Fica aqui a trasncrição:
"ANTÓNIO SILVA TIAGO – Há mais de 20 anos esteve para ser instalado nesta zona do concelho um parque de ciência e tecnologia, mas que não avançou. Poucos anos depois, a CM Maia mobilizou-se e adquiriu esses terrenos. São 74 hectares, que correspondem mais ou menos ao Parque da Cidade do Porto, uma área considerável. Aquele é um terreno estratégico, muito bem localizado aqui na Maia, servido por vias rodoviárias principais, desde logo a A3 e a A41. Fica a 5 ou 6 minutos da cidade do Porto, da cidade metrópole. E, portanto, nós pensámos em fazer ali um projeto estratégico e encomendámos a um grande arquiteto urbanista, o arquiteto Manuel Salgado, um plano estratégico ao qual chamámos Parque Metropolitano da Maia. Um parque para a Maia e para a área metropolitana do Porto. Estamos a falar de um espaço, no total, de 370 hectares, uma espécie de um Monsanto do Grande Porto, onde caberão imensas coisas, desde logo esses dois parques desportivos, à vontade de dois grandes clubes da metrópole, o FC Porto e o Boavista. Aquilo que estamos a fazer é criar condições em termos de planeamento e ordenamento de território para que, se o FC Porto assim o quiser e assim o souber, levar a cabo o projeto da sua academia de formação, e o mesmo direi para o Boavista.
E como chegaram a um encontro com o FC Porto? Que, na procura de um espaço, é sabido, falou com outras câmaras...
AST – Terão falado com outros... Sei que falaram com a CM Matosinhos e falaram connosco, comigo concretamente. E eu disse-lhes, perante essa vontade, que poderíamos, neste processo, criar condições para que o projeto pudesse ter desenvolvimento e é isso que está a acontecer.
A CM Maia tem aqueles 74 hectares. Quem são os proprietários dos restantes terrenos?
AST – São imensos, são privados. Aquilo a que a CM Maia se dispõe, e disse-o ao FC Porto, é que, dentro do plano que o arquiteto Manuel Salgado desenvolveu, há alguns terrenos, cerca de 10 a 11 hectares de um total de 21 hectares que o FC Porto necessita para a academia, que são do município. Aquilo a que o município se dispõe, depois de ter a unidade de execução aprovada, o que está em curso e na sua fase final, é a abrir uma hasta pública para vender esses terrenos e vendê-los com esse fim, o de criar um centro de formação de desporto.
Da vossa parte, consegue apontar uma data para a venda dos terrenos?
AST – No início do ano de 2024, talvez daqui a 3 ou 4 meses.
Sabe se os terrenos de propriedade privada já são do FC Porto?
AST – Isso não sei. O FC Porto, para decidir o que tem de decidir, não precisa da CM Maia. Sobre os nossos, iremos abrir a hasta pública e concorre quem quiser. Os terrenos serão avaliados, terão uma base de licitação, e quem quiser vir à hasta pública, virá.
Há uma ideia do valor que FC Porto e Boavista terão de investir na compra de terrenos?
AST – É feita uma avaliação com peritos especializados, quer internos quer externos. Essa avaliação é depois objeto de aprovação na Assembleia Municipal e é feita a hasta pública.
E, a partir daí, quem fizer a melhor oferta…
AST – Sim, é muito normal, comum, não pense que há aqui algo de extraordinário.
Não. Procurava perceber se teria uma estimativa de quantopoderávaler a área que é propriedade do município...
AST – Os 11 hectares... Não tenho, porque ainda não recebi a avaliação, mas vou recebê-la a curto prazo e isso será público, evidentemente."
in Record