Para Francisco J. Marques, César Boaventura não agiu em nome próprio, estando, claramente, a trabalhar para o Benfica de Luís Filipe Vieira.
“Não é propriamente uma surpresa que César Boaventura seja acusado de corrupção desportiva. Falava-se à boca pequena que era uma das pessoas que intermediava a influência de alguns jogadores nos jogos do Benfica. A acusação parece estar suportada no testemunho dos próprios jogadores e isto deixa-o em maus lençóis. E ao Benfica também, apesar de ter sido ilibado por causa da responsabilidade das pessoas coletivas, pela lei, diz a procuradora, só podia ser acusado se ele fosse funcionário do Benfica. Pelo menos, para já, o Benfica escapa à acusação, mas não à vergonha”, disse o diretor de comunicação do FC Porto, no Porto Canal.
“O César Boaventura não estava a fazer isto por mote próprio, não passa pela cabeça de ninguém. Todos sabem da proximidade que existiu sempre entre os responsáveis do Benfica e o César Boaventura, com Vieira à cabeça, mas ainda recentemente o Público revelava a troca de mensagens entre César Boaventura e Rui Costa e também com Rui Pedro Brás”, acrescentou.
“É muito importante que estas coisas sejam esclarecidas. Não sei até que ponto estas coisas terão implicações na justiça desportiva. Estamos perante alguém que pelos vistos suborna jogadores para perderem jogos com o Benfica, parece que a justiça desportiva tem de averiguar isto e sendo verdade punir com um castigo bastante severo. Não há memória no futebol português de um caso com esta dimensão. Um empresário de jogadores andava a subornar. Isto vai além do caso da mala, isto é pedir aos jogadores para facilitarem. Descobriram-se estes, quantos mais não serão? Isto mancha o Benfica dos últimos dez anos”, referiu ainda o diretor portista.