Desde que esteve fora da equipa, o Central tem mostrado evolução em vários aspectos. O jogador brasileiro esteve ausente em 13 partidas, mas foi reintegrado devido a questões relacionadas com a construção de jogo. O facto de ser esquerdino e a sua rapidez em reagir à perda de posse são traços que, de acordo com Diogo Queirós, o destacam.
A média de acções defensivas por jogo aumentou de 5,3 nos primeiros seis jogos da época para 7,7 nos últimos três; as recuperações passaram de 3,3 para 5,3; e o número de duelos disputados subiu de 5,7 para 7,7.
Esta evolução é, no mínimo, vista por aqueles que o conhecem como um sinal de resiliência, após a fase difícil que atravessou, marcada por erros significativos contra o Sporting e o Farense. Diogo Queirós, que partilhou o balneário com o brasileiro no Famalicão, comentou ao jornal O JOGO: “O Otávio até começou a época passada de forma muito positiva, beneficiando da presença de um jogador experiente como o Pepe ao seu lado. Este ano, as coisas iniciaram-se de forma um pouco instável e o treinador decidiu deixá-lo de fora por um tempo, mas creio que agora ele tem a oportunidade de brilhar”.
O tempo de convivência foi escasso, o que impediu Queirós de traçar um perfil psicológico completo de Otávio. No entanto, ele está certo de que, como “todos os atletas que atravessam momentos complicados nas suas carreiras”, o jogador do Porto também deseja “sair por cima”. “Isso é o que nos fortalece. Estou certo de que, neste período menos bom, ele conseguiu trabalhar arduamente e aprender com a experiência”, diz o agora jogador do Dunkerque, que foi formado como central nos azuis e brancos e, por isso, não conseguiu esconder a sua admiração pela “velocidade de Otávio” logo no seu primeiro dia de trabalho em Famalicão. “Ele é um central muito veloz e isso é fundamental para neutralizar certos perigos do adversário durante um jogo. Um defesa rápido proporciona ao treinador a oportunidade de implementar estratégias mais complexas e, numa equipa grande, que tem a posse da bola a maior parte do tempo e a defesa avançada, é muito importante contar com um central que possua essa característica”, explica.
Foi a construção de jogo que Vítor Bruno aproveitou para dar uma nova oportunidade a Otávio, e Diogo Queirós compreende essa decisão. O brasileiro apresenta uma taxa de eficácia de passe superior à média e tem uma outra vantagem por ser um central a actuar pela esquerda. “É sempre uma mais-valia para uma equipa contar com um central que utilize o pé esquerdo. Ele tem um grande potencial de evolução e estou certo de que poderá melhorar muito neste aspecto”, antecipa Queirós, que sempre viu no seu ex-companheiro uma pessoa com “muita confiança”. Às vezes, até em excesso. “Nos primeiros tempos, ele cometeu alguns erros devido a essa confiança, mas creio que, com o tempo e agora no FC Porto, com o apoio de pessoas que lhe podem transmitir conhecimento, ele poderá reduzir os erros em situações semelhantes”, conclui.