Bruna Garcia do Amaral era advogada estagiária e namorada de Rui Rangel. Nunca frequentou o Centro de Estudo Judiciários, não é juíza, mas redigiu vários acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa
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Bruna Garcia do Amaral era advogada estagiária e namorada de Rui Rangel. Nunca frequentou o Centro de Estudo Judiciários, não é juíza, mas redigiu vários acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa
O juiz desembargador Rui Rangel, arguido da Operação Lex, é suspeito de ser o cérebro de um esquema de subornos para viciar decisões no Tribunal da Relação de Lisboa.
Além do que já era conhecido, de que recorria à ex-mulher e também juíza Fátima Galante para lhe redigir acórdãos, sabe-se agora que a namorada, uma advogada estagiária, fez exatamente o mesmo.
Bruna Garcia do Amaral nunca frequentou o Centro de Estudo Judiciários, não é juíza, mas redigiu vários acórdãos do Tribunal da Relação. Escrevia as decisões e o juiz assinava.
A investigação do Processo Lex concluiu que, pelo menos desde 2013, a então namorada do magistrado escreveu mais de uma dezena e meia de acórdãos que, na verdade, tinham sido distribuídos a Rangel.
Bruna era à época uma simples advogada estagiária a quem o mediático juiz confiava a elaboração de acórdãos, por vezes dava mesmo instruções à namorada. Tudo para que as decisões ficassem prontas a publicar.
São várias as SMS e os e-mails, trocados em 2013 e 2014, que provam isso mesmo.
A 9 de dezembro de 2013, por exemplo, Rui Rangel recebeu cinco acórdãos da namorada Bruna e mesmo assim voltou a pedir ajuda.
Esses mesmos e-mails e SMS trocados permitiram à investigação concluir que a desembargadora Fátima Galante sabia que a namorada do juiz também lhe escrevia os acórdãos.
A
TVI sabe que a acusação no Processo Lex está concluída. São mais de 900 páginas que serão conhecidas dentro de dias.