Wendell consumou a sua estreia como titular do FC Porto e deixou a bancada do Dragão a salivar por mais prestações sem erros, mesclando, ainda assim, capacidade para invadir os últimos trinta metros adversários para combinações ou remates.
O lateral-esquerdo brasileiro é, desde há muitos anos, elogiado pela sua propensão atacante e coragem para percorrer a linha. Efectuou 45 minutos de qualidade em Madrid, para a Champions, sendo já considerado por alguns como olegítimo herdeiro de Alex Telles. Tendo em conta a fragilidade que Zaidu vive na Invicta, o lugar “ao sol” de Wendell estará reservado. Ficou já evidente a proximidade com os companheiros e a confiança que transparece a controlar o corredor em todos os momento, as sete épocas no principal campeonato alemão tornaram-no um jogador maduro.
Adquiriu o estatuto de titularíssimo desde que chegou ao Grêmio com 19 anos, após Alex Telles rumar ao Calcio. Aí, partilhou o balneário com um autêntico mago, Zé Roberto (84 jogos pela selecção brasileira), referência dos germânicos do Leverkusen e do Bayern. O antigo internacional pela amarelinha, que actuou até aos 43 anos, é ainda bastante cúmplice do futebolista dos dragões, mesmo sendo quase 20 anos mais velho. Um tinha 38 e o outro 19, quando se conheceram.
“Vejo o Wendell mais maduro, saiu muito jovem do Grêmio, a Alemanha trouxe para a sua carreira essa maturidade e muita disciplina tática, fazendo com que ele entendesse a importância da parte defensiva. A passagem pela Bundesliga acrescentou-lhe muito isso, porque ele sempre teve características de lateral muito ofensivo. Foi uma evolução incrível a que teve na Alemanha. É um atleta de puro compromisso”, assegura o antigo atleta, que primava polivalência e actuou em 148 partidas pelo Bayer Leverkusen e 248 pelo Bayern Munique.
“Ele está num ponto da carreira perfeito para quem o recebe, maturidade máxima, vigor físico bem em cima, foco e concentração em níveis altíssimos. É um super profissional. Sei que ele sentiu que precisava do próximo nível e veio para o FC Porto porque se trata de um grande de Portugal e da Europa, vencedor da Liga dos Campeões. Um clube com galeria cheia de troféus e que revela imensos jogadores, nem tanto portugueses, mas muitos sul-americanos que ganham aí essa vitrina da Europa”, referiu.