Felipe não tem dúvidas: Sérgio Conceição não deixa o crédito em mãos alheias. Em entrevista ao portal Goal.com, o defesa-central do FC Porto falou sobre a exigência do técnico dos dragões e do que pede aos jogadores de jogo para jogo.
“Ele tem mesmo essa rédea nas mãos, ele puxa mesmo. Isso, claro, sem fazer o jogador perder a confiança. Está sempre a cobrar mais e mais, reconhece que o jogador pode dar mais, mesmo que esteja a viver o melhor momento. Ele foi jogador, então sabe como é. Procuro entender o lado dele, até porque às vezes pode parecer que está a pegar muito connosco ou que é chato. Quando paramos para pensar, percebemos que isso é importantíssimo. Se um jogador faz uma exibição a 90 por cento, ele pede 110 por cento no próximo jogo. A consciência dele quanto a isso é incrível, sabe o que faz”, explicou Felipe, que vê uma exigência semelhante num companheiro de equipa: Iker Casillas.
“Todos sabem a referência que é o Casillas. Quando cheguei aqui… Bem, vi um homem normal. É um dos caras que mais trabalha no dia a dia, e sempre à procura de ajudar os companheiros. É aquele tipo de jogador que nunca cai no comodismo de que falei antes. Fala sempre de ambição, sobre o próximo jogo e fala disso tudo até nas folgas”, acrescentou o brasileiro, prosseguindo:
“Hoje, quando olho para trás e vejo o Casillas, vejo muita história, muita experiência e fico tranquilo. Sei que caso aconteça algo de errado ele está ali para resolver. Mas não digo só por ele também, porque dependemos todos da equipa no geral. Bom… Nunca vou me habituar ao Casillas [risos]. É mesmo uma referência”, rematou Felipe.
O central do FC Porto foi questionado ainda sobre a rivalidade dos clubes portugueses e o apelido que lhe foi atribuido devido à sua agressividade em campo:
Acredita que em Portugal a rivalidade entre clubes e torcedores já virou uma espécie de sentimento exagerado de ódio?
Quando cheguei aqui, percebi exatamente isso, fiquei um pouco impressionado. Aqui é um pouquinho mais “sangue”, né? A rivalidade aqui vai muito mais além do futebol, a mensagem que é transmitida é um pouco mais agressiva. Mas isso sempre vai acabar acontecendo no futebol. Isso, no entanto, não é transmitido diretamente para mim, não vou entrar em campo disposto a matar um jogador. Tenho noção da minha agressividade, sei que existe a rivalidade, e vou sempre defender as cores do Porto. Quando vamos disputar um clássico, seja contra o Benfica ou o Sporting, dou o melhor de mim, trago a torcida para o meu lado…
Ter recebido o apelido de “Vale-Tudo” também entra nesta discussão de ódio e perseguição, não?
Olha, isso na verdade acabou sendo um alimento para mim. Foi um combustível [risos]. Alimentaram, alimentaram, e fomos campeões. Não tenho o que reclamar. Se puder, que continuem com o apelido, porque isso só vai dar alimento para mim.
A entrevista completa pode ser lida no link abaixo: