Como sempre teremos que ser mais fortes que isso e nem lhes dar hipótese para tal, já está no nosso adn.

    Confesso, estou extremamente iludido, tanto como já há muito que não estava. Atrevo-me a dizer que todos os reforços são bons de bola e que vão acrescentar algo de muito bom, cada um à sua maneira. Atrevo-me também a dizer que o Farioli irá revelar-se um treinador astuto, inteligente e pragmático, timoneiro de um conjunto profissional, raçudo e comprometido. E atrevo-me a dizer que o futuro aparenta ser muito risonho para todos nós Portistas, consequência de uma gestão directiva exemplar, de um corpo técnico de nomeada e de um conjunto de jogadores cheios de fome e vontade de vencer. Assim seja.

    Em frente grande Futebol Clube do Porto, let the games begin.
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    Luis Díaz
    Rendeu menos que um galeno
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    Diogo Costa
    Vai para la o Chevalier
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    Reações: 2005dragon
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    Gabri Veiga
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    Pré-Época: FC Porto vs FC Twente 2-1
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    André Villas-Boas - Presidente
    Este artigo é para quem ama o FC Porto acima de nomes.

    Vou querer expor como parte dos adeptos trocou a lealdade ao clube pela idolatria a uma figura. Deixaram de pensar pelo FC Porto para pensar por quem o liderava, mesmo quando isso afundava o que diziam amar.

    Se és daqueles que ainda sabe separar o clube do culto, lê até ao fim.

    ⚔ O clube, a figura e o culto
    O FC Porto não é de ninguém.

    Mas durante demasiado tempo, fizeram-nos acreditar que era.

    Durante anos, a figura confundiu-se com o clube. Pinto da Costa não era apenas o presidente, era o símbolo, a estátua, o altar onde muitos só sabiam ajoelhar. Sem pensar, sem questionar… e, pior que tudo, sem exigir!

    Esquecendo-se que foi essa exigência que nos levou ao topo.

    Mas as vitórias, tantas vezes gloriosas, também tiveram o seu preço: fizeram parecer que estava sempre tudo bem. Enquanto nos davam troféus, abafavam dúvidas. E assim, ninguém ousava confrontar.

    Ignoravam, ou fingiam ignorar que por trás do estratega, do líder, do visionário… havia um homem. E como todos os homens, era falível.

    Era pecador.

    Mas logo podemos colocar outra questão:

    O que acontece quando o sucesso desaparece… e os olhos continuam fechados?

    Muitos portistas, alguns sem sequer se darem conta, passaram a defender o homem, mesmo quando isso já não servia o clube. Ou, talvez mais correto: quando ele já não servia o clube… mas se servia *dele*.

    E é aqui que nasce o culto.

    Quando deixas de exigir. Quando deixas de pensar. Quando transformas gratidão em submissão.

    Eu cresci a admirar Pinto da Costa. Como não? Era impossível não o fazer.

    E não era só pelos títulos, ou melhor, talvez até fosse, numa fase inicial.

    Mas quando percebi como o mundo funcionava, comecei a admirá-lo pelo trabalho invisível. O que não dava likes. O que poucos viam, mas que fazia nascer os títulos. Pela estratégia, na minha visão, a melhor do mundo para um clube como o nosso.

    *(Aliás, talvez um dia escreva a “estratégia”. Acham que é um tema que vos interessa?)*

    Mas admirar não é ajoelhar.

    E muito menos arrasto o clube atrás de uma memória só porque custa aceitar que o tempo passou. Ou pior: só para esconder o buraco que foi sendo cavado. Sem querer? Por ignorância?

    Não. Nunca.

    Aqui a pergunta que deixo no ar é esta:

    Se foi ele que levou o FC Porto ao estrelato... como é que depois desaprendeu tudo?

    Ele sabia o que estava a ser feito ao clube.

    E muitos de vocês que hoje se acham muito intelectuais, ajudaram, calados, cúmplices, ou fanáticos.

    Há quem diga que o FC Porto está dividido. Mas não está.

    O que está dividido é o subconsciente de muitos adeptos que ainda não perceberam que defender o clube hoje... é recusar continuar reféns do passado.

    Este artigo não é sobre ingratidão. É sobre lucidez.

    Porque só quem pensa com clareza consegue separar a história do fanatismo. E só quem ama o FC Porto de verdade consegue admitir que há alturas em que é preciso dizer: “chega.”

    Felizmente, nem todos caíram nessa cegueira. Há portistas que continuaram a pensar, a analisar, a preocupar-se com o clube, mesmo quando era mais fácil calar. É por esses que vale a pena escrever. Porque o FC Porto precisa de gente que ama com cabeça quente e pelo na benta, mas também com o coração no lugar.

    🧠O Legado vs. a Fé Cega
    Ao contrário do que muitas viúvas gostam de pensar, honrar o legado de Pinto da Costa não é andar de joelhos. Aliás, que coerência é essa de dizerem que ele foi o “salvador” do nosso sucesso… e depois prejudicarem o clube em nome dele?

    Dizem que o defendem, mas atacam o FC Porto??? WTF?!?!

    Estão sempre contra tudo, sem argumentos, sem análise, só com ressentimento e mágoa. É esse o vosso tributo? Transformar o legado de um líder histórico num pretexto para sabotar tudo o que não seja ele?

    Porque, se formos honestos, o verdadeiro legado dele não foi criar seguidores, foi criar um clube temido, respeitado e exigente.

    E foi isso que nos ensinou.

    E ensinou-nos a ser exigentes. A pensar como um clube de combate, não como uma seita “manada” obediente.

    Foi isso que nos levou a vencer quando ninguém acreditava. Foi isso que nos tornou temidos.

    Mas hoje, ironicamente, muitos dos que dizem defender esse legado… fazem precisamente o contrário do que ele representava, pelo menos, o que representava para mim!

    Que tipo de legado deixa alguém, se os seus próprios apoiantes agora atacam o clube… só porque ele já lá não está?

    É aqui que a história começa a ganhar contornos religiosos.

    Deixou de ser admiração. Passou a ser fé cega.

    E, ironicamente, até nisso se afastam daquilo que ele dizia acreditar. “Não terás outros deuses diante de mim” Êxodo 20:3-5

    Já não se trata de avaliar decisões, nem de discutir ideias em prol do clube, trata-se apenas de proteger o altar. Nem que para isso tenham de incendiar o que resta do templo.

    É triste, mas real: muitos não querem saber se o FC Porto volta a vencer.

    Querem é que não vença com outro nome.

    Preferem ver o clube a falhar, só para poderem dizer: “Estão a ver? Eu avisei.” E antes que os que me seguem ha mais anos venham dizer que eu também andava a avisar há 15 anos… sim, é verdade. Mas há uma diferença que muda tudo:

    Eu fundamentava. Eu criticava com base. Avisava o que ia acontecer, explicava por A + B porque não concordava com o que estava a ser feito, alertava com argumentos, não com dor de cotovelo, nem por ódio de estimação.

    E isso diz tudo!

    Se a herança era tão sólida, por que é que os herdeiros estão em pânico?

    Se o caminho estava bem traçado, por que é que agora só sabem gritar “traidores”?

    A verdade dói: não era o legado que os movia.

    Era o poder. Ou a ilusão de que ainda o tinham.

    Não se trata de negar o passado. Trata-se de o proteger. De evitar que seja usado como arma contra o próprio clube. Honrar o legado é fazer com que ele continue vivo, adaptado aos novos tempos, com a mesma força, mas com mais clareza.

    👁 Os Filhos do Pintismo e a Nova Viseira
    Há uma geração de portistas que nunca aprendeu a pensar o clube, aprendeu a segui-lo.

    Mais do que isso: aprendeu a seguir um só homem.

    Foram educados na lógica da submissão emocional, do silêncio cúmplice, da obediência disfarçada de gratidão.

    Trocaram as antigas palas laterais por uma nova viseira frontal.

    Agora nem veem, nem querem ver.

    Repetem frases como se fossem mandamentos:

    “Ele deu-nos tudo.”
    “Não se critica quem construiu isto tudo.”
    “O AVB não tem estaleca.”
    “Estão a destruir o clube.”

    Tudo sem pensar. Tudo sem ler. Tudo sem ver um relatório, sem olhar para um número, sem ligar a lógica. Só cassete. E mais cassete.

    Chamam-se democratas, mas só conhecem um boletim de voto: o que vinha com a cara do pai.

    Durante 40 anos, nunca pediram debates. Nunca exigiram prestação de contas. Nunca questionaram uma decisão. Mas agora… agora são todos especialistas. Todos exigentes. Todos guardiões do rigor.

    É curioso, não é?

    Quando o clube estava a entrar em falência técnica, estavam calados.

    Mas basta alguém novo mexer numa cadeira, e de repente viram auditores, economistas e juristas.

    Só que não estão a defender o clube. Estão a defender o pedestal.

    Estão a proteger o mito, não o FC Porto.

    E o mais triste?

    É que se o AVB apresentar resultados, eles vão torcer para que falhe, só para não terem de engolir o orgulho.

    Preferem o “eu tinha razão” ao “o Porto está de volta”.

    E isso, para mim, diz tudo sobre onde colocaram o coração.

    E entendo quem tenha medo. Mudar dói. Romper com o que conhecíamos assusta. Mas ser do FC Porto nunca foi para os fracos. Foi sempre para os que enfrentam o desconforto e seguem em frente, mesmo com o peito apertado.

    🪞 Paradoxos e Contradições: O espelho que não querem ver
    Há uma coisa que esta franja pintista ainda não percebeu: quanto mais fala, mais expõe as próprias contradições. É que os argumentos não resistem ao mais básico dos testes: o da coerência!

    Criticam a nova direção por vender jogadores... a maioria deles, numa visão de limpeza de balneário.

    Mas esquecem, ou fingem esquecer, quantas dezenas foram embora sem o clube ver um tostão.

    Brahimi? Saiu a custo zero.
    Herrera? Capitão. Anunciava amor eterno ao clube, rejeitámos propostas milionárias um ano antes… e deixámo-lo sair a rir, de borla.
    Adrián López? Investimento milionário, rendimento zero, saída a zeros.
    E o Marcano? Esse então é digno de manual: saiu, e mesmo depois de ter virado costas, fomos nós que o fomos buscar…. a pagar.

    Imagina se fosse o AVB a fazer isso. Estava o tribunal montado nas redes sociais.

    Mas como foi “o pai”, fez-se silêncio, tudo era permitido.

    Nem um protesto. Nem uma dúvida.
    O critério não era o erro, era quem o cometia.
    Dizem que o AVB não é do clube.
    Mas esquecem quem o trouxe em 2010.

    Esquecem que foi campeão com futebol de ataque, com coragem e com o “sim” de quem agora fingem que ele nunca conheceu.

    Na minha opinião, foi o melhor futebol de sempre do FC Porto e, nas últimas décadas, dos melhores a nível mundial. A par, provavelmente do Barcelona.

    Querem apagá-lo da história porque lhes incomoda a verdade: ele não traiu ninguém!

    Simplesmente recusou-se a ajoelhar. E, no momento certo, escolheu colocar o FC Porto acima de qualquer outro interesse, incluindo o dele próprio.

    Alguém duvida que, se tivesse ficado quieto, hoje estaria muito melhor pessoalmente?

    Longe do ruído, longe da cobrança, longe desta massa associativa dividida entre a lucidez e a estupidez.

    Com a família, a viajar, a viver tranquilo entre os pingos da chuva, a gastar juros compostos sem mexer na conta principal.

    Como, aliás, estão muitooooooooooos outros portistas.

    E não, não lhes vou chamar cobardes. Porque com uma parte da massa adepta do FC Porto tão tóxica, ignorante e mal-intencionada, até compreendo quem prefira não se chatear.

    O que custa engolir é ver quem tenta fazer o certo, mesmo que erre, ser arrastado pela lama.

    Ser insultado por pseudo-intelectuais que falam do que não sabem e escrevem como se tivessem autoridade…

    No fundo, o problema nunca foi as vendas, a direção, o treinador ou a estratégia.

    O problema é só um: *não é Pinto da Costa que está no leme.*

    Se AVB ganhar, foi sorte.
    Se perder, é incompetente.
    Se tomar decisões difíceis, é arrogante.
    Se explicar o que faz, está a justificar-se demasiado.
    Se ficar em silêncio, está a esconder algo.

    O espelho está lá. Mas muitos preferem continuar de viseira, porque olhar de frente custa.

    *⛓O Medo da Mudança: Quando o clube deixou de ser o centro
    No fundo, isto nunca foi sobre o AVB. É sobre o fim do domínio do vosso conforto emocional.

    Durante anos, sabiam quem mandava. Sabiam quem falava. Sabiam como tudo funcionava, mesmo quando já não funcionava.

    E isso dava uma falsa sensação de segurança.
    O clube afundava-se, mas ao menos era o “nosso” a afundá-lo.
    O problema nunca foi o que se está a fazer… é quem está a fazer.

    É o desconforto de ver alguém novo, com ideias próprias, com um estilo diferente, sim, mas que, no fundo, está a devolver ao clube os mesmos princípios que estavam por tras da frase “só importa as vitorias” e que nos fizeram grandes.

    É o desconforto de ver alguém novo, com ideias próprias, com um estilo diferente, sim, mas que, no fundo, está a devolver ao clube os mesmos princípios que estavam por trás da frase “só interessam as vitórias”.

    Sime e por ele “messias”.

    E agora repetem essa frase como papagaios, sem sequer perceberem o ridículo da situação.

    É como alguém dizer em casa: “o que importa é ter comida na mesa”, enquanto vai destruindo a cozinha, deitando fora os talheres e vendendo o fogão.

    Boa sorte com esse jantar.

    O que muitos não percebem é que o que está a ser feito agora não é uma invenção nem um capricho, é um regresso às bases, sim, mas com um upgrade à altura dos tempos modernos.

    Um clube com identidade, com exigência e agora, finalmente, com uma estrutura financeira séria, profissional e pensada para durar. Hoje temos um dos melhores CFOs do país a cuidar das finanças do FC Porto. E isso nota-se: há planeamento, há critério nas decisões, há uma lógica empresarial que não vive do improviso, vive da sustentabilidade.

    Pode ainda não dar votos. Pode ainda não render manchetes. Mas há sinais de que estamos finalmente a plantar para colher. E quando os frutos começarem a aparecer, muitos perceberão que o silêncio atual esconde uma reconstrução a sério.

    E talvez seja exatamente isso que vos incomoda.

    É o confronto com uma realidade dolorosa: a vossa zona de conforto acabou.

    E é aqui que o FC Porto deixou de estar no centro.

    Porque passaram a pôr o ego acima do emblema.

    Passaram a defender o pedestal onde vos falavam, em vez de defenderem o clube que vos devia unir.

    Chamam-lhe lealdade. Mas é só apego ao passado.
    Chamam-lhe gratidão. Mas é só medo de perder o que conheciam.
    Chamam-lhe coerência. Mas é só incapacidade de aceitar que o ciclo mudou, e vocês ficaram agarrados ao capítulo anterior.

    "O problema é que para vocês, mudar é trair. E ser do Porto, para mim, sempre foi o contrário: foi ter coragem de romper, quando isso é o certo a fazer."

    📢 A Comunicação Pintista: 8 anos a anestesiar consciências
    Durante os últimos anos, a comunicação do FC Porto deixou de ser um veículo do clube, passou a ser um escudo pessoal, discreto mas eficaz, e um entretenimento estratégico.

    O que talvez tenha começado como uma manobra legítima para combater os tentáculos dos adversários, com o escândalo do outro lado da Segunda Circular ainda fresco, acabou por se tornar numa máquina de distração interna.

    E como funcionava, a escalada nunca mais parou.

    Era preciso alimentar sempre mais polémicas, mais “urgências externas”, mais inimigos… porque perceberam aquilo que, no fundo, todos já sabíamos: afinal, o nosso principal adversário fazia isso há anos, e não era por acaso, era porque Funcionava!

    Funcionava para criar uma manada doutrinada, sem pensamento próprio, sempre pronta a seguir a narrativa da vez e sempre a procura do próximo bode expiatório.

    E foi isso que começaram a replicar, disfarçado de portismo.

    Não sei se foi premeditado ou se foi apenas uma “evolução natural” do sistema, mas o resultado foi claro: criaram-se inimigos de estimação.

    E ao contrário do que era feito no passado, e bem, onde os inimigos serviam para reforçar o grupo com base em verdades, agora o modelo foi copiado dos que tanto criticávamos.

    Um Benfica-style à moda do Dragão: inimigos externos, alguns inventados, outros convenientemente exagerados, usados para construir narrativas que encaixavam em meias verdades, só para parecerem credíveis.

    Tudo com o falso propósito de “fortalecer o grupo por dentro”, quando na realidade servia apenas para proteger quem estava a empurrar o clube para o fundo.

    E não é força de expressão. Foram anos de má gestão camuflada, onde o clube se calava… enquanto se acumulavam luxos pagos a partir do mesmo sítio: o bolso do FC Porto.

    Viagens, carros de serviço de alto nível, compras em joalharias — tudo sem explicações claras, sem retorno visível, sem benefício direto para o clube.

    Mas desses tentáculos... ninguém queria falar.

    Quer dizer… criticávamos o Benfica por esquemas que, verdadeiros ou não, tinham pelo menos um objetivo claro: beneficiar o clube e os sócios.

    E nós? Enquanto gritávamos “é ladrão, é ladrão!” baseados nas conversas que todos ouvimos nos corredores e que depois foram confirmados na auditoria, éramos “assaltados” pelo proprio clube.

    Percebem o que estão a atacar, quando tentam minar uma gestão que teve a coragem de dizer “basta” a todos esses tentáculos?

    E reparem: nem estou a falar do mais grave. Nem mencionei a compra da claque (curiosamente envolta em silêncio absoluto), nem as transferências obscuras, os empresários de confiança, os clubes que só são conhecidos em Portugal e que vendiam jogadores desconhecidos por dezenas de milhões…

    Mas como tudo o que é construído sobre areia movediça… estava fadado ao colapso.

    Nada que se ergue para esconder… se aguenta.

    Metam isso na cabeça de uma vez por todas!

    Enquanto isso, passavam-se centenas de horas a dissecar os “tentáculos alheios”, os bastidores e os bastidores dos bastidores…

    Enquanto apontávamos para fora, cá dentro o clube era sufocado por silêncios cúmplices e aplausos vazios.

    A culpa era sempre da imprensa. Dos árbitros. Da Liga. Do VAR. Dos adeptos que pensam.

    O discurso era sempre o mesmo:

    Se o Porto era prejudicado, vinha logo o megafone.

    Se havia dúvidas, apareciam 10 lances dos outros para desviar o foco.

    E mesmo quando éramos beneficiados, arranjavam forma de virar as câmaras para outro lado.

    Atenção: nem tudo foi mau.

    Houve momentos em que o espírito de combate serviu o clube.

    Mas com o tempo, deixou de ser defesa institucional, passou a ser teatro.

    E foi assim que muitos sócios e adeptos, sem darem por isso, tornaram-se aquilo que mais odiávamos há 15 anos: uma manada igual à dos rivais.

    A cartilha era clara: se questionas, não és dos nossos.

    Quem ousasse levantar uma dúvida era logo rotulado: infiltrado, dragarto, vendido.

    E antes que venham com tretas: não sou contra uma TV do clube defender o clube.

    Agora… se é só para dizer maravilhas, então não venham criticar os outros por fazer o mesmo.

    Ou pior: não usem meia dúzia de críticas encomendadas para fingir que “aqui somos diferentes”.

    Porque a verdade é que muitos portistas, de boa fé, engoliram aquilo tudo.

    Porque lhes ensinaram que criticar era trair. Mas agora pergunto: o que é mais traição, questionar e tentar melhorar ou fechar os olhos enquanto nos afundam?

    🚫 O Futuro Nunca Será Reconhecido (se não vier do Pai)
    Para muita gente, o problema nunca foi o que AVB faz.

    É o facto de não ser *ele*.

    O pai. O nome. A estátua.

    O desconforto está no rosto, não nas decisões.

    AVB pode ganhar a Champions. Ainda assim, haverá quem diga que herdou uma base.

    Se vender bem, foi sorte.

    Se comprar com critério, é porque alguém lhe soprou.

    Se o clube melhorar financeiramente, foi o mercado.

    Nada será mérito, porque o mérito é uma ameaça para quem vive agarrado ao mito.

    E é precisamente por isso que eu valorizo a coragem, a de fazer o que é difícil, mesmo sabendo que não terá o mérito de muitos.

    Há quem ache que escrevo isto porque recebo alguma coisa em troca.

    Porque é assim que eles funcionam, balizam os outros pela própria régua.

    Gente que não faz ideia da minha história, mas que prefere atacar o mensageiro em vez de tentar entender a mensagem.

    E, sinceramente, esses só com ajuda divina… ou de um bom psicólogo.

    Vivem obcecados com o mensageiro… e nem perdem tempo a analisar a mensagem.

    Talvez porque saibam, lá no fundo, que analisar o que nos incomoda é o único caminho para evoluir.

    E a evolução custa. Dói. Obriga-nos a largar dogmas confortáveis.

    Concordar só com o que já acreditamos é ficar parado, é escolher a estagnação.

    E foi precisamente isso que Pedroto e aquele que, para mim, foi o maior presidente da história do FC Porto nos ensinaram a rejeitar: a estagnação nunca pode ser o caminho deste clube.

    Talvez isso explique também o estado do nosso país, e, sem dúvida, o estado mental de parte da nossa massa associativa.

    E o que mais custa, para essa franja, não é ver o FC Porto a errar.

    É ver o FC Porto a acertar… sem Pinto da Costa. Porque se o clube crescer agora, vai-se a narrativa onde viveram os últimos 20 anos.

    Vai-se a desculpa do “não havia alternativa”. Vai-se o medo de mudar.

    E é aí que se percebe a verdade: não é o clube que querem salvar. É a história que construíram à volta dele.

    O que é que te dói mais? Veres o Porto a ganhar sem Pinto da Costa… Ou perceberes que, afinal, havia vida depois dele?

    Tudo o que escrevi vem de um lugar só: amor. Amor por este clube. Pela sua história. Pela sua capacidade de se reinventar.

    E é por isso que acredito que vamos voltar. Vamos recuperar o respeito, como sempre foi o caminho do FC Porto: vencer contra tudo e todos. E quando isso acontecer, será mérito de quem teve coragem nos dias em que era mais fácil fingir que estava tudo bem.

    ❓A Pergunta Que Fica
    Esta carta não é um ataque ao passado. Muito menos uma tentativa de apagar aquilo que foi construído com suor, visão e coragem.
    E nem podia ser, porque como é que alguém são poderia criticar isso?
    Como já deixei claro acima, para mim, Pinto da Costa foi o melhor presidente da nossa história.
    Mas como homem, caído, como todos nós, acabou por pecar gravemente.

    Eu sou adulto. Sei separar as coisas.

    E, como disse há 15 anos, o final de um mandato diz muito do legado… porque é o que fica.
    Espero que também sejam adultos para entender isso.

    Porque isto não é um ataque, é uma resposta. Uma resposta aos miseráveis. Aos que gritam muito e pensam pouco.

    Aos que vestem o escudo ao peito para esconderem o vazio de ideias e a doença emocional que os consome sempre que alguém ousa tirar-lhes o brinquedo do altar.

    Não estou a falar dos que criticam com argumentos.

    Esses eu respeito, mesmo que discorde, mesmo que confronte. Porque têm lógica, mesmo que eu ache que seja uma lógica errada. Têm pensamento. Têm estrutura.

    Mas há uma franja que não merece sequer o título de adepto. Porque mente quando diz que é do FC Porto.
    Porque só aparece para minar, para gritar, para repetir frases feitas como se estivessem a defender o clube, quando, na verdade, só estão a tentar proteger o pedestal que lhes alimenta o ego.

    E sabem o que para mim é mais irónico? Como falei anteriormente, mas acho importante reforçar agora que estamos a chegar ao fim, nem sequer estão a respeitar o legado de quem dizem estar a defender.

    Porque se o que ele nos deixou foi isto, um clube dividido, submisso, entregue à cegueira, então que raio de legado é esse? Se acham que isso é honrar a memória de Pinto da Costa… então estão a cuspir naquilo que ele próprio construiu, ou não entenderam patavina do que foi a vida dele!

    E depois de tudo o que partilhei aqui… acho que posso dizer isto com alguma segurança:

    Não estamos a dividir nada. Porque não se divide o que nunca foi a mesma coisa. Eles não são do mesmo clube que eu. Não vibram pelas mesmas razões. Não sofrem pelos mesmos valores.

    Podem usar o mesmo cachecol, a mesma camisola e até as mesmas cores, mas a verdade é que vibram mais por uma estátua do que por um golo.

    Quando defendes alguém cegamente, mesmo que isso afunde o teu clube… ainda és portista, ou és apenas viúvo do poder?

    Best_Abraços
    Ricardo Amorim
  • D
    Clube dos calimeros
    Paira de facto no ar que o verdadeiro sporting esta de volta...
    Mas de qualquer das formas que ganhem a supertaça e deixem o resto para nós.
  • D
    André Villas-Boas - Presidente
    Pouco mais de um ano passou desde que Villas-Boas chegou à presidência e encontrou um clube literalmente de joelhos.

    Havia 8 mil em caixa, salários por pagar, uma multa da UEFA por incumprimento financeiro e um passivo que batia nos 500 milhões de euros. Um buraco tão fundo que muitos, com razão, perguntavam: "como é que se sai disto?”

    E hoje, o que vemos? Um FC Porto ativo no mercado, com reforços cirúrgicos e capacidade negocial. Uma direção a contratar jogadores, aparentemente de qualidade, sem comissões obscenas nem fundos obscuros por trás. A pergunta mudou:

    “Como é que, em tão pouco tempo, passámos da falência técnica para a ambição no mercado?”

    A resposta não tem mistério. Tem nome: Governança financeira competente. E é isso que vou tentar explicar neste artigo.

    A "peça" técnica que estava ausente do nosso clube há vários anos, entrou e chama-se José Pedro Pereira da Costa!

    Num clube onde, durante décadas, o cargo de CFO servia apenas para assinar papéis ou calar auditorias, finalmente mudou e temos alguém que sabe o que faz e que foi treinado para fazer isso com mestria.

    José Pedro Pereira da Costa, trouxe o que nunca houve antes: Credibilidade! Não é gestor de ocasião, nem ex-amigo de dirigentes. É técnico, é sério, é experiente! E isso faz toda a diferença, numa instituição que todos queremos profissional.

    Foi ele que liderou a operação que mudou o jogo: a emissão de obrigações de 115 milhões de euros no mercado internacional, organizada pela JPMorgan e comprada por grandes investidores americanos.

    💰A jogada que nos deu uma folga de 115M€ com juros baixos e sem necessidade de hipotecarmos o estádio.

    Uma das grandes vitórias silenciosas desta nova gestão foi conseguir trocar dívida cara e sufocante por financiamento sustentável e de longo prazo. Isso foi feito através dessa emissão de 115 milhões de euros em obrigações, com uma taxa de apenas 5,62% e um prazo alargado de 25 anos, uma diferença brutal face aos juros de 8% a 13% que o clube pagava anteriormente.

    A operação foi estruturada através da Dragon Bonds DAC uma entidade criada na Irlanda com o objetivo de profissionalizar e canalizar as receitas comerciais do Estádio do Dragão, como bilheteira, patrocínios e hospitalidade, de forma separada da gestão direta da SAD, dotando o clube de um instrumento moderno, transparente e auditado de financiamento.

    No inicio deste ano, vários foram os adeptos que ficaram revoltados e sem entender como estávamos a usar o caixa para liquidar divida... Pensavam que estavamos abrir mão do plano desportivo. Não entendiam como um clube com tanto passivo estava pagando divida e tinham receio de não termos dinheiro na janela de transferências.

    A resposta é simples, foi precisamente por termos pago dívida com critério, à cabeça, que hoje temos margem para contratar.

    Passo a explicar:

    Ao eliminarmos encargos com juros absurdos, libertámos recursos futuros e devolvemos previsibilidade à tesouraria. Ou seja, deixámos de viver no fio da navalha.

    Este planeamento antecipado permitiu reorganizar o clube de forma estruturada, sem depender de vendas de última hora nem de fundos oportunistas. Um clube com a grandeza, história e marca do FC Porto nunca deveria ter chegado a esse ponto.

    Só paga juros tão altos quem está completamente desacreditado, quem perdeu a confiança dos credores e geria o clube como se fosse um negócio pessoal de "fundo de quintal". Ou seja, a incompetência da gestão anterior obrigou o clube, durante muito tempo, a aceitar condições de empresas "fundo de quintal" de quem está à beira da falência.

    A operação feita agora corrige esse disparate monumental. Substituímos dívidas caríssimas por uma estrutura moderna, limpa e com custos muito mais baixos, e com um detalhe que diz tudo:

    Não precisamos hipotecar o Estádio, nem jogadores.

    A única garantia foram, situações normais como as receitas futuras do Dragão: bilheteira, naming rights, contratos comerciais. Uma jogada inteligente, que mostra ao mercado que o clube tem projeção, tem um plano e sabe como gerar e honrar os seus compromissos.

    E essa mensagem vale milhões. Porque os grandes fundos e investidores só se aproximam quando há seriedade, visão e competência técnica à frente do barco.

    Este tipo de operação pode passar despercebida a muitos, mas é o género de medida estrutural que, lá na frente, evita o verdadeiro veneno: ter de vender a qualquer custo, para poder comprar.

    Quando um clube precisa desesperadamente de encaixe para ir ao mercado, isso é um sinal de fraqueza, e o mercado cheira isso a quilómetros. Os compradores oferecem menos. Os vendedores exigem mais. Perdem-se oportunidades de negócio por falta de liquidez, e o clube fica preso num ciclo vicioso: vendemos mal, compramos pior e, no fim, ainda ficamos com a corda no pescoço.

    Foi isso que nos levou, nos últimos anos, a bater à porta de atravessadores, fundos, empresários e intermediários, que cobravam juros obscenos e ainda ficavam com percentagens dos jogadores. Isso lembra-vos alguma coisa?

    Hoje, com esta reestruturação, voltámos a ter margem de manobra. Voltámos a ser donos das nossas decisões.

    🔧A engenharia por trás do milagre:

    A redução dos encargos com juros foi apenas uma parte da reviravolta. Pelas minhas contas (confesso que não fui ao detalhe) ao cortar nas dívidas com taxas insustentáveis, o FC Porto passou a poupar mais de 5 milhões de euros por ano, dinheiro que antes era literalmente queimado em juros altíssimos e jogado para o ralo… Hoje, essa verba serve para pagar salários em dia, saldar dívidas antigas com fornecedores, reforçar o plantel com critério e, acima de tudo, transmitir uma imagem fortíssima de estabilidade e competência ao mercado.

    Mas o trabalho de fundo não se limitou ao refinanciamento. Villas-Boas e a sua equipa foram à raiz do problema, mexendo onde doía, onde normalmente, ninguém quer mexer. Acabaram com despesas administrativas obscenas, como os mais de 3,6 milhões de euros anuais em gastos de representação, viagens luxuosas, viaturas topo de gama, contas de joalharias e almoços que serviam apenas para alimentar vaidades e o circuito do “favor”.

    Esses privilégios foram eliminados. O Conselho de Administração cortou nos próprios salários, eliminou plafonds de representação e impôs regras claras: toda despesa tem de ser justificada, documentada e aprovada com base em critérios objetivos. A diferença foi imediata, não só no saldo bancário, mas na mensagem que se passou internamente e para o exterior: acabou o tempo da festa à custa do clube. E como o mercado gostaaaaaaa dissoooooooo......

    Essa mudança interna teve reflexos diretos fora das paredes do Dragão. Porque os credores, investidores e fundos internacionais olham primeiro para o comportamento do próprio clube. E quando veem uma estrutura onde se acaba com mordomias, onde os gestores cortam nos seus próprios salários, onde os gastos são justificados e controlados, a mensagem é clara:

    “Se eles tratam bem o dinheiro deles, também vão tratar bem do meu.

    Foi exatamente isso que abriu as portas ao financiamento a 5,62%. O mercado não empresta a essas taxas só porque gosta do nome “FC Porto” empresta porque vê seriedade, vê disciplina e vê competência técnica.

    Ao mesmo tempo, foi feita uma reorganização estrutural dentro do universo Porto. A fusão de empresas como a PortoEstádio e os Serviços Partilhados dentro da SAD permitiu cortar redundâncias, eliminar duplicação de funções, impensável, como em 2024 ainda cometíamos esse erro... e reduzir significativamente os custos operacionais. Essa fusão absorveu 90 trabalhadores e ativos avaliados em cerca de 20 milhes de euros, tornando a estrutura mais enxuta e eficaz.

    Além disso, em apenas cinco meses, a nova gestão conseguiu renegociar 45 milhões de euros em dívidas com clubes e fornecedores, um alívio brutal na pressão de tesouraria, que reverteu anos de relações deterioradas com parceiros nacionais e internacionais.

    Resultado? O FC Porto, que antes estava fora do radar do mercado financeiro europeu, desacreditado, ignorado, quase tóxico, voltou a ser visto como um clube com potencial, com plano e com liderança técnica. Algo que não acontecia há mais de uma década.

    ⚽E o mercado de transferências?

    Também houve vendas, e significativas. Em apenas um ano, o FC Porto arrecadou mais de 210 milhões de euros com saídas como Nico González, Galeno ou Evanilson. Mas, ao contrário do passado, onde se vendia à pressa para tapar buracos ou pagar favores, agora o dinheiro foi usado com critério.

    Parte foi canalizada para liquidar dívidas com clubes e fornecedores, o que ajudou a limpar a imagem do FC Porto no mercado. Outra parte foi usada para reforçar o plantel, sem meter fundos ao barulho e com comissões sob controlo, em seis contratações, penso que só uma envolveu comissionamento relevante, e dentro dos padrões da FIFA.

    Mais importante ainda: houve critério desportivo, apostando em jogadores com margem de valorização. Se vão dar certo? Isso são outros 500, mas o trabalho foi bem feito.

    A verdade é que o problema nunca foi vender, foi o que se fazia com o dinheiro. E é exatamente isso que agora mudou.

    📈 A diferença está em como se GERE, não em quanto se tem.

    Durante anos, venderam-nos a mentira de que divida e passivo fazia parte do jogo, que era preciso “gastar muito". Víamos uma gestão que parecia que só servia para assinar cheques, pagar comissões e fechar os olhos ao despesismo. Que resultados desportivos ou a falta deles, compravam-se com favores e amizades dentro da estrutura.

    Hoje, é verdade que "só" ganhamos a Supertaça. Mas é preciso lembrar: ninguém reconstrói uma casa pelo telhado. E para as viúvas azuis, espero não precisar lembrar que existiram outros anos em que nem sequer conseguimos molhar a sopa.

    Na minha opinião a gestão de Villas-Boas vai provar, que hoje em dia, ganhar começa nas contas. Na estrutura. Na limpeza. Na competência.

    E nós, como adeptos e sócios, temos de voltar a ser exigentes, como éramos antes de Pinto da Costa comprar a claque e calar a crítica. Voltar a colocar o clube acima de nomes, amizades ou interesses pessoais.

    Entender que os dirigentes estão lá para servir o FC Porto e não o contrário.

    Mas atenção: criticar por criticar não é exigência, é ruído.

    O que o FC Porto precisa é de sócios que saibam apontar o que está mal, mas com noção da realidade que esta direção encontrou.

    Com memória. Com contexto. Com justiça!

    Porque só assim é que a exigência constrói em vez de destruir.

    Manter os olhos abertos, sem fanatismo, sem vendetas, mas com clareza, exigência e consciência crítica.

    Perceber o que esta direção está a fazer, o clube que herdou, e ajustar a nossa postura.

    Porque ser Porto também é saber avaliar com lucidez, e não só aplaudir no fim dos jogos.

    E sem sombra de duvidas existe algo que já se está a construir, e que é ainda mais difícil de levantar do que uma taça: fundação, rumo e cultura de responsabilidade.

    E confesso, eu pessoalmente adoro esse tipo de trabalho “invisível”, de formiguinha, aquele que não dá likes, que não enche capas, mas que no final, faz toda a diferença.

    Organizar primeiro as contas. Recuperar a credibilidade. Reerguer a estrutura. Devolver dignidade à forma como o clube é gerido. E só depois atacar os títulos, com base, com rumo, com margem e coragem.

    A diferença é que esta direção não está à espera que tudo esteja perfeito para começar a vencer. Parece estar-se a posicionar agora. E a preparar-se para ganhar já.

    E se isso acontecer, com as fundações ainda a secar, será algo que nunca vi antes. Confesso que ainda tenho dúvidas. Mas se conseguir…

    Vai ser histórico.

    Eu sei que muitos vão espumar pela boca ao ler que nem tudo são títulos.
    Provavelmente os mesmos que, nos últimos anos, iludidos por algumas conquistas sofridas, fecharam os olhos enquanto o clube se afundava.
    Enquanto a casa ardia, andavam distraídos a festejar.
    E esse facilitismo, essa falta de exigência, quase faliu o FC Porto.

    Mas como sempre, não estou aqui para agradar a ninguem. Falo o que penso e penso o que falo. Nunca penso o que não falo, nem falo o que não penso. E no fim, assumo as minhas posições, com a cara descoberta.

    A confiança que hoje se sente em torno do FC Porto não nasceu de uma taça ou de uma vitória ao rival. Nasceu sem conquistas, sem euforia, sem likes (muito pelo contrario) sem capas de jornal, nasceu quando os investidores voltaram a olhar para o clube e viram contas auditadas, fim de comissões obscuras, cortes em mordomias e uma liderança que coloca o clube em primeiro lugar, que pensa no médio e longo prazo.

    E se já conseguimos tudo isto sem títulos, imaginem o que será quando as vitórias, a seu tempo, começarem a chegar.
    Porque vão chegar! E quando chegarem, o clube vai estar preparado, sólido, limpo e com um futuro brilhante.

    💙 Conclusão: O Porto voltou a inspirar confiança. E isso vale mais do que milhões.

    O mercado pode não ter memória curta… mas tem olhos bem abertos. E está a ver que o nosso clube voltou a ser gerido com responsabilidade. Isso atrai investidores. Atrai patrocinadores. Atrai jogadores, como se tem visto. E, com o tempo, vai atrair vitórias também.

    Quem ainda não percebeu como é que estamos a contratar, está distraído. Ou não quer perceber.

    O FC Porto não se endividou mais, organizou-se melhor. E hoje está a colher os primeiros frutos dessa mudança.

    Com transparência. Com competência. Com visão. 💙

    Agora, sejamos honestos:

    Eu sei que este tipo de conversa, para muitos adeptos, não diz grande coisa.

    Há quem só queira saber de títulos, e que repita o chavão: “o Porto é ganhar, não é fazer contas.”

    Mas para esses, deixo uma pergunta simples:

    Como é que queres voltar a ganhar, sem uma estrutura para competir? Quando nem tinhas o necessário para salários? Quando olhavas para a frente e só vias nevoeiro, tudo era confuso e opaco!

    Ganhar sem rumo é um acaso, é sorte!

    Ganhar com rumo, com contas certas e com gente competente ao leme, é isso que torna o sucesso sustentável.

    É isso que garante que os nossos filhos e netos também vão voltar a ver um FC Porto pujante.

    Não por acaso. Mas por princípio.

    E é por isso que falo destes temas. Porque podem parecer aborrecidos para alguns, mas para mim, e também sei que para alguns, isto importa. E muitoooooo!! 💙💙💙

    Podem duvidar. Podem até fingir que não vêem.

    Mas guardem este artigo, porque um dia vão entender que foi aqui, no meio dos escombros e do silêncio, que começou o novo ciclo de glória do FC Porto.

    Aquele que vai fazer os nossos filhos e netos sentirem o mesmo arrepio que nós sentimos quando o Porto era Porto.

    E tu, quando chegar a próxima conquista… vais poder dizer que acreditaste desde o início? 🐉

    Best_Abraços
    Ricardo Amorim
  • D
    Tiago Girão
    Depois da maneira que o Manuel Moura dos Santos o destratou ontem o Girão que fale com a produção do programa, se não fizerem nada ele que saia do programa.
    e para quem segue o programa sabe a maneira com o cancela de abreu o trata tambem.
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