O horrível estado do relvado do Estádio do Marítimo foi uma dificuldade para a fluência do jogo de ontem. As críticas condenatórias não são de hoje. Na primeira ronda do campeonato, frente ao Braga, o “tapete” obteve a pior classificação, com 2,06, numa escala até cinco estrelas. Apesar desse “aviso” feito pela Liga, a relva não apresentou melhorias, tendo vários buracos em inúmeras zonas do campo.
Sérgio Conceção já tinha antecipado, na véspera do desafio, as más condições do relvado, julgando que tal seria mais um obstáculo para os azuis e brancos. Ontem, tentando não justificar o empate com tal contrariedade, o técnico, ainda assim, sentiu-se na obrigação de condenar o sucedido:
“Fica difícil com este relvado. Um clube como o Marítimo, um clube histórico, que esta sempre na I Liga, até a chegar a lugares que permitem ir à Europa, ter um relvado destes é porque não quer proporcionar bom espetáculo aos adeptos. Mas é muito curto para aquilo que é a evolução do futebol português. É muito mau, não sei como permitem jogar neste tipo de relvados, basta espreitar os outros campeonatos da Europa”, afirmou.
Ontem, tal relva obrigou a cautelas redobradas dos jogadores, particularmente os do FC Porto. A certa altura, sempre que um futebolista terminava o aquecimento, tinha de limpar as chuteiras antes de entrar, visto que a parte dos pitons estava cheia de lama.
Carlos Pereira insurgiu-se contra a Liga e falou de relvados bem piores
As diversas notas negativas atribuídas ao tapete dos Barreiros já inviabilizaram o próprio clube de treinar naquele espaço. Ainda antes da decisão da Liga de interdição, Carlos Pereira, presidente do Marítimo, afirmou.
“Se quisermos ser verdadeiros àquilo que nós vemos ou vimos no passado, houve relvados muito piores que o do Marítimo e não foram tão penalizados. A Liga não teve tantos olhos em cima desses relvados em muito pior estado do que este”, considerou o dirigente maritimista, endurecendo as críticas: “Os olhos estão mais virados para qualquer penalização que queira ser feita ao Marítimo, fruto da irreverência e contestação”.