Numa entrevista concedida ao jornal O JOGO, Sérgio Conceição abordou o caso Nakajima, o mais recente na folha de castigos, e ainda os casos de disciplinares de Uribe, Díaz e Marchesín:
Na época passada, abdicou do Éder Militão por questões disciplinares em jogos-chave, este ano fez o mesmo com Uribe, Díaz e Marchesín e teve os episódios com Nakajima. Admitiria perder um campeonato para manter a coerência na disciplina?
Ganhar o campeonato tem a ver com essa disciplina e não abdicar dos princípios que temos aqui em função da importância dos jogadores para ganhar um campeonato. A pergunta é inteligente, mas digo que é com disciplina que se ganha.
O jogo do Bessa, em que abdicou dos três sul-americanos, até que ponto foi importante na época?
-A partir do momento em que tomei a decisão, não sabia o que ia acontecer no Bessa. Podia perder o jogo. Por isso, falo nessa disciplina e rigor e naquilo que já repeti várias vezes: não basta ter contrato com o FC Porto, é preciso sentir. Acredito que o incidente com esses jogadores foi mais pela falta de conhecimento de uma realidade completamente diferente, do campeonato, da forma como se vivem aqui as coisas, do que por maldade ou por gostar da noite. Ninguém faz uma festa e publicita nas redes sociais querendo prejudicar-se. Foi mais inocente do que maldoso e, por isso, depois de perceber as circunstâncias e sabendo que se trata de gente muito comprometida, o caso ficou completamente decidido.
O caso Nakajima enquadra-se nessa falta de sentimento?
-Sem dúvida nenhuma.
Como profissional de futebol a autoexclusão foi estranha. Os colegas e a equipa técnica sentiram que ele ficou em falta?
-Daí a nossa azia, de todos. Um dos princípios básicos de qualquer clube é haver esse compromisso. O Nakajima vem de uma cultura totalmente diferente. Houve um problema depois de ele sair daqui e, a partir desse momento, já não posso fazer nada porque deixa de fazer parte do meu trabalho. Foi uma situação que a SAD teve de resolver com o jogador. Depois disso, achei que foi muito mau para o grupo de trabalho e ele teve de resolver com o grupo. A seguir, entrei eu para decidir o que fazer. Ele sentiu que não esteve bem. Foi um momento difícil para todo o mundo e continua a ser, porque isto ainda não acabou.
Mas os colegas treinaram no Olival e jogaram e ele ficou em casa…
-Por isso é que não foi fácil para ele. Sofreu um bocado porque, no momento em que se sentia psicologicamente apto, teve de sofrer a consequência do seu gesto. Isso é normal. E só está aqui porque temos um grupo de trabalho fantástico. Os colegas fizeram muita força para que o Nakajima voltasse.
A entrevista completa pode ser lida neste link