Estamos no caminho certo! Após uma primeira parte onde fomos surpreendidos pela agressividade (positiva) do Desportivo de Chaves, entramos na segunda com um atitude que só nos pode levar longe… muito longe. Mesmo contra uma arbitragem habilidosa e encomendada para nos encostar numa fase decisiva do campeonato, conseguimos dar a volta em lances em que não havia possibilidade de serem anulados.
Fica a crónica ao jogo do nosso site oficial.
“Quantas equipas são capazes de dar a volta ao marcador depois de uma primeira parte que não corre nada bem e da qual saem em desvantagem? E, simultaneamente, quantas resistem a um golo anulado e um penálti do tamanho da Serra do Marão? Não sabemos a resposta, mas sim que isso não acontece todos os dias e que é preciso muita crença e alma para tal. Esses predicados estiveram presentes esta segunda-feira, no Estádio do Dragão, onde o FC Porto bateu o Chaves, por 2-1, com dois golos marcados no espaço de cinco minutos, pelo suplente Depoitre (72 minutos) e pelo omnipresente Danilo (77), depois de Rafael Lopes, com felicidade, ter aberto o marcador aos 12. E também sabemos que, com estes três pontos, os azuis e brancos vão para as férias de Natal com 34 pontos e estão, pelo menos provisoriamente, a um ponto do líder Benfica na Liga NOS.
Nuno Espírito Santo repetiu o mesmo onze pelo quarto encontro consecutivo, algo que já não se via no FC Porto desde 2005 e que denuncia uma clara estabilidade nos processos da equipa. Com ambas as equipas dispostas em claros 4-4-2, foram os Dragões a começar por cima e a empurrar o Chaves para a sua defesa. Brahimi era o incendiário de serviço e logo aos dois minutos quase marcava, construindo depois várias situações de perigo. O Chaves procurava não se encolher muito no terreno, mas perdia os duelos a meio-campo e era forçado a recuar.
No entanto, aos 12 minutos, chegou ao golo graças a um remate de Rafael Lopes, que aproveitou uma escorregadela de Felipe e viu depois a trajetória da bola alterada por Danilo, traindo Casillas. Os Dragões procuraram continuar a pôr em campo o futebol intenso e de combinações rápidas dos primeiros minutos, mas a verdade é que as coisas nunca mais foram as mesmas. Os flavienses, motivados, conseguiram equilibrar a luta e meio-campo e até superiorizar-se, a espaços. Casillas foi forçado a uma grande defesa, após cabeceamento de Freire, e ainda se aplicou para deter um remate de Braga.
Na segunda parte, era claramente necessária uma maior intensidade por parte dos azuis e brancos e foi isso que viu desde o primeiro instante. Claramente mais intensa e rápida, a equipa causou mais problemas ao Chaves em dez minutos do que em toda a primeira parte. Aliás, até marcou um golo, por intermédio de André Silva, aos 52 minutos, anulado por um fora de jogo inexistente. Quatro minutos depois, foi Corona a forçar António Filipe a uma defesa para a frente e, na sequência do lance, Ponck faz uma falta para penálti sobre Maxi. Como pôde uma carga tão evidente ser ignorada? É mais uma pergunta retórica.
Nuno Espírito Santo jogou todas as cartas que podia e lançou Depoitre para o lugar de Diogo Jota, pouco antes de o guardião do Chaves efetuar mais uma defesa de grande nível, a cabeceamento de Óliver. A pressão não abrandou e, se a justiça existe, ela materializou-se na cabeça de Depoitre (primeiro golo na Liga NOS), que respondeu da melhor maneira a um cruzamento de Alex Telles e incendiou o Dragão. A reviravolta ficaria completa com mais um lance de insistência, que culminou com um espetacular remate de fora da área de Danilo – estreia a marcar esta temporada – e o 2-1 no marcador. Até ao apito final, os portistas souberam preservar o resultado e só sobra mais uma pergunta. Que estádio apoiou, empurrou e motivou a equipa, assobiando apenas as decisões que considerou erradas da equipa de arbitragem e criando um ambiente bem quente, à porta do Inverno? O Dragão, que assistiu a um dos melhores jogos desta edição da Liga.
O FC Porto não perde há 16 jogos, registando o melhor período desde 2012/13 e conseguindo cinco triunfos seguidos, algo que não se via desde março de 2015. O FC Porto ainda está invicto em casa esta temporada, em 13 jogos, e tem só sete golos sofridos na Liga, naquele que é o melhor registo da competição. A prova só regressa em 2017 e até lá há desejos para fazer na passagem do ano: E os portistas sabem bem quais são.”