O Estádio do Dragão celebra, esta segunda-feira, 17 anos de existência. A 16 de novembro de 2003, o sucessor do Estádio das Antas foi palco de um encontro entre o FC Porto e o Barcelona, partida de caráter amigável onde o capitão Jorge Costa foi o primeiro a entrar em campo, Vítor Baía fez a primeira defesa, Bruno Moraes o primeiro remate, Ricardo Fernandes apontou o primeiro pontapé de canto e Derlei o primeiro golo no novo anfiteatro da Invicta. Após a inauguração, o reduto portista já foi palco de quatro centenas de jogos oficiais do FC Porto e viu os Dragões conquistarem 26 títulos: dez campeonatos, cinco Taças de Portugal, oito Supertaças Cândido de Oliveira, uma Liga dos Campeões, uma Liga Europa e uma Taça Intercontinental.
Desde que o Ninja assinou o primeiro remate certeiro da história do Estádio do Dragão, o FC Porto marcou 877 golos nas 400 partidas oficiais que disputou na nova casa. Volvidos 17 anos, o saldo é francamente favorável aos azuis e brancos: 306 vitórias, 56 empates e 38 derrotas. Nos 400 jogos que integram a história do Dragão, o FC Porto marcou em 361, não sofreu em 214, visou as redes da baliza Norte em 410 ocasiões e as da Sul em 467. Dos 877 tentos portistas na fortaleza que rendeu as Antas, 386 foram marcados na primeira parte, 489 na segunda e dois no prolongamento. 200 na pequena área, 551 na grande área, 126 de fora da área, 422 de pé direito, 249 de pé esquerdo, 190 de cabeça e 16 com outras partes do corpo (calcanhar, coxa e peito, nomeadamente). Nas quatro centenas de vezes que o FC Porto subiu ao relvado do Dragão, concretizou 82 penáltis, marcou 22 golos na sequência de pontapés de livre direto e beneficiou de 16 autogolos.
Em termos individuais, Jackson Martínez continua a deter o melhor registo nos livros do Estádio do Dragão, com 49 golos. Seguem-se Hulk (44), Radamel Falcao (40) e Moussa Marega (38) no capítulo dos artilheiros. Desde o último aniversário, o palco dos sonhos de todos os portistas viu Pepe, diante do Marítimo no passado mês de outubro, consagrar-se como o goleador mais velho da história do Dragão, aos 37 anos, 7 meses e 7 dias. O mais novo foi Fábio Silva, diante do Famalicão na oitava jornada da época transata (17 anos, 3 meses e 8 dias). O golo mais madrugador é pertença de Hulk – logo aos 45 segundos de jogo frente ao CSKA de Moscovo, nos “oitavos” da Liga Europa 2010/11 – e o mais tardio é da autoria de Alex Telles, diante da AS Roma aos 117 minutos da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões 2018/19.
O Estádio do Dragão tem estado despido de adeptos desde março deste ano. As proibições impostas pelas autoridades portuguesas na sequência da pandemia da Covid-19 impedem a presença de adeptos nas bancadas durante jogos de futebol e, em oito meses, a Nação Porto só pôde entrar em casa numa ocasião. Tal sucedeu na recente receção ao Olympiacos, relativa à segunda jornada do grupo C da Liga dos Campeões, que os azuis e brancos venceram por 2-0. Com todas as medidas de segurança – desde o distanciamento social, passando pela desinfeção das mãos e pelo uso de máscaras – os menos de quatro mil adeptos do FC Porto que tiveram o privilégio de voltar a entrar no Dragão fizeram-se notar e a equipa sentiu-o. Longe vão os tempos em que, na meia-final da Liga dos Campeões 2003/04, 50.818 espetadores encheram o recém-inaugurado recinto para assistir ao FC Porto-Deportivo da Corunha. A marca recorde dificilmente será batida já que, de acordo com as normas da UEFA, a lotação do estádio teve de ser reduzida para 50.033.
Aos 17 anos, o Estádio do Dragão é a sede do campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, alberga um Museu com sete títulos internacionais em futebol e milhares de conquistas espalhadas pelas mais diversas modalidades. O palco dos sonhos de todos os portistas já foi um autêntico pesadelo para Manchester United, Chelsea, Arsenal, Leicester, Bayern de Munique, Schalke, Leipzig, Hamburgo, Paris Saint-Germain, Mónaco, Marselha, Lyon, Atlético de Madrid, Sevilha, Athletic de Bilbao, Inter de Milão, Nápoles, Roma, Galatarasay, Besiktas, Fenerbahçe, Shakhtar Donestk, Dinamo de Kiev, CSKA de Moscovo, Spartak de Moscovo, Lokomotiv de Moscovo, Basileia e muitos outros emblemas portugueses e europeus que saíram vergados do reduto portista.