O FC Porto não deixou passar em branco a nomeação de Cláudia Cruz Santos, atual deputada do Partido Socialista, para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Na rúbrica “Dragões Diário”, o FC Porto fala em “promiscuidade” e até faz menção a um post no twitter de um jornalista do “New York Times”. Nesse tweek, Tariq Panja fala na relação entre a política e o futebol que existe em Portugal.
“A perpetuação do grotesco
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol vai ser liderado nos próximos quatro anos por Cláudia Cruz Santos, atual deputada do Partido Socialista. Aparentemente, o que mais qualifica esta jurista para o cargo é o tempo que passou como presidente da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, durante o mandato de Mário Figueiredo. Esse foi, recorde-se, o pior período da história da instituição, marcado pela promiscuidade bem documentada entre o seu presidente e o Benfica – à qual, segundo a imprensa de ontem, não seria alheia Cláudia Cruz Santos – e por uma relação conflituosa entre ele e uma grande parte dos clubes – quem é que se esquece, por exemplo, da reunião de 16 presidentes numa bomba de gasolina depois de Mário Figueiredo lhes ter fechado as portas da sede da Liga? A capacidade de o futebol português se expor ao ridículo, não sendo nova, não deixa de surpreender. É que cá dentro haverá sempre muitos a branquear o que acontece e a fazer de conta que estas coisas são normais, mas lá fora, nas redações dos melhores jornais do mundo, a perpetuação do grotesco já não passa despercebida.”