O campeonato acabou há 17 dias. Durante este período Sérgio Conceição esteve para tirar um ano sabático, esteve com um pé na Arábia, com outro em Itália, mas o coração sempre esteve na cidade do Porto. No FC Porto.
Os dragões anunciaram, para bem de muitos e mal de outros tantos, a renovação do técnico por mais três anos. Significa que, a cumprir o contrato, Sérgio Conceição fica de Dragão ao peito por sete anos. Quando foi a última vez que um treinador esteve sete anos seguidos num clube da Liga NOS?
É verdade que este ano ganhámos apenas a Supertaça, mas esta renovação pode e deve ser vista por muitos como a maior conquista da época. Basta ver a maneira como a comunicação social tratava este assunto. Estavam desejosos para que Sérgio Conceição batesse com a porta. Que viesse qualquer outro para o seu lugar. De preferência alguém que não ganhe campeonatos. Que não quebre hegemonias. Que não leve o FCP aos quartos-de-final da maior prova de clubes do Mundo. Que não encha os cofres do clube. Esta não é a vitória dos Maregas, dos Manafas ou dos Zé Luís. É uma vitória pela defesa e pela cultura do FC Porto, que começa com o mister em cada treino, em cada conferência de imprensa, em cada jogo.
Mesmo depois da diária campanha de difamação, Conceição aceitou ficar no FC Porto. Mesmo depois dessa perseguição e difamação atingir os seus filhos, um deles com apenas 18 anos, Sérgio Conceição aceitou ficar no FC Porto. Isto só espanta quem não conhece a teimosia do Mister e do nosso Presidente, que sempre disse que Sérgio Conceição ia ficar no FC Porto. Será o casamento perfeito?
Agora temos mais três anos pela frente, mas sem a esperança de que algo mude fora das quatro linhas. Sem a esperança de que o trabalho do técnico português seja reconhecido em Portugal. Por outro lado, Conceição tem pela frente três anos, ao que tudo indica, com o clube fora do Fair-Play financeiro da UEFA, algo que nunca aconteceu desde que chegou ao Dragão. Três anos para continuar a escrever a sua história no Clube.
Autoria: Filipa Rodrigues