Jogos Olímpicos (Tóquio'2020)

inot1982

Tribuna Presidencial
28 Agosto 2013
11,493
9,962
ainda temos o pichardo e o pimenta que sao fortes candidatos a ganhar.
mas se em quase 100 anos de historia temos apenas 4 medalhas de ouro não é de todo expectavel que possamos aspirar a ter 3 ou 4 medelhas de ouro nuns jogos.
A Auriol Dongmo também pode ganhar uma medalha
 

Calabote

Mestre e doutor em eng. de tecidos e neurociencias
30 Junho 2016
13,873
14,507
Conquistas
17
  • Fernando "Bibota" Gomes
Falta de cultura desportiva dos Portugueses. Em quase todas as modalidades (com excepção do futebol), os atletas competem para amigos e familiares verem. Ninguém quer saber de atletismo, de judo, de natação, de Hipismo, etc... e quando assim é, porque é que uma empresa há-de meter dinheiro nestes desportos quando as competições internas não tem visibilidade nenhuma? Num País normal, com cultura desportiva, as modalidades eram auto-suficientes, a presença do estado seria minima. Aqui toda a gente anda de mão estendida à espera que o estado se chegue à frente.

E como dizes e bem, a dada altura tem de se escolher entre treinar ou meter comida na mesa. E como ninguém patrocina o desporto "amador" em Portugal (como o Fonseca está a descobrir) e o estado contribui com pouco dinheiro, são raras as pessoas que se dedicam de corpo e alma a uma modalidade.
E aí entra outro problema , o da clubite e dos favorecimentos.
Eu não me chateia nada que os Calimeros o regime ou o Porto tenham atletismo judô vela ou petanca.
Mas a verdade é que sabes que isso acaba por ter influência na visibilidade que o atleta tem.
Há gajos que , do futebol até ao jogo da moeda, vão a seleção ou passam a frente de outros porque jogam no clube x ou y, tem mais visibilidade, recebem mais patrocínios, etc.

Se fores do Passarinhos da ribeira é mais complicado, és menos favorecido, tens menos visibilidade, menos ajudas, menos padrinhos.

Eu pessoalmente sou a favor de que existam clubes como o Maratona , o clube de natação de não sei onde, o Grupo naval do fim do mundo.
Mas não.
 
  • Like
Reações: Celta7

inot1982

Tribuna Presidencial
28 Agosto 2013
11,493
9,962
Esta madrugada o primeiro recorde do mundo batido na natação.
Logo á noite pode ser mais um batido nos 200m bruços femininos
 

cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
3 Junho 2014
32,645
32,566
51
Moimenta do Douro
Esta madrugada o primeiro recorde do mundo batido na natação.
Logo á noite pode ser mais um batido nos 200m bruços femininos
2º record batido, ambos no feminino. A Austrália bateu o record dos 4x100 livres. A China bateu hoje o record dos 4x200m livres (As 3 primeiras abaixo do record anterior).
 
  • Like
Reações: Moreira e otilious

cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
3 Junho 2014
32,645
32,566
51
Moimenta do Douro
Como é possível atletas olímpicos não terem patrocínios?
Não há trabalho de base.

Só conseguem patrocínios se tiverem resultados de relevo. Não se pode ter resultados de relevo sem treino. Não se pode treinar a sério sem apoios. Muitas modalidades não têm visibilidade e só interessam nos JO.
 

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
7,888
9,271
Conquistas
1
  • Alfredo Quintana
Com este comentário afinal a culpa é do receptor da mensagem e não do emissor, é isso? Pelo menos impressão que o teu comentário dá. Não é uma questão de sobrevalorização ou de incapacidade de análise mais cuidada à situação desportiva, porque eu acho-me com capacidade e legitimidade de fazer essas análises, também tenho os meus conhecimentos/as minhas experiências pessoais, mas sim pelo facto que a mensagem define muita coisa, aliás "meia palavra basta".
Esses discursos da treta é que o ouvimos todos os dias seja na bola, na sociedade, na política, etc... eu eu estou neste país há muitos anos e em Portugal existe uma aversão nacional à auto-crítica. Então o que tu achas das declarações de Fernando Santos depois dos jogos contra a Alemanha e Bélgica? O que achas daquela última entrevista de Fernando Santos, principalmente quando este diz que não convocaria o William se fosse apenas possível convocar 23 jogadores?
Em vez dos próprios atletas e também das estruturas técnicas procederem à auto-crítica, as pessoas à volta desses actores preferem passar uma esponja, é o caminho mais fácil, assim se vai finjindo que está tudo bem, empurra-se o problema com a barriga. Isto não beneficia ninguém.
Atenção eu não quero que vejas o meu comentário como se fosse uma crítica pessoal.

O que se pede aos atletas não é obter resultados de imediato, ou ganhar medalhas. Como é sabido já é um grande sacríficio que muitos deles fazem, é muito dinheiro que perdem/gastam só para chegar a este patamar. Ninguém está criticar o desempenho ou um resultado menos conseguido, porque sabemos que existe problemas profundos na prática desportiva em Portugal, aliás até acho que somos o país da UE com mais alta taxa de obesidade(se eu não estiver em erro). Por isso aplaudo o facto de alguns atletas denunciarem as faltas de condições ou alguns problemas, porque os JOs são o local e o momento ideal para transmitir esse tipo de mensagem, no entanto, acho que o Comité Olímpico Nacional deve também apoiar as reivindicações dos seus atletas, porque tem capacidade, poder e voz para fazer pressão sobre quem está no topo do poder. Mas os JOs além de tudo tem que ser uma experiência, uma aprendizagem para os próprios atletas e os atletas devem aproveitar estes JOs para evoluir, e é isso o espírito dos JOs, e os atletas com estes discursos parecem que não estão a interiorizar o conceito dos JOs, alguns parecem que só estão contentes por lá estarem, é essa a impressão que dão nos seus discursos, sendo assim muitos desses atletas nunca irão evoluir e arriscam-se em não voltar a participar em mais nenhuns JOs, é investimento pessoal que vai ao ar. Isto faz-me lembrar aqueles totós que ficam todos contentes porque foram convidados para uma festa com malta popular. Agora se ambição deles é evoluir e apontar para os próximos JOs, aí nada a dizer, é apontar e seguir para Paris 2024.

Argumento que as declarações dos atletas olímpicos não devem ser tomadas como o problema do desporto nacional, tão pouco escalpelizadas ao microscópio no intuito de encontrar alguma prova conclusiva de falta de empenho ou menor rigor dos elementos da comitiva nacional; ou algum facto extraordinário que explique a crónica escassez de medalhas do país. Aponta-se ao lado do problema quando se pega nos testemunhos dos atletas em lugar de incidir o foco das atenções nas causas estruturais do nosso atraso desportivo. Não se colocando o debate essencial, nem se alterando nada de substantivo, sobra-nos este apontar de dedo às palavras dos competidores e a responsabilização individual de cada um deles. Daqui a três anos cá estaremos para a mesmíssima coisa, como aqui estivemos em 2016, como se fez em 2012 e em ocasiões anteriores. O nosso padrão de desempenho olímpico é este, o de se conquistar entre 0 a 3 medalhas. Não é outro, nunca foi outro. O grande problema será uma pretensa falta de ambição dos atletas portugueses? Desde 1912?...

O desconhecimento é notório em algumas intervenções. Faz sentido ser-se exigente, e é mais do que conveniente essa atitude em qualquer área de actividade, mas, para além de ser impreterível conhecer o contexto do desporto português, devemos ser conhecedores das próprias modalidades, das posições relativas dos nossos competidores e das dos seus adversários, dos momentos de forma de cada um... e claramente há lacunas neste capítulo, expostas nas páginas anteriores. Quantos de nós somos capazes de avaliar com alguma correcção se a prestação de um atleta português de tiro ou de dressage é boa ou má... se os adversários que enfrenta são melhores ou piores, se tem melhores ou piores condições de trabalho que outros competidores... Isso é notório, por exemplo, quando se pretende comparar Portugal com a Mongólia ou as Bahamas, países com tradições muito mais fortes que a portuguesa em alguns desportos. Teremos mesmo suficiente conhecimento? Há poucos dias saíram notícias de que a surfista Yolanda teve de recorrer a companhas online de angariação de fundos e recebeu ajudas de particulares para custear as suas deslocações no circuito mundial. Fico a sensação de que conhecemos muito pouco destas realidade.

Regresso ao ponto principal: o problema não está nas declarações. Mas alguém no seu perfeito juízo acreditará que atletas que competem o mais alto nível, que treinam durante anos, se esforçam para alcançar marcas olímpicas... não ficam decepcionados com más prestações? Seguramente ficarão decepcionados, pois é a carreira dos próprios que está em jogo e a possibilidade de acesso a apoios financeiros. O Comité Olímpico Português deveria elaborar uma norma de resposta para que todos os atletas dissessem o mesmo em caso de insucesso ou de não conquista de medalhas. "Desejava obter outro resultado, trabalhei para alcançar a melhor posição possível, continuarei a trabalhar para melhorar esta posição nos próximos JO". Desta forma não se falaria do discurso deste ou daquele, mas sim dos problemas reais do desporto português. E mesmo que haja um problema de atitude competitiva, de preparação psicológica... essas questões deverão igualmente ser discutidas de forma séria e profunda, não individualizada.

Não me parece estranho que um atleta, após uma eliminação, um resultado negativo, tenha a tendência para atenuar o fracasso e procurar aspectos positivos nos seus desempenhos. Trata-se de um comportamento natural do ser humano. Quantas vezes não vemos isso no futebol, após resultados menos conseguidos... seguramente verificar-se-á semelhante coisa noutras áreas, no nosso dia-a-dia. Duvido imenso que eventuais declarações defensivas se traduzam numa recusa em buscar melhores resultados... Em todo o caso, para tirar as teimas, deveríamos fazer um apanhado de todos os depoimentos dos atletas portugueses e analisá-los. Mas o essencial não é isto.

As circunstâncias da selecção de futebol serão distintas. Falamos de uma selecção já com currículo internacional, habituada a bons resultados em europeus, ex-campeã europeia, com alguns dos melhores futebolistas do mundo, mas mesmo dos melhores entre os melhores, que terão inegavelmente óptimas condições de trabalho... cujo fracasso é mais objectivo, se apura com maior certeza. Pior, as declarações de Fernando Santos foram feitas semanas depois da prova, não como acontece nos JO, onde o feedback que nos chega é recolhido assim que um atleta sai da água ou no dia seguinte a uma derrota. Naturalmente há motivos para se ser mais complacente. E campeões do mundo e europeus nas restantes modalidades... são caso raro. Tão pouco há um histórico de grandes façanhas olímpicas. Em todo o caso questionou-se o seleccionador, não os atletas. Terão eles ficado satisfeitos com a eliminação?

Há que fazer o diagnóstico correcto.
 
Última edição:
  • Like
Reações: Dragao das Antas

madjer1987

Tribuna Presidencial
18 Julho 2016
5,269
5,896
AVB2024
Vamos confessar que o desporto em Portugal está a crescer apenas desde os anos 2000.

Antes disso, até no futebol de seleções não fazíamos absolutamente nada de revelante.

Há algumas modalidades claramente a crescer.

No judô temos cada vez mais atletas de topo mundial, não me lembro antigamente haver Portugueses a lutar por medalhas em desportos de combate.

Também estamos de repente e supreendentemente a crescer no Handball. Chegamos pela primeira vez aos jogos olímpicos, isso em si já é um feito incrível. O campeonato nacional também parece-me ter mais atenção do público geral.

O surf pelos vistos também pode ser uma modalidade para explorar mais no futuro.

A coisa podia ser melhor, mas não está assim tão negra.
 

Vieira_Amares

Tribuna Presidencial
16 Março 2012
22,164
67,914
Conquistas
10
  • Jorge Costa
  • André Villas-Boas
  • Dezembro/20
Vamos confessar que o desporto em Portugal está a crescer apenas desde os anos 2000.

Antes disso, até no futebol de seleções não fazíamos absolutamente nada de revelante.

Há algumas modalidades claramente a crescer.

No judô temos cada vez mais atletas de topo mundial, não me lembro antigamente haver Portugueses a lutar por medalhas em desportos de combate.

Também estamos de repente e supreendentemente a crescer no Handball. Chegamos pela primeira vez aos jogos olímpicos, isso em si já é um feito incrível. O campeonato nacional também parece-me ter mais atenção do público geral.

O surf pelos vistos também pode ser uma modalidade para explorar mais no futuro.

A coisa podia ser melhor, mas não está assim tão negra.
Cada ano melhora.
Basta ver pela caixa de comentários dos jornais, os atletas olímpicos que ficaram de fora, que se fossem tínhamos mais medalhas que a China, Rússia e EUA juntos!
 

Ruben1893

"Prometo dar a vida pelo Futebol Clube do Porto"
24 Julho 2019
83,858
191,412
Conquistas
33
  • Reinaldo Teles
  • Alfredo Quintana
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • André Villas-Boas
Cada ano melhora.
Basta ver pela caixa de comentários dos jornais, os atletas olímpicos que ficaram de fora, que se fossem tínhamos mais medalhas que a China, Rússia e EUA juntos!
Aquelas moças que fazem 3 piruetas no ar não valem um caralho

Eu, do alto do meu sofá, com o meu chazinho às 5 da manhã dou 10-0 a todos os super atletas Olímpicos que têm mais habilidade atlética que a minha família toda junta
 

Calabote

Mestre e doutor em eng. de tecidos e neurociencias
30 Junho 2016
13,873
14,507
Conquistas
17
  • Fernando "Bibota" Gomes
Ele já veio dizer que quando fica nervoso, fica com caíbras e que terá sido isso. É uma máquina, tem de trabalhar esse aspecto psicológico também para conseguir lidar com a pressão - o que não é fácil, veja-se a Simone Biles.
Um português bicampeão do mundo de Judo e bronze nos olimpicos?! Grande orgulho!
Quem nos dera que os nossos outros atletas fossem feitos da fibra do Jorge Fonseca!
E teve a capacidade de reconhecer publicamente que não ficou satisfeito porque queria o ouro.
 
  • Like
Reações: Moreira

Special Too

Tribuna Presidencial
21 Dezembro 2014
7,689
8,035
Conquistas
2
  • Domingos
  • Kostadinov
E no entanto os brazucas têm conseguido coisas incríveis! Até na ginástica, imagine-se…

Há q reconhecer que é uma mentalidade à parte…
Há tantas mentalidades diferentes no Brasil!... Essa é a maior riqueza deles: a diversidade! E saber conviver bem com isso. É talvez a principal razão pela qual sempre desejei mudar-me para lá... em muitas coisas, identifico-me bem mais com a cultura brasileira do que com a portuguesa. Mas isso sou eu, claro.
 

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
26 Maio 2014
12,958
7,025
Conquistas
5
  • Taça de Portugal 19/20
  • Deco
  • Lucho González
  • Campeão Nacional 19/20
As circunstâncias da selecção de futebol serão distintas. Falamos de uma selecção já com currículo internacional, habituada a bons resultados em europeus, ex-campeã europeia, com alguns dos melhores futebolistas do mundo, mas mesmo dos melhores entre os melhores, que terão inegavelmente óptimas condições de trabalho... cujo fracasso é mais objectivo, se apura com maior certeza. Pior, as declarações de Fernando Santos foram feitas semanas depois da prova, não como acontece nos JO, onde o feedback que nos chega é recolhido assim que um atleta sai da água ou no dia seguinte a uma derrota. Naturalmente há motivos para se ser mais complacente. E campeões do mundo e europeus nas restantes modalidades... são caso raro. Tão pouco há um histórico de grandes façanhas olímpicas. Em todo o caso questionou-se o seleccionador, não os atletas. Terão eles ficado satisfeitos com a eliminação?

Há que fazer o diagnóstico correcto.
Peço desculpa, mas não consegui ler todo o teu texto, mais logo é que vou lê-lo com mais atenção, mas no entanto consegui ler e pereceber a última parte.

A bola acaba por ser o reflexo de tudo o que se passa na sociedade portuguesa. Para já porque nem sequer somos os melhores nessa modalidade, a prova disso nunca ganhamos um mundial, que é a prova rainha da competição e além disso só em 2016 ganhamos alguma coisa, a Grécia ainda ganhou alguma antes de nós.
Depois falei da bola, porque o problema que eu referi e continuo a referir é a falta de auto-crítica e isso acontece em todos os sectores da sociedade, enquanto não formos auto-críticos nada vai melhorar. O Fernando Santos é só um espelho de alguém que nunca se meteu em causa, ou reflectiu sobre as suas opções, é um pouco que acontece nestas olímpiadas e o que acontece na sociedade em geral, incluindo a política. Há muitos Fernandos Santos espalhados por este país. Porque o mais fácil é culpar e as condições externas, mas o mundo nunca se vai adaptar consoante as nossas circunstâncias. Agora acho que é preciso mudar a mentalidade em geral seja dos portugueses, dos responsáveis e dos próprios atletas, não pode ser só de um lado. Porque a mim não me dá vontade nenhuma ajudar pessoas que se acomodam com as situações, por exemplo fiquei comovido com as declaração do judoca Anri(o tal georgiano naturalizado português), como também fiquei em choque perante as declarações de Yolanda Sequeira, quando disse que chegou a passar fome, são essas pessoas que me dão curiosidade e mais vontade em ajudar.
 
Última edição:

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
7,888
9,271
Conquistas
1
  • Alfredo Quintana
Peço desculpa, mas não consegui ler todo o teu texto, mais logo é que vou lê-lo com mais atenção, mas no entanto consegui ler e pereceber a última parte.

A bola acaba por ser o reflexo de tudo o que se passa na sociedade portuguesa. Para já porque nem sequer somos os melhores nessa modalidade, a prova disso nunca ganhamos um mundial, que é a prova rainha da competição e além disso só em 2016 ganhamos alguma coisa, a Grécia ainda ganhou alguma antes de nós.
Depois falei da bola, porque o problema que eu referi e continuo a referir é a falta de auto-crítica e isso acontece em todos os sectores da sociedade, enquanto não formos auto-críticos nada vai melhorar. O Fernando Santos é só um espelho de alguém que nunca se meteu em causa, ou reflectiu sobre as suas opções, é um pouco que acontece nestas olímpiadas e o que acontece na sociedade em geral, incluindo a política. Há muitos Fernandos Santos espalhados por este país. Porque o mais fácil é culpar e as condições externas, mas o mundo nunca se vai adaptar consoante as nossas circunstâncias. Agora acho que é preciso mudar a mentalidade em geral seja dos portugueses, dos responsáveis e dos próprios atletas, não pode ser só de um lado. Porque a mim não me dá vontade nenhuma ajudar pessoas que se acomodam com as situações, por exemplo fiquei comovido com as declaração do judoca Anri(o tal georgiano naturalizado português), como também fiquei em choque perante as declarações de Yolanda Sequeira, quando disse que chegou a passar fome, são essas pessoas que me dão curiosidade e mais vontade em ajudar.
... basicamente aponto que essa crítica e análise deve baixar a um patamar mais elementar, precisamente ao da estrutura e não incidir sobre o discurso dos atletas acerca dos desempenhos. O problema, a meu ver, é claramente estrutural e não individual. É difícil sustentar que os atletas portugueses não têm mentalidade competitiva e que os restantes têm, quando a ausência de medalhas vem do início da participação portuguesa nos JO, há mais de cem anos. E é igualmente difícil comprovar isso a partir das declarações deste ou daquele atleta. Aliás, nem sequer sabemos se há ou não um tendência para a desculpabilização ou algo que o valha. A comitiva é formada por quase 100 atletas. É necessário ir muito mais além do simples atribuir de responsabilidades a x ou y, sob pena destas 0 a 3 medalhas por edição se perpetuarem indefinidamente. Imagino que todos os atletas têm histórias emotivas e de superação para contar e todos eles poderiam ler da mesma cartilha de ambição, desejo de vencer e insatisfação. E a escassez de medalhas continuaria. Mas acompanhada de declarações mais agradáveis a quem pretende ouvir determinada coisa. As circunstâncias alteram-se pela política, pelas instituições, pelos indivíduos... a mudança que interessa é essa, para que se crie uma cultura de vitórias... com o correspondente discurso atrelado. A exigência e a autocrítica deve dirigir aí, antes de mais e sobretudo. Caso contrário andamos aqui a discutir quem disse o quê... este disse isto, deve ser mandrião, foi lá passear. Aquele disse aqueloutro, muito bem, assim é que é. É incerto que as palavras ditas tenham alguma relação com o desempenho alcançado ou mostrem alguma coisa de extraordinário. o Anri eventualmente até seria dos que tinham, à partida, condições para fazer melhor. E possivelmente haverá alguém que dirá qualquer coisa polémica e que excedeu as expectativas...

Conhecemos o processo de preparação dos atletas olímpicos portugueses? As suas circunstâncias? Conhecemos a psique de cada um deles? Há quanto tempo muitos destes atletas preparam os JO?... parece-me talvez pouco apropriado julgar a atitude mental e competitiva dos atletas por meia dúzia de declarações... Daí concluímos que os atletas não ganham mais medalhas porque não querem mais...?

É fácil imputar menor seriedade competitiva a quem dedica grande parte do seu tempo a preparar a performance desportiva e grandes competições... mas não creio que resolva grande coisa.
 
Última edição: