Uma petição assinada por mais de 100 figuras públicas, e que conta com a assinatura de ex-ministros, escritores, jornalistas e eurodeputados, entre outros, pede o fim da prisão preventiva de Rui Pinto que é considerada “uma punição antecipada de Rui Pinto enquanto aguarda julgamento”.
“A aplicação da prisão preventiva – com períodos de isolamento absoluto – a um cidadão português, quatro anos depois da alegada prática de um crime de extorsão na forma tentada, é inédita em Portugal”, lê-se no texto que acompanha o abaixo-assinado por dezenas de nomes.
Entre os que assinaram o pedido de libertação do hacker, que alega ser um denunciante, estão os nomes do ex-ministro da Justiça, José Vera Jardim, do professor universitário e ex-ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, de João Cravinho, Catarina Martins, José Eduardo Agualusa, Graça Morais, Afonso Reis Cabral, entre muitos outros.
A petição é também assinada pela diplomata e ex-eurodeputada Ana Gomes, que esta quarta-feira partilhou, no Twitter, uma nota manuscrita de Rui Pinto.
“O facto de Rui Pinto estar na origem de revelações de inequívoco interesse público que deram origem a investigações jornalísticas conduzidas por consórcios internacionais, como o Football Leaks e o Luanda Leaks, justifica amplamente que as autoridades portuguesas, tal como já o fizeram as autoridades de outros países, reconheçam a importância da informação por si trazida a público e procurem a colaboração de Rui Pinto”, diz ainda o texto,.
A prisão de Pinto é considerada “chocante” uma vez que “contrasta com a liberdade e impunidade de quem pratica crimes com a gravidade dos denunciados pelo mesmo”.
“Rui Pinto deverá, naturalmente, responder pelos crimes que tenha cometido, mas os signatários entendem dever manifestar publicamente a sua discordância com a sua prolongada prisão preventiva, instando as autoridades judiciárias portuguesas a pôr termo a tal situação”, justificam os nomes que assinam o documento.
