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O inédito pentacampeonato do FC Porto, alcançado entre 1994/95 e 1998/99, foi revisto hoje por quatro antigos jogadores dos ‘dragões’ no museu do clube, onde se encontra uma exposição temporária em celebração do 25º aniversário do feito.
Na 33.ª e penúltima jornada da I Liga, em 22 de maio de 1999, os ‘dragões’ selaram o único pentacampeonato do futebol português, beneficiando de um empate do Boavista na sua visita ao Farense (2-2), horas antes de empatarem em Alvalade com o Sporting (1-1).
“Um ano pode ser bem-sucedido, mas, depois, começa a surgir um cansaço normal e é necessário um balneário forte para se conseguir cinco títulos consecutivos. Isso é cada vez mais difícil de acontecer, especialmente em Portugal, onde há três ou quatro clubes na corrida”, sublinhou.
Após ter jogado na Juventus e em clubes franceses como o Mónaco e o Marselha, Rui Barros regressou às Antas na época de 1994/95 e participou em todas as épocas do ‘penta’, tal como Jorge Costa, Aloísio, António Folha, Paulinho Santos e Ljubinko Drulovic.
O ex-médio, de 58 anos, foi o quarto jogador mais utilizado pelos ‘dragões’, com um total de 125 jogos, e marcou em todas as temporadas, totalizando 23 golos, destacando-se como um dos ícones da mística ‘azul e branca’, tal como João Pinto, que jogou 57 partidas.
Capitão do primeiro título europeu do FC Porto, em 1986/87, o antigo lateral-direito, de 62 anos, fez parte dos três primeiros títulos do ‘penta’, que foi alcançado com um total de 130 vitórias, 26 empates e 14 derrotas, com 397 golos marcados e 123 sofridos.
“Não sei como são os treinos hoje em dia, mas, na minha época, eram quase sempre mais intensos do que os próprios jogos. Foi com essa mentalidade que o FC Porto conseguiu, ao longo dos anos, criar uma mística que, por vezes, superava a dos outros clubes. Quando íamos à seleção nacional, falávamos disso com colegas rivais”, afirmou.
João Pinto lembrou o falecido Rui Filipe, que perdeu a vida num acidente de viação a 28 de agosto de 1994, com 26 anos, apenas sete dias depois de ter marcado o primeiro golo do pentacampeonato, ao abrir o marcador na vitória sobre o Sporting de Braga (2-0).
“Não conseguiram adiar o jogo desse dia em Aveiro (vitória sobre o Beira-Mar por 2-0, na segunda jornada). Se já tínhamos motivação para jogá-lo, as forças duplicaram a partir daquele momento. Dedicámos-lhe a vitória e o primeiro título, mas, nas épocas seguintes, recordámo-nos do grande amigo que já não estava entre nós”, partilhou.
O feito começou a ser construído sob a orientação do já falecido inglês Bobby Robson, que se juntou ao FC Porto a meio da época de 1993/94, após ser despedido do Sporting, e foi bicampeão, tal como Bandeirinha, um dos que conquistaram a Taça dos Campeões Europeus em 1986/87.
“Tinha uma visão muito diferente do treinador convencional da época. Estava mais focado em aspectos ofensivos, era uma pessoa fantástica e prestava atenção a todos os pormenores. Passei por momentos difíceis e ele ajudou-me imenso”, revelou o ex-defesa e médio, visivelmente emocionado.
Bandeirinha participou em três jogos do ‘penta’, o mesmo que o médio Semedo, e essa dupla deixou os ‘dragões’ no verão de 1996, na altura da mudança para os espanhóis do FC Barcelona, onde Bobby Robson foi substituído nas duas épocas seguintes por António Oliveira, que depois cedeu o lugar a Fernando Santos em 1998/99.
“Foram dois anos complicados, com muitas lesões, que me impediram de jogar mais vezes. Foi uma mistura de satisfação e infelicidade, mas, ao mesmo tempo, fiquei contente pela equipa, que não deixou dúvidas sobre a sua qualidade”, reconheceu.
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