O secretário de Estado da Juventude e do Desporto reafirmou esta Sexta-feira “a convicção de que o cartão do adepto é uma boa lei, uma boa medida”, à margem da apresentação da Semana Europeia do Desporto 2021, no Jamor.
Quando confrontado com o regresso dos espectadores aos estádios, mais concretamente ao clássico entre Sporting e FC Porto, João Paulo Rebelo afirmou ter “esperança e certeza, do ponto de vista das forças de segurança, que o comportamento dos adeptos seja o adequado”: “Seja aquele que queremos ter nos recintos desportivos, que é no fundo o espectáculo vivo do público, mas de um público participativo, vibrante e entusiasmado”, declarou.
Avisando para a obrigação de se “cumprir as regras, desde logo sanitárias, que estamos obrigados a cumprir, ainda com uma redução da lotação dos recintos desportivos”, o secretário de Estado advogou a relevância de “todas as regras de civismo e que, sobretudo no desporto, em que tantos valores importantes se praticam e ensinam à sociedade, sejam praticados pelos adeptos”.
“Tudo o que tenha a ver com fenómenos de violência, atitudes menos correctas, não tem lugar no desporto e é isso que pretendemos”, asseverou, depois da apresentação da sétima edição do evento, promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, na pista de atletismo do Centro de Alto Rendimento do Jamor, e que terá lugar entre 23 e 30 de Setembro.
Relativamente ao cartão do adepto, que não permitiu a venda de bilhetes por parte do FC Porto para o embate de Alvalade, João Paulo Rebelo recorda que o mesmo já esteve em vigor na época passada, embora sem presença de espectadores nos estádios.
“Compreendo que haja um período de adaptação, que todos os agentes, de uma forma geral, têm de se adaptar a estas novas regras. Espero que todos os promotores façam uso do que a lei lhes permite e possam servir o seu desporto, neste caso a sua modalidade, que é o futebol”, advogou.
Fez questão de referir que “a lei foi aprovada na Assembleia da República e não mereceu votos contra de ninguém”. O governante confirma ainda que esta lei foi “pensada, maturada e discutida com os mais diversos agentes”, desde a Liga de clubes, a Federação Portuguesa de Futebol, o Conselho Nacional do Desporto e especialistas das forças de segurança.
“Envolvemos toda a gente. Pareceu-nos que era a melhor forma de combater alguns fenómenos, algumas práticas, que, quem está de bem, não quer ter na prática desportiva, nos recintos desportivos. Portanto, agora vamos trabalhar com o que temos. Reitero a convicção que o cartão do adepto é uma boa lei, uma boa medida, na qual o Governo vai cumprir o que foi o desígnio da Assembleia da República”.
Apesar de ter ouvido “alguns comentários e críticas em relação ao cartão do adepto”, João Paulo Rebelo diz que o que tem “verificado é que essas críticas vêm de quem se sente atacado, no fundo por quem justamente o cartão do adepto quer combater essas práticas que não queremos no desporto. E depois por alguns que acabam por subordinar os seus valores aos interesses desses mesmos, que querem que tudo continue na mesma. Desse ponto de vista estou tranquilo”, finalizou.